terça-feira, 25 de novembro de 2014

O doutor, a gata e pensar fora da caixa

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Conheço Ricardo desde dos tempos de CCAA, sempre foi um cara muito gente fina, mas com um gosto um tanto sofisticado por quase tudo. Engraçado que mesmo sofisticado nunca foi pernóstico, arrogante ou coisa assim. Ele simplesmente gostava de coisas boas e as tinha dentro das possibilidades de seu pai, comerciante que também gostava de coisas de qualidade e não populares como esportes gringos.

Moravam em uma casa bem legal num bairro bom da cidade, seu pai tinha um carro popular, porém top de linha, com uns 2 ou 3 anos de uso, vivia limpíssimo e bem cuidado. Ricardo vestia roupas de marca, mas não aquelas marcas que a molecada estava acostumada e gostava, eram marcas mais adultas e pouco conhecidas na época como Ralph Lauren e Calvin Klein. Ele tinha uma bicicleta muito bacana, melhor que as nossas, mas novamente, não se achava o fodão por causa disso. Era popular entre os moleques, mas nunca foi muito com as meninas apesar de se vestir bem, ter um comportamento adulto e ser relativamente atraente.

Reencontrei Ricardo no começo da nossa vida adulta numa baladinha. Ele estava ralando pro vestibular de medicina. Sempre fora um bom aluno, portanto aquilo não era algo impossível. Algum tempo depois visitei a loja de seu pai que me informou que o Ricardo estava morando em outra cidade devido a faculdade, estava muito orgulhoso por ter seu único filho como médico. Estava com o mesmo carro do nosso tempo de moleque, dessa vez com mais de 10 anos de uso, mas novamente super limpo e bem conservado.

Surgiu o Orkut, encontrei Ricardo pela rede social, estava ralando na faculdade mas continuava com seus gostos “excêntricos” como jogar tênis, frequentar baladinhas top, etc. Não parecia ter muito sucesso com a mulherada, confesso que até desconfiei de “algo”, mas não fazia muito sentido (sempre convivi com gays então conheço de longe, rsrs). Desde então temos mantido contato pelas redes sociais, compartilhamos gostos e desgostos como detestar futebol e não querer ter filhos. Ele que arrumou um colega que fez minha vasectomia.

Ricardo, agora médico solteiro, morando com os pais, tinha muita grana disponível e descobriu as profissionais do amor. Se orgulhava de transar com gatas top toda semana, dizia que não queria namorar, etc. Nada contra, acho esse estilo de vida totalmente saudável desde que o cara consiga bancar financeiramente e não sinta o peso psicológico de não ter uma companheira (não é porque isso é importante pra mim que será para todos). Era cômico ver os selfies enviados por Ricardo em seus momentos de “lazer” com as profissionais... até que Ricardo deu uma sumida, parou com suas fotinhas e com as atualizações ácidas e politicamente incorretas (poxa, eu adoro pessoas politicamente incorretas) nas redes sociais.

Já estava sentindo falta do meu amigo até que um dia o encontrei num hospital, havia anos que não nos víamos pessoalmente. O que mais me chocou foi descobrir que ele estava namorando! Estava explicado o sumiço...  Papo vai, papo vem, ele me mostrou fotos da moça (uma baita de uma gostosa, gatíssima, diga-se de passagem), questionado sobre a mudança de opinião tão repentina ele disse:

Nada a ver com a Sandy, coloquei foto
dela porque era minha musa da
adolescência.
“Brother, cansei da putaria, já gastei muita grana com profissionais e não me arrependo, mas as coisas mudam, sabe, comecei a sentir falta de programas mais adultos como sair pra jantar num bom restaurante, porra, eu sempre quis ir no Dom, no Fasano, Terraço Itália, mas ia chamar quem? Uma enfermeira capenga metedeira? Ir sozinho? Chamar minha mãe? Não dá né cara... Aí decidi que ia descolar uma mina top, afinal você tá ligado o status que ser médico e ter um carrão dá né... não ia sair por aí desfilando com uma candanga... Um dia estava numa confraternização daqui do hospital e apareceu essa mina, arrastei e desde então estamos juntos, mas é jogo aberto: a gente se curte, mas é mais uma troca: ela me faz companhia enquanto frequenta os lugares que eu curto frequentar, banco tudo, mas me divirto, passo um tempo com uma pessoa bacana, bonita, me faz bem, não temos cobranças... É meu bibelô igual aquele sedã branco lá fora..."

