domingo, 30 de outubro de 2016

Dicas de Comerciante: Máquinas de Cartão

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Estamos passando por uma revolução digital que veio pra ajudar muito o comerciante. As máquinas de cartão independentes tipo Moderninha do PagSeguro chegaram pra esmagar a cara da Cielo e Rede, as empresas mais malditas do mundo das grande do setor. O custo de maquininhas de cartão é um estupro e deve ser raspado ao osso.

Como você já deve ter visto nas propagandas, as maquininhas independentes são compradas e não alugadas. Existem diversas no mercado mas a mais famosa é a Moderninha do PagSeguro. A propaganda diz: "com 6 meses do aluguel das outras você compra a Moderninha e se livra do aluguel" Isso não é totalmente verdade porque ao custo de 12x 69,90 você paga o equipamento com apenas 3 meses de aluguel de uma Cielo ou Rede sem fio cujo aluguel sem negociação gira em torno de 130,00. Ok, ponto positivo, mas a outra inverdade não é tão saborosa: você não consegue se livrar totalmente do aluguel: a Moderninha e suas parentes não aceitam A PORRA DO CARTÃO ELO DÉBITO.

Essa desgraça do cartão ELO é mais uma daquelas sacanagens criadas pra foder com vida dos outros em troca de lucro. (Falei igual um socialista agora, rsrs! Que fique claro, eu corroboro com a posição totalmente capitalista e livre da Cielo em criar algo onde possa explorar e ganhar dinheiro mas isso não quer dizer que eu vá acariciar a ideia). É óbvio que a Cielo criou essa porra pra não perder espaço no mercado de maquininhas uma vez que depois que a aceitação de Visa/Master passou a ser possível tanto na máquina da Rede quanto da Cielo (por volta de 2009) eles devem ter perdido mercado já que vários comerciantes que tinham 2 máquinas passaram a cancelar uma delas reduzindo custo. Inicialmente o Elo era aceito somente na Cielo o que forçava o comerciante a ter a maquininha deles já que grandes bancos como Bradesco e Caixa passaram a emitir Elo como sua bandeira principal. Atualmente o Elo também é aceito na Rede e GetNet porém ainda não é aceita pelas Moderninhas e suas parentes...

Algumas outras bandeiras específicas também não são aceitas pelas Moderninhas, mas essas são de nicho como cartões de benefício e tickets refeição o que acaba não sendo grande transtorno porque quase sempre esses cartões possuem outros meios de captura como URA (via telefone).

Após feedbacks positivos de colegas comerciantes decidi embarcar nessa onda das maquininhas compradas e não alugadas e momento não poderia ser melhor, comprei Moderninhas Pró na semana do lançamento. A grande vantagem desse modelo é a possibilidade de imprimir comprovante o que as demais não fazem. Estou muito contente com o desempenho delas, são rápidas por conectarem via WiFi (além de terem chip de celular integrado), a transferência de valores da conta do PagSeguro para a conta da empresa é grátis porém os valores demoram em torno de 2 a 3 dias pra cair (poderia ser de um dia para o outro), eles tem um gerenciador que pela primeira vez na vida consigo saber quanto tenho pra receber, quanto paguei de taxa por operação, etc. A Rede está engatinhando nesse quesito com um gerenciador que embora "usável" tem um delay de 2 dias, ou seja, não serve pra muita coisa. As taxas do PagSeguro são muito melhores que a concorrência e a transparência dos custos é o grande ponto forte.

Existem várias outras maquinas semelhantes como as do Mercado Pago mas nenhuma imprime comprovante o que ainda é importante pra muita gente, principalmente idosos.

Hoje a Moderninha é a principal, seguida pela Cielo ou Rede pra aceitar a merda do Elo. Uma semana depois que comecei a usar a Moderninha recebi ligações da Cielo e Rede perguntando o porquê minhas vendas despencaram. Ahahahahahahahahahahahahahahahaha!!!!!!!!!!!!!!!! Parece que o jogo virou, não?! Pra resumir: cancelei as Cielo e consegui taxas melhores com a Rede (na verdade um pacote pré pago onde pago 200 conto por mês incluindo aluguel e taxas até um limite de uso). Viva a concorrência, a tecnologia e o mundo digital.

Não ganhei nada do PagSeguro pra escrever esse post. Se parece propaganda é porque o produto é bom mesmo (toda vassoura nova varre bem, vamos ver depois...). Paga nóis PagSeguro!

O comerciante deve ficar esperto com as oportunidades de reduzir custo. Uma coisa que estou namorando é a contabilidade digital que promete reduzir 5 vezes os custos contábeis. Mas isso é assunto pra outro post.

domingo, 23 de outubro de 2016

Dicas de Comerciante - Troco

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Hoje vou falar um pouco sobre um importante assunto: TROCO. Esse texto era pra vir junto com outro sobre maquinas de cartão, mas como ficou muito grande, decidi dividir em dois.

