quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Dicas do Corey

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

O post de hoje é só pra dar algumas dicas de conteúdo da internet, o primeiro é o Rockstar Finance, um site agregador de links interessantíssimos sobre independência financeira, frugalidade, minimalismo, investimentos, aposentadoria precoce. Se você lê em inglês e tem interesse em conhecer ou saber mais sobre a blogosfera de finanças gringa esse site é imperdível. Todos os dias eles colocam 3 links que direcionam para outros sites, além disso tem um puta arquivo, interminável, de links interessantes.

http://rockstarfinance.com/

Observação: não estou ganhando nada do site, apenas estou divulgando porque é um conteúdo muito foda.

A segunda dica pode ser meio besta, mas enfim... Quem tem 30 e poucos anos com certeza se lembra do Shop Tour, um programa de propagandas que passava nas madrugadas da TV Gazeta (?) e depois foi full-time pra um canal VHS sinistro. Luiz Galebe, o dono e um dos garotos propagandas do canal foi simplesmente o maior vendedor que já conheci, é um cara que com certeza consegue vender areia no deserto... O programa acabou porque segundo próprio Galebe, o Shop Tour foi formatado pra televisão e não se adaptaria as mudanças desse meio de comunicação, mas o legado ficou. Dia desses encontrei no YouTube um canal, que acredito eu ser do próprio Galebe, com uma caralhada de vídeos dessas propagandas do Shop Tour. Não sou da área de publicidade mas com certeza esses vídeos tem valor histórico para a publicidade brasileira e servem de curiosidade pra todos nós, dá pra ver imagens do Brasil dos anos 80/90, saber que em 1991 o Panettone Bauducco custava 3.299,00 cruzeiros!

https://www.youtube.com/channel/UCviK7WRuht-oT3F9b2qhPdQ/videos?view=0&shelf_id=0&sort=dd
Galebe me inspirou muito e indiretamente me influenciou a ser o vendedor que sou hoje por isso acho justo divulgar um pouco o trabalho que ele fez na TV brasileira.

Comentários sobre o último post

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Acredito que não me expressei bem no último post, algumas pessoas entenderam o que pretendi dizer mas outras se perderam um pouco, por isso vou fazer esse post pra me expressar melhor.

Quando disse que não tenho amigos não quis dizer que não quero fazer amigos e que me isolei da sociedade dentro de um casulo, muito pelo contrário, quem acompanha o blog a mais tempo sabe que isso é algo que me incomoda. Por duas vezes eu falei sobre o assunto aqui:

http://coreyinvestidor.blogspot.com.br/2012/08/socializacao-ainda-da-tempo.html
Nesse texto de 2012 eu falo sobre o quão legal foi reencontrar colegas de faculdade e conseguir conversar sobre assuntos que considero interessantes. Nessa ocasião específica falar com "pessoas comuns" sobre coisas banais era algo que me incomodava, hoje não mais. Após uma experiência interessante de trabalho semi-voluntário que fiz no início do ano percebi que é legal sim conversar sobre besteiras como novelas, pseudo-celebridades, etc. Você acaba criando um vínculo despretensioso com as pessoas o que melhora muito a fluência do coleguismo. Mudei, hoje estou mais sociável e não quero mais conversar somente com intelectuais e pessoas que possivelmente podem me agregar alguma coisa. As vezes um bate papo informal pode ser muito bom!

http://coreyinvestidor.blogspot.com.br/2015/07/voce-tem-um-gap-na-sua-vida.html
Aqui falo de como ser "patrão" diminui drasticamente as chances de ter amizades e que o fato de estar empreendendo a mais de uma década me afastou de conhecer novas pessoas e fazer amizades. Não há mistério, você certamente se entrosará mais com seus colegas de trabalho (de mesmo nível hierárquico) que com  seu patrão. Isso é mais um fato que atrapalhou e continua me atrapalhando a fazer amizades.

Perceba que não ter amigos não é uma escolha e sim um efeito adverso de diversas coisas como o fato de ser diferente em diversos aspectos da maioria das pessoas, o fato de ser patrão e não "peão" como o resto das pessoas, etc. Nunca me fechei pra amizades, mas elas nunca aconteceram de maneira plena. Por outro lado isso não é algo que chega a atrapalhar meu dia-a-dia, que tira meu sono...