Essa história do Ricardo é verídica e fico muito contente por meu amigo, é mais um exemplo que pensar fora da caixa é sempre a melhor opção, fugir do efeito manada também... Ficar preso a convenções sociais, medinhos idiotas, se amarrar a opiniões alheias e conselhos de familiares é SEMPRE uma péssima opção. Fazer aquilo que te dá na telha, levar um estilo de vida diferente mas dentro do respeito com outras pessoas é muito legal. Me identifico com Ricardo porque também tenho um estilo de vida diferente das demais pessoas, seja pelo lado pessoal, profissional ou financeiro. Não sou sofisticado como ele, curto coisas mais simples, jamais iria no Dom nem se custasse 10 reais simplesmente porque não curto comer com frescura, gosto de comida de verdade, rsrs, mas aprecio um bom scotch e uns cubanos (se bem que descobri uns charutos baianos deliciosos (no sentido literal, claro)). Gosto de histórias como essas, elas reforçam ainda mais o meu pensamento de abdicação de convenções familiares e sociais idiotas que só servem como prisão e não te fazem crescer, muito pelo contrário, te colocam pra baixo todos os dias.

Fugi do óbvio várias vezes na vida e tenho poucos arrependimentos. Eu poderia ter continuado trabalhando de empregado até o fim da faculdade, depois seguido uma carreira tradicional ou quem sabe ser funcionário público (eca!), poderia ter tido filhos e estar casado com uma mulher embarangada somente pelas crianças, nesse caso teria amantes ou saidinhas como 99% dos meus amigos. Poderia estar gordo, sedentário, trabalhando 12 horas por dia em prol de pagar os carnês. Poderia, quem sabe, ter um carrão financiado numa bíblia de 8778678678 prestações. Poderia mil coisas, ter seguido o "rumo natural da vida" e ser mais um infeliz como grande parte das pessoas... Ao invés disso optei por caminhar numa trilha diferente. Mas hoje estou no auge da minha saúde, preparo físico e principalmente capacidade de aprendizado intelectual, estudando um segundo idioma e trabalhando em cima de  possibilidades para uma mudança radical de vida (pra muito melhor) num outro país. Tenho uma esposa maravilhosa no sentido físico e psicológico, algum dinheiro guardado e estabilidade financeira sem 1 real de dívidas... É amigos, pensar fora da caixa não é tão ruim... Se eu pudesse dar um único conselho para um jovem ele seria: FAÇA DIFERENTE!

sábado, 8 de novembro de 2014

[Off] Sobre Macho Beta, Supremacia e Assédio Feminino

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Atenção: esse post pode parecer machista e opressor. Se você tem frescurinha com opiniões alheias, suma daqui.

Não gosto muito de tocar nesses assuntos, deixo para meu amigo Pobreta que é especialista nas teorias sobre homens sem sucesso com mulheres, mulheres exploradoras... porém ultimamente tenho convivido mais de perto com uma molecada na faixa de 16 até 20 anos e tenho notado coisas que me deixam preocupado.

Conversando com meus funcionários mais novos, garotos de 16 até 20 anos tenho notado que o assunto mulher está cada vez mais difícil para eles. Antes eu acreditava que o que realmente faltava era vergonha na cara dessa molecada que só sabe ficar dormindo no ponto e são incapazes de chegar numa garota mesmo sabendo que as chances de um sim são ínfimas, porém analisando de maneira mais profunda acabei mudando um pouco de opinião. A mulherada está cada vez mais complicada.

Essa história de macho alfa e beta é novidade pra mim, a primeira vez que ouvi essa nomenclatura foi no blog do Pobreta ou de outro colega, porém eu acredito que isso sempre existiu e sempre existirá. Baseando no meu entendimento de macho alfa X beta me considero 100% beta! Nunca fui popular na escola, nunca fui atraente, sempre fui tímido e introspectivo, mas isso jamais me impediu de ter relativo sucesso com as meninas. Lembro-me que o ponto alto do meu sucesso foi quando, com 15 anos, namorei uma das meninas mais bonitas da escola. Ela era cobiçada por muitos, parecia metida e mal humorada, mas não era nada disso. Um dia, em pleno carnaval, com muitas cervejas na cabeça cheguei chegando e rolou. Namoramos um bom tempo e o relacionamento acabou justamente por causa dela ser bonita. Não, eu não levei chifre, o que aconteceu foi justamente o contrário: outras meninas começaram a me assediar e eu moleque não resisti e cai em tentação várias vezes... Parece que ficar com a menina mais bonita da escola foi um passaporte para o sucesso com as outras. Mulher bonita atrai mulher bonita.

