sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Avalanche de Problemas

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Ando correndo muito, estou bem cansado e começo a desviar energia das coisas que realmente gosto de fazer: estudar, praticar atividade física, dormir... É impressionante como 2014 começou com uma avalanche de problemas e de maneira bem obscura, um mal presságio do que está por vir? Prefiro achar que são apenas problemas a serem resolvidos. Me sinto tentando sobreviver ao apocalipse zumbi, parece que sempre que enfio uma bala na cabeça de um "errante", tem outro querendo meu cérebro. Veja como vai minha vida:

Loja

O faturamento caiu desde janeiro o que já era esperado, todo ano é assim, até o fim do carnaval é bem mais fraco, sendo que no segundo semestre é que realmente fica bom. Acontece que a queda foi bem maior que o esperado: o normal seria em torno de 30%, mas o faturamento caiu por volta de 40%. O que me deixa um pouco mais aliviado é saber que colegas também estão amargando as mesmas quedas, mas isso não elimina o problema. Além disso precisei demitir dois funcionários e pagar as (enormes) despesas que isso acarreta, como na minha loja não é comum ter que demitir pessoas, não provisiono a grana pra isso (erro meu), junte a isso as taxas, impostos, seguros e outras despesas de início de ano e o fato de não trabalhar com capital de giro (como comentei aqui) e a merda tá feita. Pra resumir a conversa: estou apertado de grana, tendo que trabalhar todos os dias na loja (encarando muitos quilômetros ida e volta) até conseguir novos funcionários, além disso ficarei sem retirada pelo menos até março (apelarei pro colchão de segurança). Ah! Esqueci de comentar, graças a querida prefeitura, terei que fazer adequações físicas na loja totalmente desnecessárias que, como você deve imaginar, me custará alguns milhares de reais. Se tudo correr bem (pensando de maneira pessimista) até o fim de abril tudo voltará aos trilhos. Em junho a loja estará a venda!

Negócio B

Como já comentei aqui no blog, meu negócio que gera renda passiva de 4k mensais passou por uma canetada (mudança de legislação) que praticamente impediu a continuação do negócio ao menos que se parta para meios, digamos, esquisitos. Acabei descobrindo que essa alteração na lei beneficiará uma empresa que "coincidentemente" é de parentes de políticos. Por discordar disso resolvi vender o negócio, farei um repasse ao atual "tocador" da coisa, que embora tenha muita boa vontade, não tem um tostão! Fiz um financiamento de irmão, assumi um risco enorme de calote mas passei pra frente. Se o cara me pagar direitinho, sairei com um bom lucro. Terei que esperar pelo menos 1 ano pra reaver o que foi investido. Meu sexto sentido empreendedor me diz que terei algum tipo de problema, mas também me diz que não terei prejuízo. Valeu a pena esse negócio? Sim e não. Sim porque tentei algo novo, fora da minha zona de conforto e conhecimento, o negócio não deixou de ser bom do dia pra noite, apenas as mudanças vão contra minhas filosofias de trabalho. Não, porque desviei uma grana que poderia ter sido investida através da estratégia inicial de gerar fluxo de caixa de maneira consistente. Assumi um risco maior em troca de um retorno maior. Não deu tão certo quanto imaginei, mas no fim das contas acho que valeu a pena. Tenho uma coisa a menos pra me preocupar (a preocupação de receber ou não é irrelevante perto dos problemas que eu teria que enfrentar a frente do negócio).

Casa

Em breve fará 1 ano que me mudei do meu apartamento (próprio) para outro (alugado), em outra cidade, num bairro melhor e mais tranquilo (estou devendo um post sobre isso...), e os problemas começam a surgir. Morar num prédio de 60 anos de idade pode ser charmoso, os cômodos são grandes e ventilados mas os canos são antigos, as tomadas são poucas, as janelas ruins de serem fechadas, os elevadores causam alguns sustos, etc. Além disso houve a mudança de uma gentinha incômoda para o mesmo andar e os infelizes tem a estranha mania de manter a porta do apartamento aberta enquanto tomam cerveja e jogam truco as 3 da manhã de uma quarta feira... A grande vantagem de morar de aluguel está aparecendo pra mim, não estou desesperado nem me estressando pra tentar mudar essa realidade, temos dois banheiros, um simplesmente não funciona, o proprietário faz corpo mole, então uso o outro. Simples assim! Vou esperar o término do contrato e cair fora, talvez espere mais uns 3 ou 4 meses porque, com a venda da loja posso me mudar para outra cidade já que a Bia tem possibilidade de transferência.

