domingo, 11 de agosto de 2019

Livro - Company of One: Why Staying Small Is the Next Big Thing for Business

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.


Fazem anos que não faço um post sobre livro, o principal motivo é que ando lendo pouco. Ler é hábito e quando se perde um hábito pode ser meio complicado de se conquistar novamente, anos atrás fui um leitor compulsivo e aos poucos vim diminuindo o ritmo até que praticamente parei de ler, enfim, espero estar retomando com esse hábito.

Fiquei sabendo do Company of One: Why Staying Small Is the Next Big Thing for Business através de um podcast do Matt D'Avella, um dos melhores YouTubers sobre minimalismo, melhora de qualidade de vida e auto-conhecimento, recomendos a todos, o cara é foda e seus vídeos estão me ajudando muito na fase complicada que estou passando. D'Avella entrevistou o autor do livro, Paul Jarvis e fiquei interessado em saber mais sobre essa ideia alternativa de usar o minimalismo em uma empresa.

Comprei o livro "analógico" pela Amazon Espanha e levei pra praia onde comecei a lê-lo, grifa-lo e fazer anotações. Um parenteses: estou pensando em comprar um Kindle porque não quero começar a acumular livros novamente porém gosto de grigar e fazer anotações e não sei se os recursos do Kindle irão me agradar, compartilhem suas experiências, por favor. Então aqui vai meu resumão sobre o livro, o post pode ficar chato mas de qualquer maneira isso servirá para meu próprio estudo sobre o assunto e acredito ser um dos poucos posts sobre o assunto em língua portuguesa, o que estiver entre colchetes ([]) são meus pensamentos sobre o assunto.

No prólogo o autor conta um pouco sua experiência de ter deixado a cidade grande e ter ido viver no meio do mato (no meio da neve seria mais apropriado porque o cara vive no Canadá) e fala um pouco sobre questões psicológicas, de como explorar seus próprios pensamentos pode ser uma das coisas mais assustadoras do mundo, que se você ficar a sós com seus pensamentos eles podem revelar ideias que podem mudar seu modo de pensar para sempre [pura verdade, depois que comecei a trabalhar sem usar a cabeça vi o quanto ficar com a cabeça vazia pode ser assustador]. Quando você faz uma limpeza (decluttering) nos seus pensamentos consegue olhar de maneira mais clara para o dia a dia [essas férias me fizeram isso, dei um reboot nos pensamentos e tudo está mais nítido].

A "empresa de uma só pessoa" [tradução literal e porca de "Company of One", e que daqui pra frente chamarei de COO] não precisa ser necessariamente tocada por seu dono apenas, claro que muitas vezes terá funcionários ou terceirizados mas a ideia é manter uma empresa enxuta buscando diferencial competitivo e resiliência [palavrinha coach mas que nesse contexto faz sentido]. Crescimento não é necessariamente uma boa estratégia quando seguido de maneira cega. Ficar pequeno não precisa ser resultado de fracasso, pode ser um objetivo e uma estratégia inteligente de longo prazo. Uma COO é simplesmente uma empresa que questiona o crescimento e não tenta resolver os problemas com "mais" porque "mais" significa mais complexidade, mais custos, mais responsabilidades, etc. Resolver problemas com os recursos disponíveis ajuda a construir um negócio forte para o longo prazo porque "menos" é necessário para manter o negócio vivo. O negócio deve ser construído ao redor da vida do empresário e não o contrário, o crescimento da empresa pode diminuir os retornos se o dono não cuidar dele mesmo e do bem estar da família. O crescimento de uma empresa pode ser a pior decisão para a longevidade da mesma.

Uma COO tipicamente deve ter 4 características:

1- Resiliência: o dono deve aceitar a realidade em que sua empresa está inserida e trabalhar com isso, querer mudar o mundo não vai funcionar e você não tem controle sobre o mercado. A empresa deve ter um propósito além do financeiro e o trabalho dentro da empresa deve ser minimamente satisfatório mesmo que nem tudo seja legal [durante toda minha vida de empreendedor meu único objetivo era financeiro e por isso me estressava muito e não conseguia pensar a longo prazo, esse talvez deve ter sido meu pior erro como empreendedor]. A empresa deve ter poder de adaptação porque tudo vai sempre mudar, não adianta achar o contrário.