Acho que se eu tivesse 15 anos hoje esse tipo de coisa não aconteceria. Com toda exposição das mídias sociais, com tanta informação rolando na rede acho que minha vida de garoto beta seria muito mais complicada. A tormenta de informação acaba travando a gente que é adulto, imagine um garoto cagão de 15 anos... A internet tem matado nossos jovens. A putaria em volta do funk, da cultura da periferia tem matado a chance do garoto CDF se sobressair justamente por ser interessante. O lance agora é financeiro, ostentação... não intelectual. Lembro-me que com 15 anos e sendo um bom aluno (não o melhor, mas um bom aluno) eu gozava de certo prestígio com os colegas de sala. O fato de eu sempre reclamar com professor por me "roubar" 0,25 pontos numa nota 9,5 era motivo de piada mas também de respeito na sala de aula. Os "alfinhas" me respeitavam por eu ser mais inteligente e ter notas melhores, as meninas também respeitavam e admiravam quando eu tirava a melhor nota da sala em química. Hoje duvido que isso teria alguma relevância. Digamos que eu era um beta e 1/2.

Acredito que a supremacia feminina sempre aconteceu de uma maneira ou outra, mas dessa vez é diferente. A molecada enche tanto a bola das meninas que elas acabam querendo sempre mais e mais. Com 18 anos era fácil ficar com meninas de 15, eu tinha um emprego, um Fusca e grana pra pagar um cinema. Hoje em dia acho que um carrinho e uma graninha não são mais suficientes para um molecão ter sucesso com as gatinhas do 1º colegial... A putaria está cada vez maior, a sociedade está se degradando a cada dia... Fico aliviado por ter curtido a adolescência numa outra época onde tudo foi mais fácil e principalmente por ter encontrado uma companheira que me completa de maneira tão eficiente.

Tenho notado uma coisa interessante e que não tenho uma explicação convincente. De uns tempos pra cá tenho percebido o aumento do assédio feminino. Não sou "ostentador", as pessoas nem sabem que sou o dono das minhas lojas (passo por gerente), continuo longe de ser um exemplo de beleza e mesmo assim o assédio tem aumentado. Seria porque de uns 3 anos pra cá decidi me vestir melhor? Seria porque "é dos carecas que elas gostam mais"? Seria porque após os 30 o homem fica mais maduro do ponto de vista intelectual? Não sei... Só espero que isso também aconteça com essa molecada em algum momento de suas vidas.

Meus conselhos pra essa molecada? Não procure uma namorada, ela aparecerá naturalmente. Não seja frouxo, tente sempre transar, afinal esse é seu objetivo, não? Tente ser seletivo, mas se não funcionar, pare de frescura e vá atrás de feinhas. São com essas que você aprenderá a conversar com uma mulher e a convence-la a ir pra cama com você. Não dê bola pra meninas, se começar com frescura, saia fora e procure outra. Jamais banque garotas, no máximo pague uma coisa ou outra se o investimento compensar. Tenha um carro assim que possível. Tenha dinheiro para o motel, mas se ela se oferecer para rachar a conta, aceite. Cultive amizades coloridas, nada melhor que ter uma amiga que goste de transar sem compromisso. Contrate profissionais, isso vai ajuda-lo a realizar fantasias e a transar com determinados perfis de mulheres. Incentive todas as fantasias de sua parceira e sempre coloque o prazer dela na frente do seu, isso é investimento. Acho que seguindo esses conselhos um beta pode chegar mais perto de ser um alfa.

Sobre Faturamento, Ausência de Inovação, Funcionários, Treinamento e Marca

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

A loja nova vai bem, muito bem! Estou até desconfiado que há algo de errado, estou muito propenso a acreditar que o fator novidade está muito mais presente que o imaginado. O faturamento está muito acima do esperado, fechei os primeiros 30 dias com venda superior ao projetado para daqui 4 meses... Novembro vai no mesmo rumo, com crescimento praticamente diário. Claro que estou feliz, mas isso dá um certo receio. Até quando esse crescimento continuará? O que acontecerá daqui uns meses? Enquanto isso o faturamento da loja antiga está estacionado.