Troco é um assunto neglicenciado por boa parte dos pequenos empresários, a tendência é considerar troco como dinheiro parado, logo quanto menos, melhor. Como sou do contra, discordo completamente disso! Troco é ferramenta de trabalho do comerciante, economizar nisso é burrice. É inadmissível um comércio não ter troco, claro que tem gente que abusa e quer comprar um produto de 1,50 com nota de 100 mas também tem muita gente que ajuda facilitando o troco. No fim das contas é obrigação do comércio ter troco e ponto final, nunca deve-se fazer cara feia ao fazer um troco complicado, isso simplesmente não pode acontecer. Outra coisa que me deixa louco é ir num comércio e esperar o caixa ir trocar dinheiro na rua. Porra, isso mostra total despreparo da empresa!

Quanto ter de troco? Como conseguir troco?

Quando eu tinha 3 lojas cheguei a ter R$ 15 mil em troco: moedas, notas de 2 e 5. É muito dinheiro? Claro que é! Porra, ter um carrinho popular maomenos parado em troco é foda porém necessário.Troco nunca é o suficiente, evapora muito rápido e na hora que você menos espera já acabou.

Pra conseguir troco não tem muito mistério:

1- Orientar os operadores de caixa a SEMPRE pedir troco. A conta deu 7 e o cara deu 10? Peça 2 reais e volte 5. Perceba que invés de você queimar uma nota de 2 e uma moeda de 1 você conseguiu uma nota de 2 e deu uma de 5. Quanto mais trocado você tiver, melhor. Ter 10 reais em 4 notas de 2 e 2 moedas de 1 é melhor que ter 2 de 5. Por quê? Simples, tendo trocado você consegue devolver valores mais baixos ou mais altos.

2- Nunca deixar excesso de troco no caixa. Isso força os operadores a seguir a orientação acima de pedir troco aos clientes. Jamais deixe-os saber que você tem muito trocado. Eu trabalho assim: cada operador tem um fundo de caixa que é fixo e ele deve se virar com aquele troco. Quando vejo que o fundo de caixa está "pobre" eu reponho do meu caixa em trocados mas cobro-os pra não deixar o troco acabar.

3- Aceite 100% do troco que lhe oferecerem. É muito comum, principalmente no fim do ano quando as pessoas abrem os cofrinhos, clientes oferecerem troco. Eu pego 100% desses trocados SEMPRE. Jamais deixo passar. Já cheguei a ir no banco sacar 500 reais pra trocar com um cliente que levou tudo em moedas de 1 real (as mais raras). Outra coisa comum é colegas comerciantes que giram muitas moedas virem trocar comigo: a moça da copiadora, o bicheiro, o cara do boteco e suas maquininhas caça níquel, o cara do posto de gasolina que não pode colocar troco no cofre... Quando você aceita moedas as pessoas voltam pra trocar com você porque sabem que não ficará com frescura.

4- Faça campanhas de arrecadação. Certa vez estava com pouca moeda de 0,05 e 0,10. Coloquei plaquinha na frente da loja: "troque suas moedas e ganhe vale-compras". Fiz vouchers e distribui às pessoas que trocassem moedas conosco. 5 a 10% dependendo da situação. Consegui muita moeda em apenas 1 semana de campanha e ainda trouxe clientes pra gastar na loja.

Bancos jamais vão te arrumar troco a não ser que você tenha uma relação muito próxima com os funcionários da sua agência, o que não é meu caso. Quase nunca vou ao banco e mal sei o nome dos gerentes (quem é amigo de gerente é porque não tem dinheiro).

Ter troco não é bicho de 7 cabeças mas requer uma abordagem séria e investimento, além de um trabalho diário e incansável dos gerentes em cima dos operadores.

Dicas de Comerciante - Troco

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Hoje vou falar um pouco sobre um importante assunto: TROCO. Esse texto era pra vir junto com outro sobre maquinas de cartão, mas como ficou muito grande, decidi dividir em dois.

Troco é um assunto neglicenciado por boa parte dos pequenos empresários, a tendência é considerar troco como dinheiro parado, logo quanto menos, melhor. Como sou do contra, discordo completamente disso! Troco é ferramenta de trabalho do comerciante, economizar nisso é burrice. É inadmissível um comércio não ter troco, claro que tem gente que abusa e quer comprar um produto de 1,50 com nota de 100 mas também tem muita gente que ajuda facilitando o troco. No fim das contas é obrigação do comércio ter troco e ponto final, nunca deve-se fazer cara feia ao fazer um troco complicado, isso simplesmente não pode acontecer. Outra coisa que me deixa louco é ir num comércio e esperar o caixa ir trocar dinheiro na rua. Porra, isso mostra total despreparo da empresa!