Sobre a Bia ser minha única amiga acredito que não é algo extraordinário, aliás, digo mais, se sua esposa/marido não é seu melhor amigo, brother, tem algo muito errado com seu relacionamento. No meu modo de pensar a partir da hora que você se casa, sua família e suas amizades devem ser por ordem de prioridade quem está dentro da sua casa: sua esposa e seus filhos. Depois deles vem seus pais e seus amigos (não necessariamente nessa ordem). Se você valoriza mais seus amigos que sua esposa, fique com eles. Ah, mas o seu casamento pode terminar um dia... Cara, não sei pra que tanto drama, se um dia isso acontecer, vou lidar com o problema no momento que ele surgir. Antecipar grandes problemas só traz agonia e te faz fazer grandes merdas.

Resumindo, não se trata de não querer fazer amizades e sim de afirmar que isso nunca aconteceu de maneira plena na minha vida.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Casamento Socialista

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Observação #1: Você está num blog. Blogs são feitos por pessoas e expressam a opinião dessas pessoas. Você não tem que concordar com o que falo no blog. Se você não concorda e deseja expor sua opinião, o faça de maneira civilizada, com educação e cordialidade. Toda opinião contrária é bem vinda desde que feita com respeito. Se você não curte opiniões contrárias a sua, por favor feche a aba e não volte mais aqui.

Observação #2: Todas as vezes que tentei falar sobre casamento me mulher houve muita trollagem que me levaram a retirar os posts do ar porque meu objetivo não é ter audiência e sim trocar ideias de maneira madura. Guardo o direito de retirar essa postagem do ar se perceber que houve trollagem ou excesso de comentários podres.

Observação #3: Comentários com termos escrotos e infantis não serão aprovados, assim como comentários feitos com o único objetivo de me xingar. Agora vamos ao texto...

Hoje quero falar um pouco de como encaro o casamento e como ser casado me ajudou e continua ajudando até aqui.

A primeira coisa que digo é o seguinte: não existe essa de opostos se atraem, ponto final. Se você é frugal, financeiramente educado, tem objetivos de investimentos a longo prazo, quer ter tranquilidade financeira e sua esposa/marido não tem esse perfil sinto informar, seu casamento vai destruir sua vida. Não existe a menor possibilidade de um casamento assim dar certo no longo prazo. Se sua companheira/o tem perfil financeiro muito diferente do seu você terá duas alternativas: a) esquecer seus planos financeiros ou b) se separar o mais rápido possível. Pode parecer rude mas essa é a realidade. E por essa ser a realidade é que sempre digo: um casamento talvez tenha 2 ou 3% de chances de dar certo, a grande maioria dos casais são incompatíveis. É por isso que sempre ouvimos coisas como: "mulher é tudo gastona", "casar é a maior merda que alguém pode fazer", "casamento arruína a vida dos homens", "mulher só fode com a grana do cara", etc. Infelizmente tudo isso é verdade, vejo que as chances de um cara encontrar uma mulher frugal e que tenha pensamento financeiro semelhante é ínfima. Essa é a triste realidade.

Aqui na blogosfera temos vários exemplos de bons casamentos, blogueiros casados com suas esposas trabalhando junto por um único objetivo e esses casamentos são na verdade exceção e ao mesmo tempo o motivo do sucesso dessas pessoas. Percebo que a amostragem de casamentos felizes dentro da blogosfera, seja ela brasileira ou gringa, é muito maior que fora dela. Seria coincidência? Não, não é e é simples explicar: casais realmente casados, companheiros e cúmplices tendem a agir como uma só pessoa, ou seja, fazem tudo em prol de uma única coisa, o foco é o mesmo, logo é uma questão matemática: se você tem 2 cabeças, 4 pernas e 4 braços fazendo o trabalho de 1 pessoa, com toda certeza esse trabalho será melhor realizado. O casamento traz uma potência incrível ao homem e isso repercute de maneira incrível na vida financeira.

