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Chineses do baralho! |
Publicada em 20/03/2020 19:43:Cadê todo mundo? Espero que todos os companheiros de blogosfera esteja bem, tanto do cornonavirus mas também das consequências econômicas que já estão aparecendo.
Eu vou bem na medida do possível, sem querer sai de Portugal um pouco antes do estouro da bomba e agora estou na fase de adaptação à nova vida nova. O psicológico anda bem baqueado por inúmeros motivos, mas no geral vou indo.
Percebi que todos desapareceram daqui, acredito que não exista muito o que ser dito sobre o assunto finanças nesse momento de desespero mundial, mas espero que todos estejam bem, que ninguém tenha desfeito posições de maneira prematura.
Falando sobre bolsa, eu estava programando alguns aportes em ações para o final do ano mas antecipei devido às primeiras quedas da bolsa. Iniciei minha carteira com 50k que hoje valem cerca de 35k. Estou tranquilo, tenho mais dinheiro mas não quero mexer nele nesse momento de balbúrdia e esgotamento mental. Comprei entre outras ITSA, IRBR, TRPL e WEGE.
No momento atual fico imaginando o que aqueles que pregam ideias progressistas e matematicamente racionais como não ter imóvel, não ter reserva de emergência, não se preparar para cenários possivelmente ridículos, se aposentar aos 40 anos estarão pensando. Será que a segurança de ter um imóvel é uma bobeira como muitos pregam? Será que ter certa quantia em dinheiro guardada em casa é besteira? Não sei... gostaria de ouvi-los. Estou tranquilo em relação a isso.
Os prepers que são quase sempre ridicularizados devem estar dando risada em seus bunkers caseiros recheados de comida, água e armas. Riam da cara deles.
Vamos sobreviver mas com certeza muita coisa vai mudar, ou ao menos deveria mudar, na nossa maneira de ver o mundo. Certa vez fiz um post sobre o que você levaria se fosse preciso fugir, muitos deram risada. Hoje parece fazer mais sentido.
Bora pra frente pessoal, fiquem bem e protejam-se. Um grande cumprimento de cotovelo pra vocês.
Essa é a continuação do meu último post, se você não leu, leia aqui antes de continuar.
Voltei de Portugal, emocional abalado pra cacete porém confiante que voltando a trabalhar na minha área tudo ia se resolver e minha cabeça ia voltar ao normal. Saindo de Portugal começamos a ouvir falar de um tal vírus chinês que estava fodendo a porra toda pras bandas estranhas daquele país bizarro, ao chegar no aeroporto de Guarulhos vimos algumas pessoas de máscara!!! Que coisa estranha, pessoas usando máscara no aeroporto!!!
Já no Brasil a intenção seria ficar num Airbnb e com calma procurar um apartamento pra alugar, então, também com calma, eu iria procurar um emprego na minha área ou empreender, Bia ia descansar um pouco antes de voltar ao trabalho (ela trabalhara pra caramba em Portugal). Porém o tal vírus chinês chegou ao Brasil e cagalhou o plano todo. Imobiliárias fecharam, ficou difícil buscar um imóvel pra alugar, precisei comprar um carro às pressas porque as lojas de carro também fecharam, ninguém sabia o que ia acontecer. Nesse meio de tempo escrevi o texto acima no finado blog.
Não nos restou muita alternativa à não ser expulsar nosso inquilino e voltar para nosso apartamento, no meio da bagunça toda me surgiu uma oportunidade de empreender novamente e meu anseio por voltar a me sentir útil e ganhar dinheiro fez com que eu mergulhasse de cabeça nesse negócio (previsível o final disso, não é mesmo?). A própria pandemia criou uma oportunidade interessante de negócio para Bia e ela que iria descansar já estava trabalhando dias depois que chegamos ao Brasil. No meio disso tudo estávamos reformando o apartamento que o inquilino deixou meio capenga. Ah! O cachorro ficou doente também! Minha saúde mental que já não estava boa piorou exponencialmente nos próximos meses.
Bia seguiu trabalhando pra caramba, a saúde do cachorro piorou muito mas pelo menos nosso apartamento ficou bonitinho outra vez. Enfiei um monte de dinheiro no orifício anal novamente com essa empresa que num primeiro momento bombou mas logo em seguida desceu ladeira abaixo, principalmente à minha incompetência em gerencia-la e funcionários com desempenho meia boca. Eu não estava bem mentalmente para tocar uma empresa novamente, ainda mais no meio da pandemia.
Ao mesmo tempo que a empresa ia mal das pernas e eu não tinha cabeça pra toca-la de maneira adequada surgiu uma oportunidade de trabalhar na minha área. Sim, eu arrumei um emprego no mesmo momento que a empresa mais precisava de um pulso firme de dono. Ah! Ao mesmo tempo Bia também precisava de mim porque o negócio dela estava bombando e o cachorro estava muito mal. Desnecessário dizer como minha cabeça estava.
Buguei, tive uns piripaque fodidos. Saí do emprego poucos dias depois de entrar, muito porque percebi que o cenário não era mais o mesmo que em 2017 quando abandonei a profissão pra ir à Portugal, já não era financeiramente viável e a carga de trabalho triplicara. Foi o fim do Corey profissional.
Larguei a empresa na mão dos funcionários, e numa tentativa de ajudar a Bia tive crises de ansiedade que quase me levaram à acidentes de trânsito. Parei tudo, fiquei uns dias em casa pensando no que caralho estava acontecendo comigo. Bia estava no meio disso tudo, trabalhando trocentas horas por dia, cachorro quase morrendo e marido enfiado no buraco da depressão.
A empresa flopou, vendi com prejuízo mas o que me consola é que o atual proprietário está indo bem. Foi o fim do Corey empreendedor.
Descansei uns dias, melhorei um pouco e Bia e eu decidimos que a melhor alternativa seria eu ir trabalhar com ela, desafoga-la um pouco ao mesmo tempo que eu poderia organizar a então empresa que ela acabara de criar. E assim foi em 2021, trabalhamos juntos, organizei a empresa dela ao mesmo tempo que fizemos cresce-la, percebemos que mais uma vez juntos somos mais fortes. Minha saúde mental melhorou muito porém a dela começou a dar avisos que não ia bem. Óbvio, segurou a bronca de um marido doente por pelo menos 2 anos, além de ser a única fonte de renda ativa da família durante um bom tempo. Um escorando no outro fomos tocando, trabalhando bastante, mas ganhando dinheiro.
É mais ou menos nesse contexto que nos encontramos atualmente. Colocamos funcionários para diminuir a carga de trabalho porém nossa empresa ainda exige muito da gente, é bem estressante e não sei quanto tempo ainda vamos aguentar, pelo menos o lado financeiro tá bem legal.
Essa é a história de por onde andei nos últimos anos e como foi (está sendo) minha vida na pandemia. Todo mundo tem uma história de coronga pra contar, essa é a minha. Abraço à todos!