Quanto ter de troco? Como conseguir troco?

Quando eu tinha 3 lojas cheguei a ter R$ 15 mil em troco: moedas, notas de 2 e 5. É muito dinheiro? Claro que é! Porra, ter um carrinho popular maomenos parado em troco é foda porém necessário.Troco nunca é o suficiente, evapora muito rápido e na hora que você menos espera já acabou.

Pra conseguir troco não tem muito mistério:

1- Orientar os operadores de caixa a SEMPRE pedir troco. A conta deu 7 e o cara deu 10? Peça 2 reais e volte 5. Perceba que invés de você queimar uma nota de 2 e uma moeda de 1 você conseguiu uma nota de 2 e deu uma de 5. Quanto mais trocado você tiver, melhor. Ter 10 reais em 4 notas de 2 e 2 moedas de 1 é melhor que ter 2 de 5. Por quê? Simples, tendo trocado você consegue devolver valores mais baixos ou mais altos.

2- Nunca deixar excesso de troco no caixa. Isso força os operadores a seguir a orientação acima de pedir troco aos clientes. Jamais deixe-os saber que você tem muito trocado. Eu trabalho assim: cada operador tem um fundo de caixa que é fixo e ele deve se virar com aquele troco. Quando vejo que o fundo de caixa está "pobre" eu reponho do meu caixa em trocados mas cobro-os pra não deixar o troco acabar.

3- Aceite 100% do troco que lhe oferecerem. É muito comum, principalmente no fim do ano quando as pessoas abrem os cofrinhos, clientes oferecerem troco. Eu pego 100% desses trocados SEMPRE. Jamais deixo passar. Já cheguei a ir no banco sacar 500 reais pra trocar com um cliente que levou tudo em moedas de 1 real (as mais raras). Outra coisa comum é colegas comerciantes que giram muitas moedas virem trocar comigo: a moça da copiadora, o bicheiro, o cara do boteco e suas maquininhas caça níquel, o cara do posto de gasolina que não pode colocar troco no cofre... Quando você aceita moedas as pessoas voltam pra trocar com você porque sabem que não ficará com frescura.

4- Faça campanhas de arrecadação. Certa vez estava com pouca moeda de 0,05 e 0,10. Coloquei plaquinha na frente da loja: "troque suas moedas e ganhe vale-compras". Fiz vouchers e distribui às pessoas que trocassem moedas conosco. 5 a 10% dependendo da situação. Consegui muita moeda em apenas 1 semana de campanha e ainda trouxe clientes pra gastar na loja.

Bancos jamais vão te arrumar troco a não ser que você tenha uma relação muito próxima com os funcionários da sua agência, o que não é meu caso. Quase nunca vou ao banco e mal sei o nome dos gerentes (quem é amigo de gerente é porque não tem dinheiro).

Ter troco não é bicho de 7 cabeças mas requer uma abordagem séria e investimento, além de um trabalho diário e incansável dos gerentes em cima dos operadores.

domingo, 16 de outubro de 2016

Como vão meus investimentos?

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Esse blog foi criado com o objetivo de compartilhar informações sobre investimentos, renda passiva, independência financeira, etc. Com o passar dos anos ele se tornou um espelho do que passa pela minha cabeça e o assunto investimento não é mais o principal a muito, muito tempo. Parei de divulgar os resultados dos meus investimentos, isso foi bom por espantar os haters e o pessoal da dor de cotovelo, mas também me prejudicou porque parei de acompanhar meus números de perto.

Fazem pelo menos 2 anos que meus investimentos estão no piloto automático, não me preocupo muito como estão meus ativos e não tenho o menor orgulho disso. Eu estou completamente errado! Vou dar algumas desculpas para esse desleixo: foco nas empresas que é de onde vem minha grana, foco na qualidade de vida (invés de me preocupar pra onde está indo cada real que gasto), preguiça, desleixo, relaxo, preguiça, desleixo, relaxo... Ok, a verdade é que acho muito chato acompanhar ativos, ler relatórios e o kct... O prazer que um dia senti nisso foi passageiro e não me pertence mais. tenho plena consciência que perco dinheiro diariamente por causa disso, mas, anyway, não tenho muita vontade de mudar isso, talvez porque time que está ganhando não se mexe... NÃO FAÇA ISSO EM CASA AMIGUINHO! Sou o pior exemplo da blogosfera!