Pra completar meu carro está se desintegrando, é impressionante a péssima qualidade dos carros populares brasileiros. Ele estava muito bom até eu ter que começar a usa-lo todos os dias por vários quilômetros. Não é nada grave, mas é uma somatória de coisinhas insignificantes que tiram do sério: botões soltos, lâmpadas que queimam a toa, banco barulhento, barulhinhos desagradáveis. Vou usa-lo até desmanchar e comprar um de categoria superior. Não tem jeito, suas coisas estão ótimas até você usar essa mesma coisa de categoria superior, é inevitável você desejar essa coisa de qualidade melhor, que sempre custará mais caro.

Bom, é isso, minhas novidades não são muito agradáveis, mas essa é a realidade. Vamos em frente!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O Voyeruismo da Blogosfera de Finanças

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor. 

Voyeurismo é uma prática que consiste num indivíduo conseguir obter prazer sexual através da observação de pessoas. 
Vamos tirar o "prazer sexual" do conceito, voyeur é aquele cara que gosta de observar as pessoas e situações, quem  assiste BBB é voyeur, quem vai no zoológico é voyeur, e boa parte das pessoas que acompanham os blogs de finanças também são voyeur!

No fim de janeiro lancei uma pesquisa para saber como que as pessoas gostariam que eu demonstrasse os resultados dos investimentos, os resultados foram esse:

Como você prefere que o Corey demonstre os resultados dos investimentos?
Do jeito que está, com valores e rentabilidade, continuando participando do ranking do Pobretão
Não publicar os valores e sim alocação por porcentagem e detalhamento da carteira, deixando o Ranking do Pobretão

Já esperava que a maioria votasse por permanecer divulgando os valores, as pessoas se interessam por valores, por saber quanto dinheiro as outras tem, esse é o mote principal do ranking do Pobretão, ranking esse que atraiu muitos novos blogueiros, inclusive eu. Porém como tudo na vida, uma hora deixa de fazer sentido, e participar do ranking do Pobretão deixou de fazer sentido pra mim. Acho que posso contribuir muito mais com a blogosfera se parar de divulgar valores e começar a divulgar a carteira, discutir ativos e alocações. Portanto amigos, embora o resultado da pesquisa tenha sido favorável a continuar a divulgar os valores, a partir do próximo fechamento isso não acontecerá mais. Vou reformular a demonstração de resultados sem divulgar os valores da carteira. Meus motivos:

1- Acredito que embora interessante, é irrelevante saber quanto dinheiro as pessoas possuem, pra nossas discussões da blogosfera é muito mais interessante saber os ativos, as estratégias e rentabilidades porcentuais;

2- Vai chegar uma hora que o tamanho da carteira irá incomodar a divulgação de valores, isso é algo que todos deveriam parar pra pensar, então prefiro parar por aqui;

3- Não estou em busca de audiência e popularidade (até porque sou chato pra caramba), quero ter um lugar legal, como se fosse uma mesa de bar, onde posso conversar assuntos em geral com amigos e pssoas que possuem os mesmos interesses, lembrando que meu blog não é um blog exclusivo sobre finanças, esse é meu espaço, um lugar onde posso falar o que não posso na vida real.

Portanto, peço desculpas principalmente ao Pobretão por sair do ranking, vou ficar chateado por não estar na narração do próximo mês, em ter que sair após 2 anos. Pobreta, espero que você não fique chateado comigo e entenda meus motivos. Agradeço a todos que votaram e se você votou a favor da divulgação de valores, desculpe, deixe o voyeruismo um pouco de lado e tente aproveitar as informações realmente relevantes que tento passar, assim como os outros integrantes da blogosfera que não divulgam valores.

Sobre Copa do Mundo, Política e Brasileiro no Exterior

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Acredito que meus leitores consigam adivinhar minha posição em elação a copa do mundo: É ÓBVIO QUE SOU CONTRA!! Até porque detesto futebol, falso patriotismo e pão/circo. Acho desnecessário entrar nos pormenores dessa opinião, já que assim como eu, há muita gente por aí que critica ferrenhamente essa merda de copa-come-dinheiro-dos-impostos-do-trabalhador-brasileiro.