Sabe aquela história de "na saúde e na doença", "na riqueza ou na pobreza"? Eu realmente acredito que deve ser assim. Se você não estiver disposto a cuidar da sua esposa se ela adoecer, se você não está disposto a passar algum perrengue financeiro se isso for necessário, brother, não case. Meu ponto de vista é simples de entender: após o casamento não existe "eu", existe "nós". Claro que todos devemos ter um pouco de privacidade e óbvio que num casamento ambos devem ter suas atividades individuais. Não se trata de fazer tudo junto, até porque ela dificilmente vai curtir aprender sobre mecânica e você também não vai saber combinar a cor da base com a cor da pele. Se trata de levar a vida, tomar as decisões importantes e relevantes juntos, sempre juntos. Claro que nunca vocês irão concordar 100% e aí que entra algo chamado flexibilidade que te permite negociar a e ceder. É assim que deve ser.

Financeiramente falando acredito que a melhor maneira de dividir as finanças é de maneira socialista. O socialismo é uma bosta e mesmo dentro de um grupo pequeno (como é um casal) pode não dar muito certo mas é assim que deve ser. Não acho que um casal que estabelece porcentagens de divisão de gastos, que toma decisões financeiras escondidas, que pensa em investimentos como "dinheiro meu ou dinheiro seu" possa ter um futuro bacana. Em casa já tentamos dividir despesas e não deu certo. Não pelo conceito e sim pela complexidade. É muito mais fácil ter uma conta conjunta, jogar lá toda receita, subtrair as despesas e investir o resto. Foda-se quanto cada um ganha. Se ela ganha muito menos que você e isso te incomoda, desculpe, você deveria ter pensado nisso antes de casar, agora é tarde.

Casei de maneira maluca, sem pensar muito, a gente era muito jovem... Deu certo, mas tenho consciência que dei sorte porque tinha tudo pra dar errado. Se você tem a oportunidade de planejar, o faça de maneira racional. Quando digo planejar o casamento não estou falando sobre a festa, aliás, se você gasta mais de mil reais numa festa de casamento tem algo errado com sua atitude perante o dinheiro (taquem as pedras), estou falando do óbvio: veja se você está pronto pra casar, veja se sua noiva/o é compatível com seu estilo de vida, veja se você está disposto a ceder, etc. Não há absolutamente nada de errado em não casar, muito pelo contrário, suas chances de sucesso e felicidade na vida serão maiores se você ficar solteiro.

Embora pareça não estou sendo incoerente, eu realmente acho que as chances de ter um bom casamento são ínfimas mas se você acertar na loteria do bom casamento, mermão, suas chances de sucesso na vida serão potencializadas de maneira absurda.


domingo, 18 de dezembro de 2016

Amigos, Festas e Bebidas

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Ultimamente Bia e eu estamos conversando muito sobre o quão as coisas mudaram nas nossas vidas nos últimos anos e claro, como estamos envelhecendo e amadurecendo.

Até não muito tempo atrás a gente ia em alguma festa de amigos ao menos uma vez ao mês. Na verdade posso traduzir "festas de amigos" como: "reuniões com conhecidos onde sentimos obrigação de ir". A verdade nua e crua é que Bia e eu não temos amigos, nenhum, nenhum mesmo, ponto final. Somos amigos um do outro e pronto, é o bastante. Os "amigos" são na verdade pessoas que possuem certo vínculo social conosco: colegas do tempo de escola, colegas de trabalho, conhecidos de baladas, etc. Com cada grupo temos algo em comum mas nunca tudo em comum. Mesmo dentro desses grupos as coisas foram se modificando e os "amigos" se distanciando: os colegas de escola se tornaram socialistas (fuja dos amigos socialistas), pais ou simplesmente foram sumindo no mundo. O trabalho mudou, os co-workers também, os interesses já não são os mesmos.

