terça-feira, 8 de setembro de 2015

7 de Setembro, Patriotismo, Intervenção Militar

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Ontem foi 7 de setembro e pela primeira vez desde que eu era moleque, assisti o desfile cívico de 7 de Setembro no Anhembi em São Paulo, sai de lá com um sentimento bom e um pouco de esperança no coração.

O motivo pelo qual me fez ir ao Anhembi é o fato de, como boa parte dos "meninos", gosto de carros militares, acho legal formações de soldados, uniformes, essas coisas... Motivo besta, mas no fim das contas foi uma experiência melhor que o imaginado. Fiquei contente em ver o helicóptero Águia da Polícia Militar dar rasantes sobre a arquibancada, em ver a disciplina e sincronia da banda da Polícia do Exército, de ver o belo uniforme das oficiais da Marinha, os tanques do Exército, os lindos cavalos das tropas... Tudo isso foi legal, mas o mais legal foi ver a quantidade de famílias presente no eventos, pais com seus filhos, explicando que aquelas pessoas desfilando ali na frente são as responsáveis pela defesa do país. Fiquei contente em participar do coro "Dilma, vai tomar...", fiquei contente também (e isso pode ser polêmico) em ouvir o coro de "Intervenção! Intervenção!". Não vi sequer uma manifestação em favor do governo, não vi bandeiras vermelhas nem coisas correlatas. Aquela parecia ser a festa da família brasileira, festa do trabalhador que num feriado ensina seus filhos um pouco como as coisas funcionam. A esmagadora maioria das pessoas ali presentes pareciam fazer parte da classe média, média baixa. Era o povão! E por incrível que pareça o povão estava organizado, não havia confusões e a unanimidade dizia estar descontente com o governo. Claro que ali estavam muitos apoiadores do governo, ao menos apoiaram nas urnas no ano passado, mas acredito que muitos estavam arrependidos.

Posso ser romântico, otimista e sonhador, mas ontem senti uma pontinha de esperança em relação ao nosso país. Por outro lado tenho certeza que se houver alguma melhora não estarei aqui pra ver. Isso não muda nada minha opinião sobre o povo brasileiro como todo, não muda nada em relação aos meus planos de deixar o país, porém ao ver os símbolos nacionais, as pessoas que trabalham em favor da defesa da ordem do país (talvez uma das poucas classes de funcionários públicos que realmente merecem seu salário), ao ver a força que temos, isso tudo fez despertar um pouco do patriotismo que tenho dentro de mim. Não aquele patriotismo idiota e nojento de pendurar bandeirinha do Brasil na janela do carro em tempos de Copa do Mundo, mas sim o patriotismo de saber que meu país é forte, tão forte que aguenta toda essa putaria que fazem com ele, esse mesmo patriotismo me deixa cada vez com mais raiva por saber que dificilmente algo de bom acontecerá no médio prazo.

Após ouvir os gritos de pedidos de Intervenção Militar mais uma vez me peguei pensando e repasso a seguinte pergunta para vocês (por favor, respondam nos comentários, me ajudem a chegar numa opinião sólida sobre o assunto):

Para o cidadão de bem, o pai de família, que trabalha, curte um churrasquinho no fim de semana, toma uma cerveja no bar com amigos de vez em quando, cujos filhos frequentam escola pública, cujo luxo é ir pra Santos no Réveillon. Para esse pacato cidadão, que não quer saber de bagunça, cuja maior encrenca que arruma é para discutir se seu time foi ou não roubado pelo juiz, para esse cara quão ruim seria uma intervenção militar no Brasil? Imaginamos o cenário dos anos 70 nos dias de hoje. É dentro desse cenário de progresso econômico, investimento do estado na infra estrutura e principalmente ordem pública  que quero que vocês respondam essa pergunta. O que o cidadão médio sofreria se houvesse uma intervenção militar?

Claro que sei de todo o lado podre, a corrupção dos milicos (corrupção essa que chegou com os Portugas em 1500), a censura (Será que censura é tão ruim assim? Será que censurar certas letras de funk não seria uma boa ideia)... Eu sei que ditaduras sejam elas quais forem são péssimas no longo prazo para a população, aliás sou libertário, acredito que quanto menor governo, melhor. Porém mesmo assim será que não chegamos num ponto onde é necessário um remédio amargo pra conseguir melhorar depois? Tenho a tendência de pensar que se pensando somente na segurança e ordem pública já se justifica uma intervenção militar. Mais uma vez eu repito (como já disse aqui no blog algumas vezes): as únicas pessoas que eu conheço que viveram a época da ditadura e que reclamam dela são comunistas. De resto, todo o resto elogia e sente saudades. Será que eles estão tão errados assim? Será que a gente, no auge dos 30 e poucos anos, temos lastro suficiente pra tratar sobre esse assunto? Será que a molecada que tanto critica o regime militar mas sequer nasceu durante essa época tem experiência pra criticar esse regime por ter lido a história deles em livros que são em sua maioria de tendência esquerdista?

Sei que esse é um tópico chato, cheio de perguntas, mas eu realmente gostaria de discutir isso de maneira civilizada, não tenho opinião formada sobre o assunto, tenho tendências e mais nada, estou aberto para opiniões divergentes.

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