segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Acumular ou Gerar Caixa?

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Durante minha última postagem (sobre o orçamento 2013), o nosso amigo Investido Defensivo fez uma contestação extremamente pertinente:
"Sobre a sua estratégia de fluxo de caixa, ando pensando que fluxo de caixa seria após o período de acumulação. E para acumular, o melhor seria arriscar em ações mesmo, ao invés de FIIs. FIIs são para fluxo de caixa mesmo."
Pra quem não sabe, minha estratégia para atingir a Independência Financeira é focada em geração de fluxo de caixa, ou seja, ter dinheiro proveniente da rentabilidade dos investimentos caindo em conta periodicamente. O plano é aumentar mês a mês essa quantia até que consiga manter minhas despesas pessoais somente com esse dinheiro.

O ID defende a tese que o fluxo de caixa é importante somente após o período de acumulação, ou seja, após a carteira de investimentos ter tamanho suficiente para que os proventos sejam utilizados para manutenção das despesas, ou mais claramente, após o investidor atingir a sonhada independência financeira. Esse pensamento está correto, o investidor não deve consumir os proventos e sim reinvesti-los de maneira a aumentar mais rapidamente o tamanho da carteira, então não faz muito sentido buscar investimentos que proporcionem fluxo de caixa se esses serão reinvestidos, parece ser mais certo buscar investimentos que proporcionem maior rentabilidade, mesmo que não gerem fluxo de caixa.

Então por que raios você foca no fluxo de caixa se ainda não chegou lá?

Essa é a pergunta que vocês devem estar querendo me fazer. Os motivos para que eu foque em obter fluxo de caixa em detrimento de aumento da carteira são vários:

1- Meu prazo para obter a independência financeira, ou mais precisamente a semi-aposentadoria, é relativamente curto, 4 ou 5 anos é pouco tempo para se esperar um desempenho excepcional na bolsa, por exemplo.

2- Falta de conhecimento: não é segredo pra ninguém que o conhecimento que tenho sobre ações não é suficiente para que eu entre e faça as coisas com certeza absoluta que não estou fazendo cagada ou agindo impulsivamente. Além disso não tenho saco paciência pra aprender.

3- Aporte alto: felizmente tenho um bom poder de aporte, pelo menos grande o suficiente para que eu deixe o fator crescimento da carteira um pouco de lado. Se meu poder de aporte fosse pequeno, com certeza eu me viraria nos 30 pra ver cada real render o máximo possível, mesmo que fosse necessário assumir riscos maiores.

4- Investimento em imóveis demandam um bom dinheiro. Trato os FIIs como eles realmente são: IMÓVEIS. Aqui em São Paulo, você não compra uma quitinete, visando obter renda com aluguel, por menos de 100 mil reais, então não vejo sentido manter uma pequena parcela do patrimônio em FIIs se eles nada mais são que uma forma de investir em imóveis.

5- Psicológico: esse é um fator muito importante. Me sinto bem em ver o valor dos rendimentos subirem mês a mês, percebo claramente que cada mês estou mais próximo do objetivo de todos nós: parar de trabalhar ou trabalhar não somente pelo dinheiro. Fica mais fácil mensurar o desempenho.

Uma dúvida que pode surgir é porque focar unicamente em FII e excluir as empresas boas pagadoras de dividendos do plano. Isso acontece porque os FIIs são mais previsíveis e possuem mecânica mais fácil de entender (pelo menos pra minha cabeça) que as ações. Véi na boa, ando lendo tanta coisa extremamente técnica (e de qualidade) sobre ações na blogosfera que cada dia que passa tenho mais receio de entrar nesse mundo. Não descarto esse tipo de balanceamento, mas por enquanto vou surfando na boa onda dos FIIs.

Claro que eu sei os riscos envolvidos no investimento em FIIs, mas para minha realidade, são riscos que estou disposto a assumir. Meu maior medo não é que as cotações despenquem, e sim que o nosso querido governo invente algum jeito de foder prejudicar a rentabilidade dos fundos, como tributação ou outro tipo de controle.

Seu horizonte de IF é distante? Não consegue aportar muito? Estude, assuma riscos e trate de aumentar sua rentabilidade e ver sua carteira crescer. Pra isso recomendo fortemente o acompanhamento do blog do Zé Mobral, um excelente exemplo que com disciplina, estudos e risco controlado é possível vencer, mesmo com aportes baixos.

ID, obrigado por questionar, acabei fazendo uma auto análise dos meus motivos e conclui que estou no rumo certo para conquistar meus objetivos.

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