Isso se torna mais latente com um casal esquisito como a gente que é meio maluco, não tem filhos, parece mendigo mas viaja pro exterior com frequência, que não divide detalhes do trabalho, renda ou planos com os outros... Junte a isso o fato de sermos um tanto quanto anti-sociais (já devemos ser people-person demais durante o trabalho), não tolerarmos bagunça, barulho e música de gosto duvidoso e o total fracasso social fica mais aparente. Atualmente abandonamos sem perceber a desgraça da "obrigação social" e não vamos mais a reuniões de "amigos" e familiares. Isso trouxe certa sensação de liberdade, de novamente sair da Matrix e fazer as coisas porque temos vontade e não por nos sentirmos obrigados. E esse lance de ser social pra aproveitar oportunidades, fazer networking e o kct é mais uma coisa plantada na cabeça das pessoas. Quem se lembra do Negócio Kyiosaki que fiz ano passado? Conheci Ana, uma das envolvidas no negócio, na lavanderia do prédio, sem forçar nada. Enfim, não é preciso fofocar com "amigos" de 20 anos pra conseguir bons negócios (a propósito, o telefone de Ana continua salvo no meu celular mas nem por isso fico forçando a amizade mandando "bom dia" no whats). Nos EUA é muito comum eventos de networking, onde você vai a uma reunião pra distribuir cartões de visita e forçar amizades a partir das quais espera obter alguma vantagem. Poucas coisas na vida são tão patéticas como isso. É errado? Claro que não! Mas é patético...

Com certeza absoluta eu estaria muito melhor financeiramente e profissionalmente se tivesse um grupo maior de amigos. O fato é que quanto mais gente você conhece e se relaciona, maiores as chances de fazer negócios e aprender mais. Porém minha personalidade não condiz com isso e não me arrependo nenhum pouco por fechar essas portas. Não sou e nunca serei político.

Realmente acho que pessoas cheias de "amigos" não são muito confiáveis porque é necessário ser falsa pra cultivar "amizades". (taquem as pedras). Da mesma maneira que casais e pessoas que ficam afirmando sua felicidade em redes sociais estão na verdade tentando acreditar que são felizes. Não estou dizendo que não exista amizade de verdade, claro que existe, assim como existe casamento de verdade (preparando um post sobre isso, polêmica a vista...). O que estou tentando dizer é que não existe possibilidade de uma só pessoa ser amiga (de verdade) de um monte de gente, quanto menos amigo, melhor (menos é mais, lembra-se?).

Outra coisa que percebi é que encher a cara perdeu completamente a graça. Até pouco tempo atrás eu curtia ir num churrasco e ficar doidão com os mesmos "amigos" relatados acima. Já era, isso não tem mais a menor graça. Gosto de beber um bom whisky e uma cerveja, mas de boa. Quando percebo que estou ficando mal paro imediatamente. Tenho ficado meses praticamente sem beber, não tenho mais litros de bebida em casa, percebi que "investir" dinheiro num bom scotch não me faz feliz como antes. O fato de todo mundo levar bebedeiras com naturalidade, ter orgulho de ressacas e de torrar rios de dinheiros com cachaça é algo que anda me incomodando bastante, não consigo ver vantagem nisso e não entendo como as pessoas levam isso com naturalidade (aliás até entendo porque até pouquíssimo tempo atrás eu também achava natural: as pessoas simplesmente se deixam levar pela "cultura" e "tradições" e não param pra pensar o quão absurdo é sentir orgulho de ser um drogado (porque ficar bêbado é sim se drogar)). A gente aqui na blogosfera critica quem acha natural ter dívidas mas não costumamos olhar para nossos próprios rabos e ver que também achamos certos absurdos como coisas normais da vida.

Uma coisa que anda me incomodando ultimamente é a banalização da maconha. Quando era moleque os colegas maconheiros respeitavam os não usuários e jamais fumavam em grupos de não-nóias. Hoje marmanjo fuma um na frente de criança, na mesa do bar, com a maior naturalidade... Veja bem não tenho opinião formada sobre legalização de maconha (embora como liberal que sou minha opinião tende a ser da liberação) mas porra, cada um faz o que bem quer mas tem coisas que obviamente devem ser feita no privado. Também tenho costumes pouco ortodoxos mas nem por isso saio falando e principalmente fazendo em público.

Acho que estou ficando um velho chato, aliás tenho certeza disso!

sábado, 10 de dezembro de 2016

Paixão por Carros?

