Peço desculpas por não ter participado mais das discussões do último post e também pela ausência nos últimos dias, acontece que pintou a oportunidade de fazer uma viagem e claro que não deixei passar.
Essa viagem foi muito interessante, fui sozinho (Bia trabalhando), fiz tudo diferente do que costumo fazer: fiquei em hostel, Airbnb compartilhado, dormi em aeroporto, trem e ônibus, levei somente uma mochila de cabine mesmo tendo que carregar roupas pra clima frio, aprendi muito. Nunca viajei de executiva mas também sempre procurei um pouco de conforto nas minhas viagens, achava a ideia de ficar em hostel ou quarto compartilhado um tanto bizarra e coisa de adolescente, achava que por ser adulto de classe média não faria sentido abrir mão de ficar em um hotel, por mais simples que seja. Dessa vez resolvi fazer um teste e abrir mão de todos os meus preconceitos, aproveitei o fato de estar sozinho (o que facilita tudo) e fiz coisas propositais pra testar meu nível de tolerância. Veja algumas conclusões que cheguei:
1- BAGAGEM: como todos sabem sou minimalista o que significa ter poucas roupas e tralhas, porém durante minhas viagens anteriores nunca fui exatamente um exemplo de minimalismo. Sempre levei roupas a mais, sabe aquele negócio de "vai que...", acabava levando peças que nunca usava e voltavam intactas pra casa. Dessa vez fiz justamente o oposto, levei uma calça jeans, camiseta, moletom e jaqueta no corpo e na mochila somente 2 camisetas, 2 cuecas, 2 meias, 1 blusa fina e havaianas. Calçado, somente o tênis do pé mesmo. Como fiquei 10 dias somente com essas roupas? Não contem pra ninguém mas acabei descobrindo uma invenção que poucas pessoas conhecem: máquina de lavar! Isso mesmo, eu usei essa máquina de última geração e acreditem, lavei minhas roupas! Você sabia que roupas podem ser lavadas e reutilizadas? Brincadeiras a parte, máquinas de lavar estão por todo canto e aparentemente o Brasil é um dos únicos lugares do mundo que não possuem laundromats da vida. Viajar somente com mala de mão é de Deus, é libertador, a sensação de descer do avião e sair direto do aeroporto sem se preocupar se sua mala virá ou não, se haverá avarias ou se algo foi roubado é uma das melhores do mundo.
2- ELETRÔNICOS: Uma coisa que sempre ocupou muito espaço na minha bagagem foram os gadgets e coisas relativas: câmera fotográfica, baterias extras, carregadores, notebook, adaptadores... Dessa vez o único eletrônico que levei foi meu super smartphone de 500 reais e 1 ano de uso e seu carregador (compatível com as tomadas locais). Sinceramente, não precisei de mais... o celular é câmera (sempre tive câmeras point and shot então o celular não faz muita diferença. Prefiro curtir os lugares que vou invés de ficar tirando fotos ou fazendo vídeos que ninguém verá depois), acessa a internet, é leitor de livros, etc. Celular é o melhor aliado do minimalismo. Levei 2 livros físicos que a tempos estavam aguardando serem lidos, uma vez lidos ficaram no local onde terminei de lê-los, portanto não voltaram pra casa.
3- RELAXE E GOZE: Viajar não é sinônimo de vestir-se bem, de seguir as normas da sociedade em relação a higiene e condutas (calma, você vai entender). Os primeiros viajantes passavam semanas em cima do lombo de um cavalo ou dentro de um barco sem tomar banho, sem se alimentar direito e sem se preocupar com o que vestiam. Aconselho veementemente que durante viagens você faça o mesmo. Ficar 48 horas sem tomar banho e trocar de roupa, dormir no chão do aeroporto ou ficar alguns dias comendo fast food não vai matar você. Prefiro mil vezes fazer essas coisas e viajar que esperar mais tempo e gastar mais dinheiro pra fazer a viagem "na hora certa".