Sobre políticos também tenho uma opinião radical: quem tá dentro não presta, quem tá fora e quer entrar também não ou se presta vai azedar no primeiro dia e ponto final. Nesse país não existe político decente! Sempre anulei meu voto, esse ano irei justificar porque estou morando longe da escola onde voto. Peço encarecidamente que todos pensem nessa hipótese. Votar no menos ruim ou votar em alguém na tentativa de tirar outro é idiotice.

O cara do vídeo abaixo, o André, é um brasileiro que vive a quase 20 anos na Flórida, nesse vídeo ele resume muito bem minha opinião sobre copa e políticos. Vale a pena investir alguns minutos do seu tempo pra perceber como o Brasil é visto pelos próprios brasileiros lá fora...



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

É Errado Se Esquivar de Problemas?

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Outro dia entrei numa discussão com um amigo de um amigo sobre a velha e batida história de não querer ter filhos, o cara, que tem mais ou menos a minha idade e três crianças argumentou que eu não quero ter filhos porque não gosto de encarar problemas e desafios. Ele está absolutamente correto! Claro que ele falou com tom de crítica e de maneira pejorativa, mas eu acabei levando como elogio por se tratar da verdade.

Nunca gostei de desafios, nunca gostei de vídeo-games, por exemplo. Não vejo sentido em ser desafiado num jogo, não consigo perder meu tempo jogando qualquer coisa. Gosto de alguns esportes, como automobilismo, lutas e futebol americano, mas não pela competição e sim pela técnica dos atletas e equipamentos. Sempre me esquivei de problemas que poderia evitar e acredito não ter perdido muita coisa com isso. Você pode argumentar: "Corey, uma vida sem desafios cai na zona de conforto e isso é ruim". Não necessariamente, certos desafios devem ser encarados em prol de um bem maior no futuro. Meus desafios atuais são ter fluência em inglês (pretendo morar fora) e me manter em forma física (por motivos de saúde e estética, quero chegar aos 40 melhor que aos 30). São coisas possíveis de serem alcançadas e que possuem razão, não são movidos pela emoção.

Fujo de problemas como o diabo foge da cruz. Evito-os ao máximo, tento sempre resolve-los o mais breve possível pra me livrar daquilo, é por isso que declinei de 2 processos legais que poderia ter me rendido uma boa grana, achei melhor terminar com aquilo o quanto antes. Um dos principais motivos que me levaram a optar por não ter filhos é sim me esquivar de problemas (aquele cara tinha razão), filhos são uma fonte inesgotável de problemas. Aí você pode falar "mas são uma fonte de coisas boas também". Pode ser, mas na minha balança, as possíveis (sim possíveis, pois não há garantia alguma) coisas boas que um filho me traria possuem bem menos peso que os problemas (que com certeza) viriam no combo. Isso tem efeitos colaterais, no caso dos filhos, com certeza demorarei mais pra amadurecer em relação aos pais da mesma idade, aliás, já percebo isso com meus amigos que são pais. Mas o mesmo ocorre, por exemplo, com o trintão solteiro que mora com os pais, o que não é necessariamente um problema.

Sou adepto da simplicidade voluntária, venho dia após dia, tentando minimizar e simplificar as coisas da vida focando no que realmente tem valor ser perder tempo com problemas. Isso é um processo contínuo, todos os dias tento modificar alguma coisa e tem dado muito certo. Infelizmente a minha maior fonte de problemas são as empresas, acredito que 95% dos problemas que tenho que resolver, coisas que me chateiam e tomam meu tempo de pensamento são referentes as empresas. O negócio B já está em vias de liquidação, terei um pouco menos de problemas, mas a loja ainda continua me importunando e causando queimação estomacal dia após dia. Confesso que sinto uma ponta de inveja de ver a Bia em casa no dia da folga sem se preocupar com absolutamente nada em relação ao trabalho, e olha que o trabalho dela é punk. Dá o horário, ela vira as costas e vai pra casa. Os problemas da loja são passageiros, estou enfrentando esse desafio pelo bem maior que é a independência financeira plena.