Bom, de qualquer maneira meu objetivo em investir continua o mesmo desde o começo do blog: geração de fluxo de caixa. Ganho de capital eu faço pelos flippings com empresas e outros negócios. Na minha opinião dinheiro aportado deve gerar fluxo de caixa, ponto final. Por isso minha grana está alocada 100% em ativos que geram renda mensal: fundos imobiliários e imóveis de locação. Sim, eu sei, essa alocação é temerária, mas é minha atual realidade. Se eu pretendo mudar isso? Sim. Quando? Não faço ideia, nem como fazer...

Os FIIs me geram cerca de 0,85% ao mês, lembrando que grande parte da carteira foi comprada num momento de alta (2012/13) o que reflete em uma menor rentabilidade. Se não fosse pelo risco eu ficaria 100% em FIIs. É lindo abrir a conta da corretora todo dia 1º e ver lá uma grana legal esperando pra ser transferida sem você ter mexido uma palha pra isso. A carteira tem 15 ativos. Recentemente fiz um mega aporte nela e usei um critério muito sofisticado pra escolha dos fundos: distribui proporcionalmente aos ativos que já estavam na carteira. É cômico e trágico, eu sei. Sorry...

Os imóveis de locação não foram comprados com esse objetivo: meu apartamento onde morei anos e saí devido aos vizinhos malucos, outros imóveis que peguei em rolos... Enfim, não tem muita coisa que preste nessa carteira, mas o importante é que estão todos locados gerando 0,5% ao mês. Dentro dessa carteira tenho também um teste que resolvi fazer de maneira puramente empírica e temerária: um imóvelzinho no exterior, que me gera uma rendinha de 0,7%/mês após taxas de administração e impostos. Esses imóveis foram barganhas? Tirando o apartamento onde morei que foi comprado antes da alta dos imóveis o resto foi "comprado" pelo preço de mercado mesmo, não teve nenhum grande negócio pra eu me orgulhar. Um dos apartamentos ficou 3 meses vazio me gerando custos, tive despesas de papelada, etc. Enfim, não tem nenhum grande negócio. Poderia vender e investir em algo mais rentável? Sem dúvidas! Mas estão alugados, gerando renda... preguiça da porra em anunciar, esperar, negociar, vender, escolher investimentos... Sem contar o fator psicológico de ter dinheiro lastreado em algo físico como um apartamento.

Não tenho tido muito tempo pra acompanhar a blogosfera mas dia desses estava dando uma olhada no blog do veterano Viver de Renda e descobri que ele está alocado 100% em renda fixa. Confesso que fiquei mais tranquilo pela minha posição em relação a alocação de ativos, acho que a atitude de cautela e conservadorismo é normal depois que você atinge a IF (com certeza ele sabe muito bem o que está fazendo ao contrário de mim (eu?)).

Enfim, eu que um dia me achei fodão como o sabichão das finanças estou alocado de uma maneira comodista e arriscada. Vou repetir: NÃO FAÇA ISSO, NÃO FAÇA O QUE FAÇO! É bom deixar claro!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Manual de Uso do Carro Velho

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Como sabem, de um ano pra cá tenho usado um carro velho, de 20 anos de idade. Poucas vezes na vida fiquei tão satisfeito com um carro, hoje vou dar minha opinião do porquê um carro velho pode ser um baita negócio e também como utiliza-lo da melhor maneira. Lembro que esse é um post de opinião, se você não concorda, ok, passe pro próximo.

Primeira questão a ser considerada em relação a propriedade de um carro: pra que serve um carro? Pode parecer estranho mas carros podem servir pra muitas coisas. Se você é um homem solteiro seu carro pode te ajudar a conseguir mulheres e não há absolutamente nada de errado com isso, cada um luta com as armas que tem e isso é 100% lícito. Nesse caso um carro velho não é uma boa opção. Se você é um vendedor, representante comercial ou trabalha com algo que exige deslocamentos constantes, seu carro é sua ferramenta de trabalho e provavelmente um carro mais novo e principalmente econômico é mais indicado. Se você é advogado, corretor ou tem que se deslocar com clientes, um carro de nível superior é melhor (sabemos que carro não quer dizer nada, mas é assim que a sociedade funciona portanto não adianta ir contra). Mas se você é uma pessoa que precisa de um carro pra se deslocar de A pra B, anda menos de 12.000km por ano e não faz viagens longas, um carro velhinho pode ser um tremendo negócio. E esse é exatamente meu caso.

Em casa temos esse carro velhinho e uma moto de pequena cilindrada também velhinha. Duas "conduções" cujo valor investido não chega a 15 mil reais. Ambos nos servem muito bem dentro das nossas necessidades atuais sem trazer preocupações em relação ao dinheiro empatado, desvalorização, seguros, IPVA, etc.

Como usar um carro velho?

Antes de decidir em ter um carro velho entenda uma coisa: carro não é investimento, carro não é membro da família, você jamais deve se apegar a um carro. Carro é um bem de consumo e nada mais. Pare com essa frescura que brasileiro tem de lavar carro todo fim de semana, de levar no martelinho de ouro pra tirar amassados imperceptíveis, de encerar carro uma vez por mês, de comprar acessórios, de comprar rodas esportivas. Pare com isso, jovem! Carro você usa, quando acabar joga fora. Ponto final.

Carro velho SEMPRE vai ter alguma coisa pra fazer, mas você não vai fazer ao menos que seja necessário para o correto funcionamento dele. Carro velho deve andar da maneira mais segura possível e só. Ele não tem que estar brilhando, sem amassados ou arranhões. Num carro sua preocupação deve ser a confiabilidade do motor e câmbio, eficiência do freio e a suspensão deve estar razoável. Nada mais!

Qual carro escolher?

Quanto mais simples, melhor. Aqui eu fiz exatamente o contrário, comprei o que era considerado um carro de luxo na sua época de lançamento, completo, top de linha. Esse é um risco que assumi porque não abro mão de ar-condicionado, direção hidráulica e câmbio automático. Minha aposta deu certo mas o risco é alto. Se a transmissão do meu carro estourar, é melhor vender pro desmanche que mandar arrumar. Minha aposta é baseada na reputação da fabricante. Se você compra um carro simples ou de manutenção barata o risco de se foder é bem menor, quanto menos coisa pra quebrar, quanto menos tecnologia, melhor. Fuja de importados estranhos, de franceses e de carros "exclusivos".

Como comprar um carro velho?

Aqui entra um aspecto sob o qual você não tem o menor controle: sorte. Pra comprar um carrinho velho de qualidade você deve ter sorte mas certas coisas ajudam. Meu carro foi comprado através de um cliente da loja que mexe com carros (um aposentado que tem isso como hobby), bem ou mal eu tinha certa confiança nele. Comprar de alguém que você confia ajuda muito. Outra dica é procurar uma "mosca branca", ou seja um carro muito bom, com qualidade muito superior aos seus pares, tenha em mente que isso significa pagar bem mais o que não quer dizer que seja negócio ruim. Meu carro mesmo, paguei 12k enquanto modelos similares do mesmo ano são encontrados por menos de 10k, mas o meu é um desses, com qualidade bem superior. Veja que 2k não vai te matar, é menos que o seguro de 1 ano de um popular em São Paulo e dependendo de como tiver o carro no momento que você for vender você recupera esse "investimento".

O lance é pegar um carro de algum desses tontos que lambem carro como se fosse um filho e usa-lo como uma pessoa racional usa um carro, capiche?

E a manutenção, Corey?

Você deve estar se questionando: Porra, um carro velho dá muita manutenção... Sim e não. Sim porque é óbvio que quanto mais velho maior as chances de coisas quebrarem e não por diversos motivos:

  • Carros com mais de 20 anos são nitidamente melhor fabricados, a qualidade é muito superior aos atuais e a tecnologia mais robusta e menos descartável. Os carros dos anos 90 pifam menos e são mais recuperáveis.
  • Manutenção preventiva é algo supervalorizado. Aqui é uma opinião controversa mas eu continuo achando que as pessoas fazem revisões demais em seus carros. As concessionárias fazem terror sobre a segurança e empurram manutenções desnecessárias. Certa vez, quando eu era financeiramente burro, comprei um carro zero, andei 60.000km e só troquei óleo e fiz rodízios de pneus uma vez. Esse carro nunca recebeu uma revisão e rodou perfeitamente durante 3 anos. Logo você não precisa fazer tanta manutenção assim...
  • Se você opta por um carro de manutenção simples provavelmente vai gastar menos com as peças e mão de obra. Um amigo tem um Uno 94, semana passada gastou 300 reais pra dar uma geral no motor, trocou óleo, filtros, correia dentada, limpou injeção (ou carburador, sei lá) e pastilhas de freio. Quem fez o serviço foi um colega mecênico da Toyota que faz uns freelas em casa. Resumindo: gastou pouco, ficou com o carro pronto pra mais um tempo, contribuiu pra economia informal, não pagou impostos...
  • Você não mexe com o que tá quieto, você arruma o que pifa e pronto. Seu motor está rajando e baixando óleo? Você não deixa faltar óleo e água. Seu radiador tem um furinho? Você usa um selante. Pronto!
Ter carro velho é uma delícia, ninguém cresce o olho, os vendedores do farol não te perturbam, você não gasta com IPVA e seguro (uma tranca de câmbio ou volante dão conta), não liga pra amassados e ralões, passa desapercebido, não fica com dor na consciência de ter uma baita grana empatada, não tem parcela de porra nenhuma relacionada ao carro, não vão roubar suas rodas no meio da rua ou estacionamento do shopping, enfim, pra quem precisa de uma condução pra levar de A pra B não há coisa melhor!