4- HOSPEDAGEM: nem sempre ficar num hotel barato e simples é melhor que um hostel ou um sofá na casa de alguém (eu jurava que era). É simples entender, se você é de São Paulo me diga uma coisa, o que você preferiria, dormir uma noite e deixar seus pertences num daqueles hotéis da Av São João frequentados por craqueiros e putas baratas ou dormir num sofá e deixar suas coisas num apartamento de alguém no Itaim? Pois é, minha vida inteira fiquei com a ideia que hostel é coisa de maluco "mochileiro" (como ser mochileiro fosse algo ruim), mas após essa viagem percebi que o buraco é bem mais em baixo, existem excelentes hostels e ofertas no Airbnb, as avaliações desses lugares servem muito bem pra ter ideia de onde está se metendo. Sem contar o contato com pessoas de outros lugares, outros idiomas, etc.
5- SOUVENIRS E FREE SHOP: nunca fui de comprar souvenirs de viagem, jamais trago lembrancinhas de viagem porque isso não faz o menor sentido, mas confesso que sempre acabava comprando uma camiseta com dizeres do local visitado ou algo do gênero para uso próprio. Free shop sempre foi parada obrigatória, com direito a reserva de caixas de whisky e perfumes que eram destinados a venda. Dessa vez trouxe somente chocolate pra Bia e passei direto pelo Free Shop. Concluí que embora lucrativo, vender tranqueiras importadas não é pra mim, não tenho saco pra guardar, organizar essas mercadorias...
6- VIAJAR É VIDA: após essa viagem, digamos, mais selvagem, concluo ainda mais que viajar e conhecer coisas novas é algo muito importante ao desenvolvimento pessoal. Posso estar chovendo no molhado aqui mas o fato é que ultimamente estava me questionando se essa busca desenfreada por viagens que nossa geração sofre era algo saudável ou não. Lembre-se, quando você se torna minimalista acaba buscando a otimização em todos os campos da vida, questionando mais, etc. Acredito que ficar em casa, ler um livro, assistir um filme, cozinhar são sim atividades fantásticas para a mente mas viajar continua sendo muito importante pra ginástica cerebral. O que acho totalmente descartável é a ideia que pra viajar só se for de classe executiva, voo direto, roupas novas, mala cheia na volta... Não precisa nada disso, pra viajar você só precisa de um passaporte, um pouco de dinheiro e "coragem" pra se aventurar e sair da zona de conforto. Pra finalizar deixo um vídeo bem interessante e que vale a reflexão:
Essa viagem foi muito interessante, fui sozinho (Bia trabalhando), fiz tudo diferente do que costumo fazer: fiquei em hostel, Airbnb compartilhado, dormi em aeroporto, trem e ônibus, levei somente uma mochila de cabine mesmo tendo que carregar roupas pra clima frio, aprendi muito. Nunca viajei de executiva mas também sempre procurei um pouco de conforto nas minhas viagens, achava a ideia de ficar em hostel ou quarto compartilhado um tanto bizarra e coisa de adolescente, achava que por ser adulto de classe média não faria sentido abrir mão de ficar em um hotel, por mais simples que seja. Dessa vez resolvi fazer um teste e abrir mão de todos os meus preconceitos, aproveitei o fato de estar sozinho (o que facilita tudo) e fiz coisas propositais pra testar meu nível de tolerância. Veja algumas conclusões que cheguei:
1- BAGAGEM: como todos sabem sou minimalista o que significa ter poucas roupas e tralhas, porém durante minhas viagens anteriores nunca fui exatamente um exemplo de minimalismo. Sempre levei roupas a mais, sabe aquele negócio de "vai que...", acabava levando peças que nunca usava e voltavam intactas pra casa. Dessa vez fiz justamente o oposto, levei uma calça jeans, camiseta, moletom e jaqueta no corpo e na mochila somente 2 camisetas, 2 cuecas, 2 meias, 1 blusa fina e havaianas. Calçado, somente o tênis do pé mesmo. Como fiquei 10 dias somente com essas roupas? Não contem pra ninguém mas acabei descobrindo uma invenção que poucas pessoas conhecem: máquina de lavar! Isso mesmo, eu usei essa máquina de última geração e acreditem, lavei minhas roupas! Você sabia que roupas podem ser lavadas e reutilizadas? Brincadeiras a parte, máquinas de lavar estão por todo canto e aparentemente o Brasil é um dos únicos lugares do mundo que não possuem laundromats da vida. Viajar somente com mala de mão é de Deus, é libertador, a sensação de descer do avião e sair direto do aeroporto sem se preocupar se sua mala virá ou não, se haverá avarias ou se algo foi roubado é uma das melhores do mundo.