Uma coisa interessante de ser analisada é que não fiz absolutamente nada de inovador, diferente e inusitado na loja nova, ou melhor, não fiz nada além do que deveria ser padrão de todo comércio. Reformei tudo, troquei instalações comerciais por outras modernas e bonitas porém não sofisticadas como muitos dos concorrentes. A loja é clean, não tem nada de mais porém é aconchegante e formatada de maneira a facilitar a circulação dos clientes e incentivar compras por impulso. A sala comercial inteira possui ar condicionado e música ambiente. Uma coisa que eu faço e poucos concorrentes fazem e não chega a ser nada inovador é manter um estoque variado e com boa quantidade: minhas lojas sempre estão cheias de mercadoria. Isso além de mostrar para os clientes que a empresa é saudável, favorece a compra. Ninguém gosta de comprar algo que tem pouco em estoque. Talvez meu grande "diferencial" seja o atendimento. Assim como na outra loja, faço questão absoluta que toda e qualquer pessoa que coloque os pés dentro das minhas lojas sejam recebidas de maneira cordial e que os funcionários estejam disponíveis para ajudar cada potencial cliente da melhor maneira possível. Isso não quer dizer que puxo o saco de cliente, nada disso, somente cumprimentamos, agradecemos e focamos em encontrar a melhor solução para o cliente aliado a melhor lucratividade para a loja. Simples, muito simples...

Atender decentemente é simples, porém está cada dia mais difícil encontrar pessoas que consigam pronunciar as palavras bom dia, boa tarde, boa noite, obrigado... É impressionante a mediocridade das pessoas! Apesar desse problema continuo com sorte em relação a funcionários. Após certa rotatividade inicial parece que encontrei funcionários dentro do que preciso. O golpe de sorte foi reencontrar um ex-gerente que havia se desligado da minha loja anterior (aquela que vendi a 4 anos) para tocar seu próprio negócio, após quebrar devido a falta de experiência e uma passada de perna do sócio, voltou ao mercado de trabalho com a faca nos dentes e sangue nos olhos pra ganhar dinheiro. Era a peça que estava precisando no meu quebra cabeça.

Uma das coisas que aprendi com Kiyosaki foi reconhecer as fraquezas e pagar bons profissionais para realizar as tarefas nas quais somos incompetentes ou simplesmente não queremos fazer. Sou um completo zero a esquerda quando o assunto é treinamento de funcionários. Além de não gostar, não sei fazer. Não tenho paciência para ensinar, quase sempre acabo sendo grosseiro, etc. Por isso estou treinando os novos funcionários de duas maneiras: os mais qualificados, com conhecimento técnico foram enviados para a loja de um amigo que trabalha de maneira muito similar a minha e está treinando-os em troca de pagamento; os funcionários mais gerais, que não possuem conhecimento técnico e exercem funções mais genéricas estão sendo treinados pela Bia na outra loja. Ela tem expertise nessa função e está fazendo um bom trabalho. Acredito que isso tem ajudado a reter boas pessoas, tenho consciência que no passado perdi bons funcionários por não saber treina-lo adequadamente.

Esse mesmo amigo que treina meus funcionários, eu e outro amigo formamos uma sociedade que a princípio explorará uma mesma marca. Essa era uma ideia antiga que foi colocada em prática a toque de caixa devido a reinauguração da loja nova. Fizemos um brainstorm e chegamos a um nome muito interessante. Pagamos uma agência de publicidade que criou a identidade visual e a minha nova loja debutou essa nova marca, o próximo passo será implanta-la nas demais lojas: a minha loja antiga e as 3 lojas dos meus amigos. Dessa maneira pretendemos criar uma cara de rede de lojas e ao mesmo tempo manter nossa individualidade. Por enquanto está tudo acertado de boca, mas pretendemos correr atrás da formalização da parceria no começo de janeiro. Até agora estou gostando do resultado, o layout ficou muito profissional e realmente parece uma loja pertencente a um grande grupo.

Continuo com minha rotina de 16 horas de trabalho todos os dias, sinto que com meu novo gerente (agora supervisor) isso mudará em breve. Estou muito cansado fisicamente, nunca tomei tanto café na vida (nem na faculdade), mas minha cabeça está ótima! Continuo estudando inglês mas infelizmente abri mão da academia e de qualquer forma de exercício físico, estou sentindo falta, mas como disse, em breve o ritmo diminuirá. O resumo é que até agora tudo está valendo o risco...