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Negócios no Brasil X Negócios nos EUA

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Leiam o texto abaixo, depois conversamos. (fonte: https://endeavor.org.br/fazer-negocios-eua-licoes/)

Zé Raimundo sempre gostou muito do Brasil, mas depois de conhecer como o mercado americano funciona, ele não pretende voltar para a nação verde e amarela tão cedo.

Depois de 20 anos de sucesso no Brasil, o Zé Raimundo percebeu uma oportunidade de expandir seu negócio para fora. Meticuloso que era, estudou as oportunidades, montou um plano de negócio e resolveu começar a internacionalização pelos Estados Unidos: economia forte, público alvo com bom poder aquisitivo, demanda pelos serviços e produtos do Zé. Uma oportunidade perfeita!
A essa altura do campeonato, Zé Raimundo já tinha aberto mais de 30 lojas no Brasil, em cinco Estados e 13 municípios e já estava cansado de toda burocracia e legislação do país. Honesto e zeloso, o Zé não era adepto dos “jeitinhos”. Por conta disso, em algumas lojas, ele levou mais de um ano para conseguir a documentação de abertura. Para o Zé, abrir uma loja nova era mais ou menos assim:
  1. Arrumar um ponto comercial regularizado e com habite-se – mais da metade não tem;
  2. Negociar com o proprietário e assinar o contrato de locação;
  3. Deliberar a abertura da filial e alterar o contrato social;
  4. Mandar para a Junta Comercial do Estado de Origem e aguardar “arquivamento”;
  5. Atender as exigências da Junta, mesmo que não entenda o motivo;
  6. Receber ata “arquivada” e mandar para junta comercial do estado de destino;
  7. Atender as exigências da Junta, mesmo que não entenda o motivo;
  8. Receber a ata arquivada;
  9. Tirar CNPJ e Inscrição Estadual da nova loja;
  10. Tirar Inscrição Municipal da nova loja;
  11. Dar entrada dos projetos na prefeitura e aguarda aprovação;
  12. Aguardar aprovação da prefeitura; (multiplique isso por 10)
  13. Após aprovação da prefeitura, iniciar as obras;
  14. Solicitar vistoria dos bombeiros;
  15. Aguardar vistoria dos bombeiros; (multiplique isso por 20)
  16. Atender exigências dos bombeiros e pedir nova vistoria;
  17. Aguardar vistoria dos bombeiros;
  18. Obtém habite-se;
  19. Dá entrada no pedido de alvará;
  20. Obtém alvará de funcionamento;
  21. Inaugura a loja;
A sorte do Zé é que ele não estava sozinho para enfrentar essa via crucis: rapidamente ele descobriu que existem consultorias, que não gostam de ser chamados de “despachantes”, cuja única finalidade é ajudar empresas como a do Zé a navegar pela burocracia! Por uma módica quantia o Zé podia contratar uma assessoria especializada para tratar disso para ele! Show de bola!