2- ELETRÔNICOS: Uma coisa que sempre ocupou muito espaço na minha bagagem foram os gadgets e coisas relativas: câmera fotográfica, baterias extras, carregadores, notebook, adaptadores... Dessa vez o único eletrônico que levei foi meu super smartphone de 500 reais e 1 ano de uso e seu carregador (compatível com as tomadas locais). Sinceramente, não precisei de mais... o celular é câmera (sempre tive câmeras point and shot então o celular não faz muita diferença. Prefiro curtir os lugares que vou invés de ficar tirando fotos ou fazendo vídeos que ninguém verá depois), acessa a internet, é leitor de livros, etc. Celular é o melhor aliado do minimalismo. Levei 2 livros físicos que a tempos estavam aguardando serem lidos, uma vez lidos ficaram no local onde terminei de lê-los, portanto não voltaram pra casa.
3- RELAXE E GOZE: Viajar não é sinônimo de vestir-se bem, de seguir as normas da sociedade em relação a higiene e condutas (calma, você vai entender). Os primeiros viajantes passavam semanas em cima do lombo de um cavalo ou dentro de um barco sem tomar banho, sem se alimentar direito e sem se preocupar com o que vestiam. Aconselho veementemente que durante viagens você faça o mesmo. Ficar 48 horas sem tomar banho e trocar de roupa, dormir no chão do aeroporto ou ficar alguns dias comendo fast food não vai matar você. Prefiro mil vezes fazer essas coisas e viajar que esperar mais tempo e gastar mais dinheiro pra fazer a viagem "na hora certa".
4- HOSPEDAGEM: nem sempre ficar num hotel barato e simples é melhor que um hostel ou um sofá na casa de alguém (eu jurava que era). É simples entender, se você é de São Paulo me diga uma coisa, o que você preferiria, dormir uma noite e deixar seus pertences num daqueles hotéis da Av São João frequentados por craqueiros e putas baratas ou dormir num sofá e deixar suas coisas num apartamento de alguém no Itaim? Pois é, minha vida inteira fiquei com a ideia que hostel é coisa de maluco "mochileiro" (como ser mochileiro fosse algo ruim), mas após essa viagem percebi que o buraco é bem mais em baixo, existem excelentes hostels e ofertas no Airbnb, as avaliações desses lugares servem muito bem pra ter ideia de onde está se metendo. Sem contar o contato com pessoas de outros lugares, outros idiomas, etc.
5- SOUVENIRS E FREE SHOP: nunca fui de comprar souvenirs de viagem, jamais trago lembrancinhas de viagem porque isso não faz o menor sentido, mas confesso que sempre acabava comprando uma camiseta com dizeres do local visitado ou algo do gênero para uso próprio. Free shop sempre foi parada obrigatória, com direito a reserva de caixas de whisky e perfumes que eram destinados a venda. Dessa vez trouxe somente chocolate pra Bia e passei direto pelo Free Shop. Concluí que embora lucrativo, vender tranqueiras importadas não é pra mim, não tenho saco pra guardar, organizar essas mercadorias...
6- VIAJAR É VIDA: após essa viagem, digamos, mais selvagem, concluo ainda mais que viajar e conhecer coisas novas é algo muito importante ao desenvolvimento pessoal. Posso estar chovendo no molhado aqui mas o fato é que ultimamente estava me questionando se essa busca desenfreada por viagens que nossa geração sofre era algo saudável ou não. Lembre-se, quando você se torna minimalista acaba buscando a otimização em todos os campos da vida, questionando mais, etc. Acredito que ficar em casa, ler um livro, assistir um filme, cozinhar são sim atividades fantásticas para a mente mas viajar continua sendo muito importante pra ginástica cerebral. O que acho totalmente descartável é a ideia que pra viajar só se for de classe executiva, voo direto, roupas novas, mala cheia na volta... Não precisa nada disso, pra viajar você só precisa de um passaporte, um pouco de dinheiro e "coragem" pra se aventurar e sair da zona de conforto. Pra finalizar deixo um vídeo bem interessante e que vale a reflexão: