sábado, 20 de dezembro de 2014

Independência Financeira e o Futuro da Carteira

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Em agosto de 2013 após "sofrer" um ataque de haters e por não saber ao certo como lidar com esses, declarei o fim do Blog do Corey e noticiei que tinha atingido a independência financeira. Muitos me parabenizaram, outros ficaram putinhos e me esculacharam... Até hoje nêgo vem me encher o saco dizendo que é impossível atingir a IF com uma carteira pequena feito a minha, que não é possível obter os proventos que obtenho com tão pouco investido e mi mi mi... Acontece que naquela época eu contava com os proventos do meu negócio B, negócio esse paralelo onde eu era somente investidor e que me rendia gordos proventos. O investimento desse negócio jamais foi computado no valor da carteira por seguir as regras do ranking do Pobretão onde somente ativos financeiros poderiam ser somados para formar a carteira da IF.

Aquele momento foi precipitado por vários motivos. O primeiro é que a robustez desses proventos do negócio B se mostrou frágil poucos meses depois quando fui obrigado a me desfazer do negócio por não concordar com mudanças de regras. Segundo porque logo depois disso fiz a viagem que mudou minha vida e me mostrou que o Brasil não é o meu lugar. A partir desse momento o sonho da independência financeira se dissolveu e o sonho de uma vida com mais qualidade de vida num país com cultura e sociedade mais alinhados com o que quero pra minha vida ,mesmo que com mais trabalho, tomou seu lugar. Eu tinha saído da Matrix.

Desde então perdi totalmente o interesse em estudar sobre investimentos, alocações, balanceamento, proventos, análises, etc. O objetivo agora era fazer dinheiro de maneira a acelerar os planos de emigração, nesse cenário entra a loja nova comprada com o objetivo de ganho de capital numa revenda futura. Para a compra dessa loja utilizei o dinheiro recebido pela venda do negócio B, os aportes que seriam destinados a carteira de IF nos últimos meses além de sangrar a própria poupança da IF. O dinheiro não brotou do solo como sugeriram alguns "leitores assíduos apaixonados por este site mas que não dão o braço a torcer".

Então, resumindo o lance da IF: me precipitei ao anuncia-la a um ano e meio atrás e agora nem vejo mais sentido na ideia de parar de trabalhar com 30 e poucos anos e continuar morando no Brasil. Continuo não gostando de trabalhar (quem gosta?), mas agora consigo administrar isso se estiver associado a um objetivo maior lá na frente, que nesse caso é sair do Brasil. Estou trabalhando mais duro do que nunca, mas estou vendo resultados. Confesso que visto o sucesso que estou tendo na loja nova dá muita vontade de derreter o resto da carteira e entrar em mais um negócio. A perspectiva de rendimentos de 5 dígitos mensais é tentadora... Sobre o fim do blog, também foi precipitado e anunciado num momento de raiva, o blog me faz bem, conviver com pessoas tão diversas, com ideais de vida tão diferentes mas que ao mesmo tempo possuem coisas em comum comigo é muito gratificante. Já disse e vou repetir: não sinto saudade do Facebook, mas não consigo ficar sem o blog...

Agora sobre o futuro da careira da IF. Mesmo após sair do país, pretendo manter alguns investimentos por aqui devido a alta rentabilidade que nossa economia pode oferecer, entre eles estão meu apartamento alugado e os fundos imobiliários. De resto pretendo dissolver tudo e usa-los no exterior, então o futuro da minha antiga carteira da IF será somente os FIIs que já tenho e os que comprarei com os proventos dos mesmos quando não precisar mais deles (estou usando os proventos para pagar contas devido ao investimento na loja nova). Os aportes estão suspensos, mas quando voltarem serão alocados no exterior em princípio na minha conta americana. No futuro precisarei de dinheiro disponível para investir num possível negócio americano, portanto não posso comprometer capital em algo sem liquidez. Não manjo praticamente nada sobre investimentos no exterior, tenho uma longa estrada para percorrer.

O último "balanço público" do Blog do Corey será publicado em 1/1/15, após isso não mais publicarei números mas comentarei como estão indo as ideias. Isso me ajuda a organizar a cabeça! O blog está prestes a completar 3 anos e fico contente por ter vários por aqui desde o começo, espero continuar nessa comunidade interessante e inteligente por muito tempo, contribuindo no que posso e pegando dicas novas. Sei que as pessoas gostam quando escrevo sobre empreendedorismo porque essas informações são escassas na internet, aproveito para pedir sugestões de tópicos, pretendo fazer um "mês do empreendedor" em janeiro ou fevereiro, mas preciso de ideias. Abraço a todos!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Empreendedorismo: Aturando Clientes

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Se você é comerciante, você precisa aprender a lidar com clientes e isso nem sempre é fácil. Hoje vou falar sobre as principais características que os clientes de qualquer comércio de vila possuem:

1- Falta de educação: Via de regra o caloroso bom dia que você diz ao cliente assim que ele coloca os pés na loja não será respondido. Obrigado e passe bem são palavras inexistentes no vocabulário de grande parte das pessoas. Quanto inferior o nível social, pior. É frustrante você dedicar atenção, ser sorridente e educado e não ter uma resposta no mesmo nível. Isso acaba te levando para uma espiral descendente e chega uma hora que você não cumprimenta nem agradece os clientes o que é horrível para os negócios. Já passei por isso mas hoje em dia consigo ser imune, atendo todos os clientes com a mesma educação independente do retorno, pego no pé dos funcionários para que façam o mesmo.

2- Mentiras: As pessoas mentem muito, principalmente em relação a preços. É muito comum cliente chorar desconto e o argumento preferido é "no seu concorrente custa tanto". Acontece que em grande parte das vezes o "tanto" é um preço absurdamente baixo, menor que o custo. Meu comportamento padrão é dizer com um sorriso no rosto: "infelizmente não consigo fazer esse preço, é melhor o senhor comprar lá mesmo". Na grande maioria das vezes a pessoa desconversa e acaba levando, usam como desculpas: "ah, já tô aqui mesmo!", "a qualidade do seu é melhor, vou levar", "não sei se vou passar lá, tá tarde...". Não entro em guerra de preço, tenho um atendimento acima da média, boa variedade de mercadorias, loja agradável, não tem porque ter o menor preço!


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Vale a Pena ser Solteiro?

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Recentemente contei aqui a história do meu amigo Ricardo, médico, solteiro, que após anos de putaria vida desregrada, decidiu entrar num relacionamento sério porém aberto por ter enjoado da vida de solteiro. A história de hoje é um pouco diferente, o cara é um solteiro convicto.

Dia desses estava fechando a loja, já era tarde e estava chovendo, ao abaixar a primeira porta, um Corolla 2015 preto para na frente da loja, de dentro um cara, típico "coxinha", vestindo camisa Tommy me pergunta se ainda dá tempo de atende-lo. Quando me viro para dizer que sim, me deparo com Felipe, um amigo dos tempos de escola. Após um abraço e de atende-lo, conversamos por dois minutos e ele me convidou pra visitar o apartamento que acabara de reformar, perto dali. Aceitei o convite, ele aguardou os trâmites de fechamento da loja e fui seguindo o Corolla.

O apartamento de Felipe é muito perto da loja, coisa de duas quadras. Um prédio novo, alto, daqueles com nomes bregas que as construtoras adoram usar. Subimos até um dos últimos andares e entramos no pequeno studio. O que me chamou atenção na primeira vista foi a vista espetacular (cariocas, vocês estão certos, nós paulistanos somos idiotas de chamar a visão de prédios e luzes da cidade de vista, mas é o que temos...), uma bela visão para a selva de pedra da cidade de São Paulo. A janelona de frente para a porta serve de moldura para a decoração refinada e de bom gosto do apê. Na verdade o apê de Felipe parece mais um decorado de construtora que um apartamento de gente normal. Uma bancada bem acabada na pequena cozinha americana, geladeira moderninha, cook top, microondas e lava-louças em inox, bancada da pia em mármore, armários em um bonito tom de cinza combinando com a decoração masculina do resto do apê. No ambiente misto que engloba sala e quarto um sofá confortável, uma cama queen size, uma grande TV de 879845798 polegadas junto com os eletrônicos de sempre: DVD, decoder de TV e vídeo game, tudo em seu devido local em um móvel sóbrio. No teto iluminação de motel: dimer e leds coloridos regulados pelo smartphone. Um pequeno roupeiro de canto, uma cômoda e, claro, ar condicionado em todo o ambiente.

Minha primeira reação foi falar pra ele acender as luzes e ligar a TV no futebol porque a decoração do apê é com certeza o mais próximo de um motel de luxo que já vi na vida. Felipe riu, me ofereceu uma cerveja e disse que meu comentário era o que queria ouvir, que o objetivo era justamente esse e explicou a história do imóvel. Comprou o apê a três anos atrás, na planta, já com o objetivo de criar um ambiente intimista e com cara de motel para ser usado justamente como tal. Felipe é arquiteto, trabalha para um escritório e faz trabalhos paralelos, tem uma boa renda. Desde que nos conhecemos, lá no século passado, sempre foi um galinhão, nunca conseguiu namorar mais de 2 meses porque sempre dava um jeito de cagar fazer besteira e, claro, acabava chutado. Ele disse que o mesmo continuou na fase adulta e que infelizmente magoou muita gente antes de se dar conta que não é um cara que deve namorar, após um episódio meio traumático, decidiu que não ia mais se envolver romanticamente com as meninas e abraçou de vez a vida de solteiro convicto.

Nesse momento da conversa éramos duas pessoas com pensamentos totalmente opostos. Ele solteiro convicto e eu, casado a uma década. Apesar da diferença