Só que como “bola” não fazia parte do vocabulário do Zé, na maioria das vezes os assessores-especialistas-na-burocracia não conseguiam reduzir os prazos para obtenção dos documentos. E tome-lhe loja pronta sem poder abrir.  Zé se cansou de tudo isso, já não queria mais viver em um ambiente assim e decidiu tentar a sorte na terra do Tio Sam.
  • Rumo aos Estados Unidos
Decisão tomada, a primeira providência do Zé foi preparar uma bela apresentação do projeto. Ainda no Brasil ele ficou sabendo que o consulado americano mantém um “escritório de negócios”, focado em ajudar empresas que queiram abrir novos negócios nos EUA.
LOGO NO PRIMEIRO CONTATO, ZÉ JÁ PERCEBEU QUE ESTAVA EM UM OUTRO MUNDO: AS PORTAS SE ABRIAM.
Ele percebeu um interesse real dos americanos em que o negócio dele se instalasse lá. Os caras começaram a reunião agradecendo ao Zé por ter escolhido instalar seu negócio nos EUA. O escritório de negócios conectou Zé com a ESD – Empire State Development – uma agência do governo de NY, especializada em desenvolver novos negócios em NY, que não só o recebeu prontamente, como se prontificou a ajudar nos pontos críticos – acesso a capital, recrutamento & seleção, treinamento, etc.
Apesar de parecer óbvio, Zé não deixava de se surpreender com a constatação de que nos Estados Unidos, o ambiente é “pro-negócios”: o governo de fato incentiva e trabalha para atrair e facilitar a instalação de novos negócios no país.
A COMPARAÇÃO COM AS DIFICULDADES DO BRASIL ERA INEVITÁVEL. FOI A PRIMEIRA GRANDE DIFERENÇA QUE O ZÉ PERCEBEU ENTRE OS DOIS PAÍSES.
Vencida a primeira etapa, chegou a hora de recrutar a equipe americana. Rapidamente, Zé descobriu que existe toda uma estrutura para facilitar a contratação de profissionais. Gratuitamente, ele conseguiu espaço para conduzir o processo seletivo, dinâmicas de grupo, material de apoio para o recrutamento. Além disso, o governo americano incentiva a inclusão e a contração de trabalhadores menos favorecidos; incentiva, não obriga como ocorre no Brasil. Nos EUA não tem “cota de PNE”, “cota de menor aprendiz”, lá o modelo é: se você contrata os menos favorecidos, recebe incentivos.
Não existe a obrigatoriedade como ocorre no Brasil, muitas vezes em detrimento da produtividade. Outra surpresa foram as leis trabalhistas: lá pode-se pagar por hora, por mês ou de acordo com a produtividade, não tem nada que sequer se assemelhe ao arcaísmo da CLT. Chamou a atenção do Zé o fato de que, apesar de “menos protegidas”,  não tem FGTS, férias pagas e estabilidade. O trabalhador médio americano tem um padrão de vida muito melhor que seus colegas brasileiros.
Em outra frente, o Zé já tinha contratado arquitetos, engenheiros e desenvolvido o projeto da nova loja. O processo é basicamente o mesmo do Brasil, prepara os projetos, dá entrada na prefeitura, recebe aprovação e começa a obra.
A DIFERENÇA É O TEMPO… TODA TRAMITAÇÃO LEVA NO MÁXIMO 30 DIAS. UMA VEZ TERMINADA A OBRA, É HORA DE OBTER O HABITE-SE.
Novamente, o processo é o mesmo do Brasil: você dá entrada no pedido, aguarda a vistoria e recebe o documento.
Assim como no Brasil, a prefeitura de NY não tem fiscais suficientes para dar conta de todos os pedidos. No Brasil esse problema não é solucionado e as empresas precisam aguardar meses até que haja fiscal disponível ou então dar um “jeitinho” para conseguir a disponibilidade imediata de um fiscal. Em NY, esse problema foi solucionado com a “auto vistoria”, a própria empresa preenche os documentos, contrata um engenheiro certificado e recebe um habite-se.
A premissa básica nos EUA é que o governo não pode impedir o seu negócio de funcionar por conta de uma ineficiência operacional do próprio governo. O governo lá ajuda e nunca se coloca em posição de atrapalhar o desenvolvimento de um negócio que trará resultados positivos por meio da geração de empregos e recolhimento de impostos. Esse tiro no pé, que acontece no Brasil, é algo impensável para o legislador americano.
Ao longo dos meses, o Zé Raimundo foi percebendo outras diferenças, às vezes sutis, outras nem tanto, entre o ambiente de negócios no Brasil e nos EUA. Ele percebeu que lá todos partem da premissa de que você é honesto e que as informações que presta são verdadeiras.
“RECONHECIMENTO DE FIRMA” E “CÓPIA AUTENTICADA” SÃO FIGURAS QUE NÃO FAZEM PARTE DO DIA-A-DIA DE NEGÓCIOS NOS EUA. O QUE VOCÊ FALA VALE, E AI DE VOCÊ SE NÃO FALAR A VERDADE.
O americano confia nas informações que recebe e a punição, em caso de prestar falsas declarações, é severa. Lá você não precisa provar, antecipadamente, que é honesto e também não tem alguém te tutelando o tempo todo e dizendo o que você pode e não pode fazer. Parte-se da premissa de que as regras serão seguidas e de que quem não segui-las arcará com as consequências. Rapidamente o Zé percebeu que essas pequenas sutilezas tem um enorme impacto nos negócios.
As contratações de fornecedores são muito mais rápidas, as propostas são mais objetivas, as negociações mais claras. Ninguém fica o tempo todo preocupado com o “aonde está a pegadinha” ou achando que o “outro quer se dar bem em cima de você”. De outro lado, isso faz com que o americano seja mais “literal”. Vale o que foi dito, vale o que está na proposta. Não está na proposta? Então não faz parte do escopo. Não tem jeitinho nem “veja bem”, não tem muito espaço para interpretação.
O Zé também percebeu que o americano não gosta de negociar preço. A lógica é simples: Se um fornecedor consegue baixar o preço pedido em 30%, significa que ele estava te cobrando 30% a mais do que o valor justo. Consequentemente, se você pede para o cara baixar o preço em 30%, é como se estivesse chamando ele de ladrão, afinal, quem em sã consciência proporia um preço 30% mais alto do que o preço justo?
O Zé Raimundo perdeu alguns negócios para fornecedores que se ofenderam com o jeitinho brasileiro dele de chorar preços. Por outro lado, o Zé descobriu que o americano é competitivo, não gosta de perder negócio e não tem papas na língua na hora de apontar os defeitos dos concorrentes. O Zé adorou essa parte: além de ter certeza de que sempre estava conseguindo preços alinhados ao mercado, acabou sendo alertado para muitas questões que teriam passado despercebidas se um concorrente mais agressivo não tivesse colocado o dedo na ferida.