Então, voltando a pergunta título desse post, eu não acho errado fugir de problemas, muito pelo contrário o que mais vejo são pessoas caçando problemas, principalmente na vida financeira e pessoal. Não vejo vantagem alguma em ser uma pessoa ocupada, cheia de coisas pra resolver, se orgulhar de ter gastrite e calvice por trabalhar de mais. Quanto menos coisas você tiver, menos problema terá. E você, o que acha?

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Pobres, Ricos, Racionamento de Água e Lavagem de Carros

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.


É o seguinte, não sou politicamente correto, falo somente o que penso e acredito que muitas pessoas concordam comigo mas tem receio de expor suas opiniões, se você se incomoda com pessoas assim, por favor, saia imediatamente desse blog e vá para alguma comunidade socialista no Face.


O estado de São Paulo está passando pelo verão mais intenso de todos os tempos, muito calor, baixa umidade, nada de chuvas e o preocupante racionamento de água bate as nossas portas. Adoro calor, mesmo assim esse tempo infernal já está incomodando demais, está ruim pra dormir, a disposição física fica comprometida, não dá vontade de fazer nada. O que está me deixando mais assustado é esse possível racionamento de água, acho que as pessoas não se dão conta o quanto isso é alarmante. Imaginem o calor que está e ainda por cima sem água! Não dá... Já estou até tomando providências para armazenar água seguindo as dicas de "preppers" americanos (isso é tema pra outro post).

Embora acredite que o governo tenha certa culpa por um possível racionamento (depois de conhecer Las Vegas você se dá conta que não existe motivo pra ter seca), acredito que todos devemos contribuir com a economia de água de todas as maneiras possíveis, campanhas de conscientização estão sendo amplamente divulgadas com louváveis incentivos como descontos na conta de água para quem conseguir economizar abaixo da média. Não existe motivo pra alguém desperdiçar água, ainda mais com toda essa divulgação.

Hoje Bia e eu fomos visitar meu sogro, no longo caminho, passamos por diversos cenários: estradas, centros de cidades, bairros nobres e de periferia. Uma coisa me chamou atenção no centro e nos bairros mais nobres, vi vários "carrões" sujos: SUVs empoeiradas, sedãs grandes sujos de lama, carros pretos totalmente embranquecidos de sujeira... Vimos um lava rápido com somente 1 carro esperando lavagem. Sabendo que tradicionalmente esses carros sempre estão impecáveis de limpeza (chega a ser estranho o cara ter um SUV que vive limpo e anda somente na cidade), acredito que essa novidade seja devido as campanhas para economia de água. Meu carro mesmo está a meses sem lavar, está nojento, mas só vou mandar lava-lo quando a sombra do racionamento passar.

Por outro lado ao passarmos por um bairro mais periférico, vimos um festival de carros sendo lavados com mangueiras nas calçadas, contamos 5 em uma única rua. Ao andar pela avenida principal do bairro, vimos um monte de carros baratos velhos e populares novos impecavelmente limpos. Vimos também pessoas lavando calçadas, crianças brincando de tomar banho de mangueira (uma coisa deliciosa de ser feita, diga-se de passagem) e até uma mulher dando banho em cachorros na rua.

É nítido que os mais pobres estão pouco se lixando pra campanhas de racionamento, esbanjam água como se não houvesse amanhã e foda-se o resto. Amanhã, se houver racionamento veremos essas mesmas pessoas choramingando pro Márcio Canuto que "onde já se viu faltar água", que "pago minha conta em dia e agora não tem água", que "não tenho água pra lavar as roupas dos meus 7457473 filhos", e mi mi mi... Essas mesmas pessoas adoram reclamar da vida, dizer que não saem da merda, mas não movem uma palha pra evitar desperdício seja de água ou do que for. Recentemente precisei instalar sensores de presença nas lâmpadas da empresa porque meus funcionários simplesmente não apagavam ao sair do local! Se fazem isso no trabalho, com certeza fazem em casa e depois reclamam que a conta de luz é alta. Se você ver a quantidade de comida que é jogada fora na minha empresa você chora, o cara compra um marmitex, come metade e o resto vai pro lixo! Fico emputecido com isso! Quando não como a marmita inteira, guardo pra depois e por fim dou pra algum cachorro de rua. Em casa não se joga 1 grão de arroz no lixo, até a raspa do prato vai para um pote no freezer que quando enche descongelo e dou aos vira-latas.