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Aprendi a dirigir com 6 ou 7 anos. Lembro perfeitamente das aulas "teóricas" que meu pai me deu. Nos anos 90 não existia mimimi e crianças viajavam livremente no banco da frente ou no chiqueirinho do Fusca. Comigo não era diferente. Aos 7 anos eu trocava de marcha na Variant 72 do meu pai, ele cantava a marcha e eu trocava: "Corey, 3ª, agora 2ª, 3ª de novo...". Aquilo era o máximo! Aos 9 dirigi sozinho pela primeira vez, um Fusca azul do meu pai (que vivia trocando de carro, fazendo altos rolos) num campo de futebol da cidade dos meus avôs, precisei colocar todo o banco pra frente, enxergava pelo aro do volante e não conseguia pisar na embreagem até o fim . Aos 11 já era "fluente" na direção, dirigindo inclusive sozinho e fazendo pequenas tarefas para meu pai (banco, supermercado, etc). Que saudade dos anos 90... Que pai maravilhosamente retardado eu tive...

O adolescente Corey era famoso na escola por sempre ir às festinhas de carro (de Fusca, porque Fusca não é carro, é Fusca, rsrs!) e obviamente isso me rendeu vários "esquemas" precoces pelos quais serei eternamente grato ao meu velho por entregar um Fusca na mão de um moleque de 14 anos. Embora moleque sempre fui responsável e quando dizia ao velho que ia ao local A eu ia ao local A (com raríssimas exceções) e jamais bebia quando estava de carro.

Aos 15 anos comecei a trabalhar e adivinha meu principal desejo? Claro, comprar um carro! Em casa nunca teve esse negócio de dar presentes de aniversário, dia das crianças, Natal... (super recomendo esse lifestyle, presente é o kct) com carro não seria diferente. Se eu quisesse um carro eu teria que compra-lo. Mais um ponto positivo pro papai Corey que embora uma topeira financeiramente falando, acabou dando uma excelente aula de educação financeira. Com 16 eu já estava motorizado e o desejo agora era fazer 18 anos e tirar CNH!

Isso é um carro, o resto é condução.
A vida financeira evoluiu e carros sempre estiveram no meu horizonte. Sempre queria ter um carro melhor mas graças a Nossa Senhora dos Pão Duro não caí em muitas tentações e não cheguei a fazer muitas cagadas com carros. A cagada mor foi sem dúvidas comprar um sedan top de linha zero quilômetro quando já estava afundado em dívidas, como disse num post recente tudo de ruim aconteceu com esse carro. Ainda bem! Esse carro foi o start pra eu começar a desencanar da cultura automobilística.

A gota d´água veio quando comecei a viajar para o exterior. Percebi que nos EUA Corolla e Civic é igual Uno e Gol no Brasil. Igual não porque eles maltratam esses carros, coisa que normalmente não acontece com os Uninhos brasileiros. Americano tem uma relação interessante com carro: todo mundo tem carro porque precisa de carro. Criança de 14 anos pode dirigir (dentro de algumas regras e em alguns estados) porque isso é necessário. Sem carro, sem perna. Simples! E por isso as pessoas usam carros como meio de transporte e nada mais. Claro que existem carros de luxo, pessoas que mimam seus carros mas isso é exceção. O fato de carro ser acessível faz com que a imagem de "investimento" jamais apareça e pode contribuir pra essa atitude do americano.

Desde então passei de 3 carros (sim, 3 carros para um casal) pra somente 1. Desgostei de cuidar e me preocupar com carro, nesse meio tempo surrei um popular comprado zero (na mesma época do sedan) até o osso. 60.000 só trocando óleo e passei a ver carro como um bem de consumo. Troquei de carro algumas vezes mas sempre devido a algum rolo comercial que fiz, ou seja, usei o carro como moeda de troca o que acaba tornando-os menos passivos.

Hoje já não sinto o mesmo tesão em dirigir o que se tornou uma obrigação e não um prazer. Gosto de dirigir nas estradas americanas mas confesso que isso pode ser boring: as interestaduais são todas absolutamente iguais em qualidade de asfalto, ângulo de curvas, disponibilidade de rest areas e serviços. Uma das experiências que fazem parte de uma viagem para os EUA é dirigir bons carros pagando pouco e gastando praticamente nada em gasolina. Aproveito isso pra dirigir carros diferentes, inacessíveis ou que simplesmente não existem no Brasil; Camaro e Mustang (péssima ergonomia), SUVs fodonas (não curto SUV, prefiro Wagons), sedans luxuosos como Cadillacs, Mercedes, BMW (esses sim são minha praia e meus carros favoritos), V8tões barulhentos e brutos, etc. Mato minhas lombrigas e volto! Já na Europa dificilmente alugo carros, a malha de transporte público é simplesmente perfeita em quase todas as cidades, os trens de longa distância são confortáveis e eficientes, etc. Além disso vamos combinar que carro Europeu é sem graça: pequenos, fracos, diesel... com exceção para os alemães e claro, os fodões italianos.