Por conta disso, Zé deixou de cair em boas roubadas. Apesar de adorar o Brasil, o calor humano e o jeito de ser do brasileiro, ele ficou encantado com os efeitos benéficos da competição. Um mercado competitivo produz melhores resultados para todos: gera mais riqueza, mais empregos e mais bem estar social. Apesar da falta do arroz e feijão, Zé Raimundo segue feliz da vida seu projeto nos EUA. A primeira loja abre em breve e ele já sonha com as próximas.
 Agora vamos aos comentários. Zé Raimundo é o típico self-made man brasileiro, um fudido que não caiu no triatlon  cachaça/puta/jogo e conseguiu se dar bem na vida. Conheço inúmeros Zé Raimundo, pessoas simples, sem formação acadêmica mas que trabalharam duro e conseguiram montar impérios de negócios: rede lojas de material de construção, de lanchonetes, padarias, mercados... Uma observação: jamais conheci sequer sequer um cara com "preparo" teórico (administradores de empresa, economista, whatever) dono de empresa bem sucedida...

O que to texto fala sobre a burocracia pra abrir uma empresa é a mais pura verdade, mas duvido que o Zé Raimundo chegou onde está sem molhar a mão de ninguém. É impossível! Não existe a menor possibilidade de se abrir uma empresa, ter as licenças inerentes do ramo sem jeitinhos. Ponto final. Veja alguns exemplos: abrir um CNPJ novo demora em torno de 60 a 90 dias em São Paulo, com 200 reais na mão certa, o prazo cai pra 48h. Ok, você pode aguardar 90 dias, pagar 3 meses de aluguel no seu ponto comercial, mas dependendo da licença não é tão simples assim. Tem papel que pra sair depende de outro papel e esse segundo papel não sai sem o protocolo do primeiro sendo que o prazo é de 15 dias pra você ter o primeiro e 7 dias pra ter o segundo. Entendeu? Se você não apelar pro jeitinho simplesmente não consegue saporra de papel!

Nenhum empresário em sã consciência vai ficar aguardando prazos pra abrir sua loja, ele abre e depois corre atrás. É errado? Claro que é,  mas todos fazem assim e não tem  porque você fazer diferente Ser empresário no Brasil é cagar em cima da ética, não é possível fazer as coisas 100% dentro da legislação e ser empresário ao mesmo tempo. Sabe quando tem esses "escândalos" de empresas conceituadas e sem alvará e licenças de funcionamento? Os jornais esquecem de falar que a liberação desses papéis demoram horrores por passarem pelo humor de funcionários públicos, não falam que eles demoram 20, 30 dias pra dar uma resposta e pedir mais um documento e que isso se arrasta por meses e as vezes até anos.

Um dos motivos que consigo me virar bem é porque conheço as pessoas certas, os despachantes, as empresas de "consultoria" que nada mais são que "esquemas" com funcionários e órgãos públicos... Sem esse conhecimento minha vida empresaria seria um inferno ainda maior.

Sobre abrir uma empresa nos EUA não posso comentar muita coisa, minha experiência é bem restrita mas o pouco que sei é que realmente é tudo mais simples que o Brasil, as coisas são mais simples de se entender, os contadores são mais práticos e tudo é preto no branco o que traz uma segurança jurídica maior. As chances do contador fazer merda são bem reduzidas porque as leis são mais claras, já aqui sempre estou com o cu na mão dos meus contadores fazerem merda e eu me foder.

A legislação trabalhista americana é a cereja do bolo, a simples existência do sistema part-time já deixa as coisas mais simples pro lado do empresário. Nem vou comentar sobre os "direitos trabalhistas" brasileiros, a dificuldade que temos em demitir alguém devido aos encargos, etc. A terceirização que proporciona agilidade é outro ponto importante. 1000 a zero para os Estados Unidos.

Achei esse texto bem interessante, serve pra abrir os olhos de quem nunca teve contato com o ssitema empresarial americano e me deixou com ainda mais bronca do Brasil.