Após duas postagens cuja repercussão fora muito maior que o esperado, estou voltando ao cotidiano do blog. Foi legal conversar sobre relacionamentos e mulheres, mas acredito que esse não é o foco do meu blog. Veio gente até pedir conselho! Experiência bem interessante, sem dúvidas...
Hoje vou falar sobre um assunto que mudei radicalmente de opinião nos últimos tempos. Vale a pena esposa trabalhar com marido? Se me fizessem essa pergunta em até o meio do ano passado a resposta seria um sonoro NÃO, porém a coisa mudou... Nos primórdios do blog fiz uma postagem sobre o assunto e gostaria de comentar alguns pensamentos que mudaram desde que Bia veio trabalhar part time comigo. Devido a necessidade, após comprar a loja nova confiei a ela algumas tarefas inerentes a qualificação e experiência profissional que ela tem no próprio emprego. Eu acreditava que seria somente um tapa buraco e que devido ao abismo de diferença entre o emprego dela e trabalhar num comércio ela não conseguiria desempenhar muito bem tais funções, estava errado, ela cumpriu muito bem as tarefas e nos fez pensar numa mudança definitiva no futuro.
Link da postagem antiga: http://coreyinvestidor.blogspot.com.br/2013/02/esposa-gerente.html
Em 2013 quando escrevi o texto do link acima, comentei alguns fatores pelo qual eu achava furada ter a esposa trabalhando na empresa do marido.
Perfil
2013: Falei que pessoas sempre sugeriam que eu colocasse minha esposa para trabalhar comigo argumentando que é uma pessoa de confiança, que trabalharia em prol dos mesmos objetivos, etc. Isso faz todo o sentido porém argumentei que nem sempre a esposa tem perfil para ser uma gerente da empresa do marido, que nem sempre ela terá a veia empreendedora e saberá tecnicamente como lidar com funcionários, fornecedores etc.
2015: Continuo achando que o perfil tem muito a ver, mas agora tenho os olhos mais abertos, acho possível ter a esposa trabalhando em alguma função na empresa na qual ela desenvolva de maneira profissional e eficaz. Querer que ela seja gerente logo de cara é a furada, pode até ser que seja um dia, mas deverá galgar o espaço assim como outro profissional. Eu não via uma maneira profissional de empregar um parente, mas agora vejo que é sim possível. Deve-se adequar a vaga ao perfil da esposa. Claro que isso não serve pra todos, empresas muito pequenas não dão essa possibilidade, é necessário ter um tamanho razoável para poder achar esse encaixe.
Conflitos
2013: Argumentei que conflitos profissionais, de tomadas de decisão equivocadas ou em desacordo entre as partes poderia ser uma fonte de conflitos também no lado pessoal o que leva (com toda a certeza) ao enfraquecimento da relação do casal.
2015: Hoje vejo que isso é facilmente combatido com a clara divisão de tarefas e autoridade, o famoso cada um no seu quadrado. Se ela for responsável, por exemplo, por contratar funcionários, você deverá aceitar as decisões que ela tomar, do contrário estará interferindo no serviço dela. É questão de amadurecimento e claras definições.
Lazer
2013: Levantei a questão que seria inviável, por exemplo, uma viagem se o casal estiver trabalhando na empresa, a ausência de ambas as partes enfraqueceria o dia-a-dia podendo até causar danos irreversíveis.
2015: Mais uma vez a resposta para isso está na moderação, acho que a esposa não deve ser gerente ou a responsável máxima da empresa. Deve ter funções que possam ser suspensas durante 30 dias e não funções de cobrir emergências ou apagar incêndios. Nesse caso é possível sim o casal tirar férias juntos.
Renda All-in
Aqui está algo que ainda não mudei de opinião. Continuo achando arriscado o casal obter renda de uma única fonte, o que chamo all in de renda. Acredito que quanto maior e mais rentável a empresa, menos arriscado isso se torna. Se o casal tem um boteco sujão é loucura!
Diversificação
Continuo achando a ideia de pegar uma grana, investir numa franquia ou um negócio qualquer e colocar a esposa pra administrar mesmo sem ter conhecimento sobre isso algo extremamente temerário. As vezes o casal fica tentado em diversificar a renda através de um negócio mas isso quase sempre termina em tragédia (financeira, ao menos).
A experiência de trabalhar com a Bia está sendo muito interessante. Não é a primeira vez, mas acredito que na outra a gente era muito imaturo tanto do ponto de vista de relacionamento como casal quanto no sentido de ter "as manhas" do empreendedorismo. Agora tudo está diferente, ela está fazendo algo que sabe fazer, de maneira muito eficaz porque está trabalhando para a empresa dela, algo que lhe pertence. Ela não tem um horário porque não preciso dela diariamente na loja, mas está ao menos três vezes por semana presente, Além de contribuir nessa função (que detesto e não sei fazer, diga-se de passagem), ela dá sugestões, conversa com funcionários e clientes, ou seja, acaba sendo uma espécie de relações públicas da empresa. Não recebe salário porque, como disse, em casa estamos testando uma espécie de socialismo nas finanças (falarei futuramente, me lembrem), mas se a coisa engrenar e crescer, terá trabalho full time e receberá sim salário e será uma funcionária como outra qualquer. Sim, estamos estudando a possibilidade dela trabalhar full time nas lojas, ainda mais se surgir uma terceira loja no horizonte... Nossos objetivos de mudança de vida são juntos, nada mais justo e coerente que a gente trabalhe junto pra atingi-los.