Saporra é duro como um Voyage 86, faz quase 30km/L de
diesel e tem um câmbio delicioso (e olhe que detesto
câmbio mecânico)
Após dirigir carros fodas percebi que o tesão é mais pela curiosidade que por outra coisa, claro a sensação de poder de estar no voltante de um Porsche, de status por estar numa série 7 é muito legal. Não vou ser hipócrita e dizer que dirigir um carro fodão não causa sensação de superioridade, muito pelo contrário... Porém chega uma hora que você passa a dar menos valor para essas sensações. No quesito carros hoje em dia tenho curiosidades bizarras do tipo dirigir um trator, um FêNêMê caixa seca, um DKW, um Smart... Um dos carros mais divertidos que já dirigi foi um Rabbit (Golf) 1983 diesel de um amigo de um amigo no Texas e um dos mais prazerosos foi um Passat também diesel (será que tenho algum fetiche por diesel?). O Camaro e Mustang são somente rostinhos bonitos, mas um porre pro dia-a-dia. Graças a Deus não cheguei ao ponto de torrar dinheiro comprando carros pra ter prazer em dirigir, eu os aluguei, me diverti e devolvi. Como dizem: “If it flies, floats or fornicates, always rent it. It's cheaper in the long run” (embora casado, concordo com a última parte e acrescento um "drive" na equação).

Dirigir perdeu a graça e cada dia me atrai menos. Repito que uma das minhas vontades é não ter carro, levar uma vida simples numa cidade onde consiga fazer tudo de transporte público ou melhor, a pé. Durante algum tempo quase cheguei nesse ponto em São Paulo mesmo mas a ineficiência do transporte público é gritante. Uma pena porque o metrô de SP é o mais limpo, organizado, acessível e fácil de entender dentre todos que conheço no mundo. Estou ficando velho e isso é nítido. O que dava prazer nos 20 e poucos anos dá preguiça aos 30...

sábado, 3 de dezembro de 2016

De Volta ao Controle de Gastos

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

(antes de mais nada gostaria de saber se mais alguém não gostou do novo layout do blogger e se existe a possibilidade de retornar ao anterior onde era possível ver numa única página os comentários pendentes de visualização e as visualizações do dia (únicos parâmetros que me interessam))

2017 está batendo na porta e resolvi fazer algo que a algum tempo não fazia: um orçamento e controle de gastos. Fazem pelo menos 2 anos que parei de fazer orçamentos e controle de gastos e foquei no ganho de dinheiro achando que isso era o certo a ser feito e que fazer orçamentos só me fazia perder tempo, tempo esse que seria melhor investido caso ganhasse dinheiro. Bullshit! Pra resumir a conversa: nos últimos 2 anos sem fazer controles acabei socando um monte de dinheiro no orifício anal porque não se controla aquilo que não se conhece, a partir da hora que deixei de acompanhar meus gastos pessoais de perto comecei a perder dinheiro. Fato! Esse "tempo desperdiçado em controlar despesas" com certeza não foi utilizado pra ganhar dinheiro, ou seja, perdi dinheiro e tempo. Não vou entrar em detalhes como e onde perdi dinheiro porque também não estou a fim de chorar sobre o leite derramado, mas posso adiantar que isso aconteceu nas pequenas despesas, nos gastos desnecessários de combustível, nos cafés do Starbucks, nas revistas de aviação, nas compras exageradas de mercado, etc.