[mais uma cagada identificada: quando eu tinha loja queria sempre fazer tudo do meu jeito que é eticamente incompatível com a realidade brasileira, isso me dava prejuízo e desgaste emocional por ver concorrentes cagando pra lei e lucrando por isso]

2- Autonomia: a empresa deve ser capaz de andar sobre trilhos mas você deve saber para onde esses trilhos vão. O empresário deve ter as habilidades necessárias para tocar o negócio antes de esperar que ela tenha autonomia. Para quebrar as regras você deve primeiro conhecer as regras, deve ter um mind-set de esponja: absorver tudo sobre sua profissão ou ramo de atuação, para ter controle sobre uma empresa requer proficiência em vendas, gerenciamento, projetos, retenção de clientes, marketing, etc. O cara deve ser generalista.

[sempre falei que o dono da empresa deve ser capaz de fazer tudo dentro dela, de lavar o chão até as questões técnicas, deve ser capaz de quebrar o galho em qualquer função, ta aí o exemplo que eu não estava errado. Por outro lado sempre deixei a desejar em muitos desses aspectos como marketing, por exemplo, jamais fiz uma campanha de marketing na minha vida!!!]

3- Velocidade: conforme as empresas crescer, acabam por aumentar as camadas de complexidade. Uma COO pode ter regras e processos mais simples, deve questionar se um processo é eficiente, remover passos que estão atrasando o resultado final, não precisa de reuniões para tomadas de decisões rápidas e rapidamente pode mudar o rumo.

4- Simplicidade: deve ser obrigatória, muitas camadas de complexidade levam à atrofia. O que facilita uma COO é o fato de ter menos gente envolvida, o que torna processos mais facilmente controláveis.

[já vi muita COO com burocracias idiotas que muitas vezes o dono nem sabe o porque existem, o melhor exemplo é estipular limite de compra no cartão: tanto faz passar 1 ou 100 reais na maquininha, a taxa é proporcional, não existe razão para limitar isso! Se for pra limitar alguma coisa seria pra compras de valores altos e não baixos!]

PERMANECER PEQUENO COMO OBJETIVO FINAL

[Aqui o autor fala sobre a importância de ter foco no cliente ao invés de foco puramente nos resultados, a princípio pode parecer bullshit mas faz sentido.]

O trabalho do empresário não é aumentar os lucros infinitamente e sim criar produtos e serviços cada vez melhores para seus clientes, cuidando dos clientes que já possuem, o que sai mais barato que arranjar novos. Clientes gostam de pequenos toques e atenção que a empresa dá a eles, focar nisso é melhor que focar em crescimento. O foco deve ser melhorar e não aumentar.

[Verdade! O relacionamento mais pessoal é o que mantem muitas empresas em cenários ultra competitivos, é por isso que ainda existem quitandas onde o dono te chama pelo nome e porque você vai na farmácia do seu Francisco quando está com hemorróidas invés de ir na Drogasil]
[Embora sempre tive um foco bom nesse tipo de "toque pessoal" meu principal objetivo como empreendedor sempre foi ter um crescimento rápido e vender a empresa com um bom lucro, minha estratégia funcionou mas para longo prazo não funcionaria]

Crescimento como foco principal não é apenas uma estratégia ruim, pode ser perigoso para a empresa. Uma COO foca na estabilidade, simplicidade, independência e resiliência no longo prazo. Uma das maneiras de fazer é isso é começar pequeno e se tornar lucrativa o mais rápido possível sem a necessidade de investimento externo, uma estraatégia legal pode ser aumentar preços de maneira a selecionar clientes, trabalhar menos e lucrar o mesmo. [esse lance de começar rapidamente sem muito investimento e com os pequenos lucros ir ajeitando a empresa é justamente o que a Bia tem feito no negócio dela: começou com uns 100 euros e vem comprando o que precisa com os próprios lucros. Isso também tem a ver com o que sempre disse sobre uma empresa ser lucrativa desde o dia 1]



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