Podem criticar o quanto for a classe média brasileira, que gastam com supérfluos, que se enfiam em dívidas para manter o status, etc. O fato é que esse mesma classe média se preocupa com questões ambientais, proteção aos animais (tudo bem, sei que há exagero como o caso dos beagles), evitam desperdício, separam lixo para reciclagem, etc. Claro que há o lado cool de fazer essas coisas, mas não importa, eles fazem e com isso contribuem para a qualidade de vida de todos. O pobre brasileiro desperdiça como a classe média americana, mas não tem a educação, cidadania e respeito com o próximo que o pessoal lá de cima. É essa classe que recebe nossos impostos na forma de assistencialismo burro e idiota através de programas sociais que incentivam a vagabundagem e promiscuidade.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Descomplicando - Apego Familiar

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Leia a primeira postagem da série Descomplicando aqui.

Uma das maiores prisões que complicam a vida de uma pessoa é o apego, seja ele sentimental, material, territorial, etc. É impossível ser totalmente desapegado a tudo e todos, mas tem gente que exagera, ou melhor, a maioria das pessoas não se dão conta de quanto exagerado é o apego que sentem por coisas e pessoas. Para organizar melhor meu ponto de vista, vou dividir esse post em algumas sessões, na primeira vou falar sobre apego familiar.

O apego familiar é algo nato, desde crianças somos apegados a pessoas de nossa família, aprendemos a amar nossos familiares acima de tudo e de todos. Você pode discordar de mim, me chamar de ingrato e mi mi mi, mas vejo um apego exagerado pela figura materna. As pessoas colocam suas mães no lugar mais alto do altar, como se fossem santas, pessoas puras e exemplos de dignidade, humildade, dedicação e amor. Não que isso não seja verdade em alguns casos, mas se você for destrinchar a vida da sua mãe, verá que é mais podre do que você imagina. É natural, mães são seres humanos, logo erram, cometem besteiras, etc. O apego por pais e irmãos é menos intenso, mas também existe. Pragmaticamente falando ninguém tem obrigação de amar pai e mãe simplesmente por serem seus progenitores, acredito que amor deve ser uma coisa livre e recíproca, o que muitas vezes não ocorre dentro do ambiente familiar. Não me dou muito bem com meus pais, mas temos uma relação de respeito, o que é algo muito importante.

Percebo que esse apego familiar é algo bem brasileiro, em outros países que conheço a coisa é bem diferente. Americanos não possuem o mesmo afeto e até cuidado com os filhos, afinal não receberam isso de seus pais que provavelmente trabalharam muito e os educaram a sair de casa e se virar aos 17 anos quando vão para a faculdade. O brasileiro mora com os pais até casar, o que facilmente acontece após os 30. A grande maioria dos meus amigos ainda mora com os pais e eu jamais me imaginaria morando com os meus, me arrependo por não ter saído de casa aos 18. Não recrimino quem mora com os pais mesmo com 30 anos nas costas, financeiramente falando é uma ótima decisão, sem contar a comodidade, mas essas pessoas abrem mão de uma parcela considerável de amadurecimento.

Acorde pra realidade que seus pais não são as pessoas mais corretas do mundo, faça isso cedo, quanto mais cedo melhor. Fui acordar e ver que meu pai tem uma boa parcela de filha-da-putisse muito tarde e a decepção foi grande. Se você consegue se desapegar da sua família, um novo horizonte de possibilidades se abrem: morar sozinho (ou com algum amigo/a), sair e viajar sem dar satisfações pra ninguém, arrumar um emprego no Acre... Você pode estabelecer suas próprias regras de vida, arriscará mais e automaticamente terá mais coisas (e quebrará a cara mais também). Quando seus pais te tiveram , deveriam ter a consciência que filho é pro mundo, qualquer pensamento além disso é egoísmo, então se eles sofrerem por sua ausência a opção foi deles na hora que decidiram engravidar. Isso não quer dizer abandono, nada disso, mas seus pais simplesmente não tem o direito de impedir que você viva sua vida do jeito que você quer, independente da chantagem moral que possam fazer, você é livre!