Desde que me conheço por gente tenho por costume de fazer controle de gastos e orçamentos. Não faço a menor ideia de como aprendi isso porque meu pai controla gastos da seguinte maneira: tem dinheiro, gasta; não tem dinheiro gasta do mesmo jeito porque o cartão de crédito tem limite. Quando criança juntava os caraminguá que ganhava de "mesada" e dos trampos que fazia, provisionava pra alguma compra que tinha vontade, etc. (observação: eu era péssimo em matemática na escola ao mesmo tempo que sabia dividir despesas grandes em provisionamentos mensais, calculava porcentagem, juros compostos, etc... é, está tudo errado no sistema de ensino). Quando comecei a trabalhar eu criei o método de envelopes (digo criei porque ninguém nunca me apresentou isso, tempos depois fiquei sabendo que outras pessoas faziam o mesmo), tinha diversos envelopes onde separava dinheiro para as despesas corriqueiras: gasolina, garagem, motel, restaurante, etc. Esse método me serviu muito bem até poucos anos atrás quando decidi concentrar minhas despesas no cartão de crédito para ao mesmo tempo simplificar e juntar milhas. Simplificar, simplificou. Fiz algumas viagens "grátis" com as milhas do cartão, além de ganhar upgrades e receber cartões com limites absurdos ou mesmo sem limite. Valeu a pena? Não tenho uma resposta.

O fato é que a facilidade de pagar com cartão faz sim você gastar mais, mesmo quem é controlado, sabe que cartão é uma ferramenta de compra e sabe o valor da fatura de cor acaba gastando um pouco mais da conta... A fatura nem sempre coincidir com o mês, ou seja, as vezes a despesa de um mês será paga só 2 meses depois faz com que se perca um pouco o controle de quanto está sendo gasto naquele determinado mês. Você sente a necessidade de segurar um pouco das despesas mas ao mesmo tempo tem uma big fatura do mês anterior. Viajar com milhas é legal mas é estressante ficar correndo atrás de melhores datas pra viajar, promoções pra dobrar milhas, etc. No fim das contas é melhor comprar uma passagem promocional e fim de papo. Não vejo vantagem no fato de postergar o pagamento de alguma coisa enquanto se ganha juros em cima ou demais operações complexas que as pessoas fazem. Não gosto de dívidas de nenhuma origem, nem boas muito menos ruins. Ou seja, cartão de crédito no momento atual da minha vida não é muito interessante.

Essa vontade de controlar melhor os gastos veio junto com a independência financeira, ok, estamos trabalhando e ganhando dinheiro mas nos comprometemos a viver somente com nossa renda passiva, ou seja, hoje a retirada das empresas vão para uma poupança que estamos fazendo para um período sabático. Todo dinheiro que gastamos é proveniente da renda passiva que obviamente não é tão grande assim, aliás digo que sou financeiramente independente porém não rico. Minha renda passiva cobre com folga nossas despesas básicas mas pra qualquer outra coisa é necessário trabalhar ou tirar dinheiro de outro lugar. Não existe milagre. Dentro desse cenário achei prudente ter um controle melhor de gastos junto com um orçamento que dê um norte.

Pra facilitar abri uma conta sem tarifas e transfiro pra lá os recursos que serão usados para nossa subsistência. Nessa conta são feitos os pagamentos de aluguel, contas de consumo, plano de saúde (tenho dúvidas se vale a pena manter essa despesa, mas é assunto pra outro dia), usamos o cartão de débito pra pagar todo o resto. O aplicativo do banco permite ter um controle dinâmico de onde o dinheiro está indo e isso é muito bom. Depois transfiro tudo pro excel e faço os cálculos. Sei de aplicativos que podem ajudar nisso mas não testei nenhum, aceito sugestões. Estamos no segundo mês dessa estratégia e está se demonstrando bem interessante e fácil de manter mas acredito que o fator fundamental é nossa vontade de fazer esse controle mais rigoroso.

Não estou focando em orçamento porque realmente não sei como será 2017, muita coisa estar por vir... Saber onde o nosso dinheiro vai se mostra suficiente nesse momento. Uma coisa que pretendo voltar a fazer em 2017 é controle dos investimentos como era feito no começo do blog, através da planilha do AdP, tudo certinho (os valores continuarão sem ser divulgados). Hoje tenho tudo na cabeça o que obviamente não é maneira mais eficaz de controlar as coisas. Espero escrever mais sobre esses assuntos "de raiz" que nunca saem de moda ao mesmo tempo que são extremamente importantes em qualquer fase da vida.