"Não acredito que você vendeu suas lojas, deixou de ser EMPRESÁRIO e virou empregado!" - Não sei quantas vezes ouvi, tanto aqui quanto na vida real, versões dessa frase no último ano. As pessoas possuem uma visão enviesada da imagem do empresário médio.
Ao ouvir a palavra "empresário" a esmagadora maioria das pessoas associa à um homem bem vestido, atrás de uma mesa de vidro, numa sala decorada com obras de arte, ar condicionado e vista para Manhattan. O trabalho do "empresário" é responder emails, dar ordens, fazer telefonemas, tomar café, comer a secretária, andar de BMW, usar Rolex...
Por força do hábito e por ser tratado assim pelas repartições públicas, bancos e demais instituições, acabei por adotando o uso de "empresário" para referir à minha antiga atividade profissional, porém minha descrição mais realista de empresário seria:
Eu, consertando computador, mãos sujas ao limpar coisas, fazer trabalho de todos os cargos possíveis dentro da minha empresa, receber boletos falsos de sindicatos, pagar boletos e guias de recolhimento de imposto, receber cartinhas de repartições públicas avisando que tenho débitos, brigar com operadoras de cartão de crédito, rezar para o movimento melhorar, torcer para o funcionário não roubar "muito", ter tato ao lidar com funcionário para não ofende-lo e abrir margem para processo, rezar para uma funcionária não engravidar, rezar para não ser assaltado, rezar para não ter problemas físicos na loja como uma fechadura emperrada que custará 1000 reais pra ser arrumada e deixará a loja aberta até meia noite, torcer para não ter enchente...
Não é mimimi, essa é a REALIDADE da vida do "empresário" brasileiro. Aliás, vamos deixar esse termo de lado e usar o termo "raiz", ou seja, "comerciante". Jamais fui empresário, essa foi a imagem que tentaram me vender a vida toda mas na real sempre fui comerciante, aquele nêgo dono da lojinha, que trabalha pra caralho, com uniforme da firma, uma Bic atrás da orelha e é meio chucro.
Acredito que bem ou mal deixei esse falso glamour do empresário subir pra minha cabeça e durante um bom tempo que tive loja me achei um empresário ao invés de um comerciante. Parece besteira mas isso com certeza influenciou muitas das minhas decisões como "empreendedor" (seria empreendedor um mix entre empresário e comerciante?) e me fez fazer várias cagadas. Não estou colocando a culpa das minhas cagadas nos outros, se fui burro a culpa é somente minha mesmo.
A vida do comerciante de sucesso não tem glamour algum, não tem sala com ar condicionado, não tem carrões nem essas merdas que você, profissional de TI (maior mistério para um comerciante é entender que diabos é um "profissional de TI") acha que temos. Não é glamour que uma lojinha traz e sim a possibilidade de ganhar um cadim mais de dinheiro. Pare de glamourizar o comerciante!
Ao ouvir a palavra "empresário" a esmagadora maioria das pessoas associa à um homem bem vestido, atrás de uma mesa de vidro, numa sala decorada com obras de arte, ar condicionado e vista para Manhattan. O trabalho do "empresário" é responder emails, dar ordens, fazer telefonemas, tomar café, comer a secretária, andar de BMW, usar Rolex...
Por força do hábito e por ser tratado assim pelas repartições públicas, bancos e demais instituições, acabei por adotando o uso de "empresário" para referir à minha antiga atividade profissional, porém minha descrição mais realista de empresário seria:
Eu, consertando computador, mãos sujas ao limpar coisas, fazer trabalho de todos os cargos possíveis dentro da minha empresa, receber boletos falsos de sindicatos, pagar boletos e guias de recolhimento de imposto, receber cartinhas de repartições públicas avisando que tenho débitos, brigar com operadoras de cartão de crédito, rezar para o movimento melhorar, torcer para o funcionário não roubar "muito", ter tato ao lidar com funcionário para não ofende-lo e abrir margem para processo, rezar para uma funcionária não engravidar, rezar para não ser assaltado, rezar para não ter problemas físicos na loja como uma fechadura emperrada que custará 1000 reais pra ser arrumada e deixará a loja aberta até meia noite, torcer para não ter enchente...
Não é mimimi, essa é a REALIDADE da vida do "empresário" brasileiro. Aliás, vamos deixar esse termo de lado e usar o termo "raiz", ou seja, "comerciante". Jamais fui empresário, essa foi a imagem que tentaram me vender a vida toda mas na real sempre fui comerciante, aquele nêgo dono da lojinha, que trabalha pra caralho, com uniforme da firma, uma Bic atrás da orelha e é meio chucro.
Acredito que bem ou mal deixei esse falso glamour do empresário subir pra minha cabeça e durante um bom tempo que tive loja me achei um empresário ao invés de um comerciante. Parece besteira mas isso com certeza influenciou muitas das minhas decisões como "empreendedor" (seria empreendedor um mix entre empresário e comerciante?) e me fez fazer várias cagadas. Não estou colocando a culpa das minhas cagadas nos outros, se fui burro a culpa é somente minha mesmo.
A vida do comerciante de sucesso não tem glamour algum, não tem sala com ar condicionado, não tem carrões nem essas merdas que você, profissional de TI (maior mistério para um comerciante é entender que diabos é um "profissional de TI") acha que temos. Não é glamour que uma lojinha traz e sim a possibilidade de ganhar um cadim mais de dinheiro. Pare de glamourizar o comerciante!
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