Conheço pessoas que deixam de levar suas vidas da maneira que querem devido aos pais. Amigo, entenda uma coisa, aquele velho e batido discurso de mãe que “larguei minha vida por você”, “me dediquei inteiramente por você” não é nada mais que a obrigação dela! Não há altruísmo nenhum nisso, é simplesmente o mínimo de obrigação que os pais devem ter quando decidem engravidar. Eles tinham a OPÇÃO de ter ou não filhos, decidiram ter, então possuem a OBRIGAÇÃO de cria-los. Você NÃO teve OPÇÃO de nascer, portanto, você também NÃO tem a OBRIGAÇÃO de satisfazer os caprichos de seus pais. A partir da hora que sua ficha cair, você terá uma vida muito menos complicada.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pérolas do Empreendedorismo - Tudo é Franqueável

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Tenho o costume desde infância de assistir o programa Pequenas Empresas Grandes Negócios, antes ficava vislumbrado com os inúmeros casos de sucesso, empresários que começaram do nada, com investimento pífio e rapidinho alcançaram o sucesso. O tempo passou e vi que o buraco é mais embaixo, que esses casos são na realidade exceções. Mesmo assim acho o programa bem legal ainda mais por mostrar os bastidores das empresas o que acho muito curioso e as vezes até divertido.

Acontece que, por ter um pouco de experiência, sempre me deparo com umas bizarrices no PEGN: exemplos sem sentido, contas que não batem, declarações ridículas... Decidi que, sempre que me deparar com um caso desses, vou fazer um post a respeito, chamarei essa sessão de "Pérolas do Empreendedorismo". Não haverá periodicidade, sairá quando me deparar com essas pérolas. O mesmo serve pra outro programa que sempre assisto: "Show Business" ou qualquer outra coisa que aparecer na mídia.

O caso de hoje diz respeito a uma reportagem do PEGN (clique aqui para assistir) que foi ao ar no último domingo (2/2/14), é uma matéria falando sobre dois empresários de Campo Grande que criaram uma hamburgeria premium que serve sanduíches com carnes nobres e exóticas. O papo vai bem até que o o empresário solta a pérola (aos 3:40 do vídeo): “O nosso próximo passo é tentar vender franquias. Parar de vender hambúrgueres e vender empresas.". 

Não sabemos ao certo o que o cara pretendeu dizer com essa frase, mas dá entender que ele quer abandonar a lanchonete para se dedicar a franquear o conceito. Não acho que ele está errado, não conheço a realidade da empresa dele nem sei se uma franquia seria bem recebida, Ray Kroc, criador do Mc Donald's tinha como principal negócio a venda de franquias não de hamburgeres e deu no que deu, por isso não critico a ideia dos caras, mas a pérola está na ideia principal de franquear qualquer coisa.

Existem franquias que simplesmente não possuem operação própria, então com que raios de know how eles se acham no direito de vender franquias? Depois o cara compra uma franquia dessas, quebra em 1 ano e vai reclamar dizendo que empreendedorismo é isso e aquilo, e mi mi mi... O caso da hamburgeria é menos pior, os empresários possuem duas lojas, mas somente numa cidade o que não serve de amostragem de viabilidade. Não consigo acreditar numa franquia que não possui operações na área-alvo, isso é loucura! Muitas pessoas se escoram no conceito de franquias, na possível segurança e expertise e esquece de analisar se essas características realmente fazem sentido para aquela marca que está desejando comprar. Boa parte das vezes o know how é tão pequeno que vale muito mais a pena encarar sozinho eliminando as altas taxas de franquia que muitas vezes possui uma marca desconhecida.

Dia 26/1 saiu uma reportagem muito interessante na Folha de São Paulo falando sobre a quebra de empresários que aderiram a franquias. Entre outros temos o exemplo do cidadão que comprou uma operação fechada de uma microfranquia estilo "marido de aluguel", pra resumir ele caiu num golpe cujo corretor "plantou" ligações de possíveis clientes da empresa. Sei que todos podemos cair em golpes, mas alguns beiram a infantilidade, quando uma pessoa vai comprar um negócio deve desconfiar de tudo e de todos, mas infelizmente não é isso que acontece. Essa mesma reportagem fala sobre a quebra de microfranquias que são a nova modinha do empreendedorismo. Amigos, no pain, no gain, desculpe, mas você não ficará rico comprando franquia de 30k.

Deixo a pergunta: será que a franquia de hamburgeres nobres do nosso amigo terá sucesso? Será que menos de 4 anos de experiência eu um único mercado são suficientes pra franquear uma empresa?