segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Pequenos Problemas, Grandes Chateações

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor. 

Outro dia estava conversando com um colega sobre os "probleminhas" que os donos de comércios enfrentam, comentamos muita coisa, boa parte delas são inclusive engraçadas. Sabe aquela história de "seria cômico se não fosse trágico"? Pos bem, é bem por aí... São coisas muitas vezes simples, banais e que nem dão tanto prejuízo financeiro, mas causam um transtorno enorme, e a Lei de Murphy sempre impera.

Vamos a alguns "causos" reais, alguns aconteceram comigo, com colegas, ou presenciei:

Durante o dia de mais movimento, na época mais lucrativa, a fonte de alimentação do servidor da loja fritou sozinha, todos as estações de trabalho pararam de funcionar. Os funcionários passaram a fazer as operações manualmente, perdendo muitas vendas, fazendo besteiras, etc. O dono da loja estava indo viajar, a 100km de distância, foi avisado e voltou, ao chegar na loja, trocou a fonte por outra de um computador sem uso e resolveu o problema.

Dia 31 de dezembro, 18h, o dono está fechando a loja e de repente escuta um barulho ao abaixar a porta de aço, que se recusou a descer completamente. Após inúmeros telefonemas, encontrou um serralheiro disposto a arrumar, ele chegou por volta das 22h, bêbado e cobrou o que bem entendeu.

Outra de porta: um funcionário apertou o botão da porta automática para fechar uma loja, as 23h, sem se dar conta que havia esquecido algumas mercadorias em baixo do trilho. Resultado: uma porta "descarrilada", em plena madrugada. O dono foi chamado e ficou esperando o técnico chegar, detalhe: o técnico veio de uma cidade a 60km de distância.

Fila no caixa da padaria, uma criança doente no colo da mãe que, de certo na tentativa de aliviar o desconforto do rebento, ficava balançando-a de um lado a outro, até que a criatura fica amarela, depois verde e despeja uma enxurrada de vômito em cima dos chocolates, balas e paçoquinhas em cima do balcão da padoca (obs: pessoas vomitando é algo extremamente comum de se ver nos comércios).

Cliente pediu para usar o banheiro da loja, o funcionário permitiu mas alertou que a descarga não estava funcionando e que em caso de número 2 o cidadão deveria buscar outro local. Adivinhem qual número o cliente decidiu fazer? Exato, o 2! Deu descarga que por não estar funcionando, causou refluxo, transbordou o vaso sanitário você sabe exatamente do que, causando alagamento na loja.

Sábado, 7h da manhã, o dono chega pra abrir a loja e se depara com mendigos dormindo na porta da loja, com muito jeito e educação consegue tira-los dali e se dá conta que o cheiro que ficou não é apenas das pessoas marginalizadas. Havia números 1, 2 e 3 (vômito) na porta da loja.

Apagão 2010. Após boatos de saques e vandalismo em lojas de um centro comercial, o proprietário de uma loja deixa a família em casa, pega o carro e vai correndo pra empresa, ver o que de fato está acontecendo. Por sorte tudo era boato, mas ele fica dando voltas na região pra se certificar que tudo está bem.

1971: Um grande viaduto elevado é construído através do canteiro central de diversas ruas da capital paulista, em apenas 11 meses, decreta o fim do banho de sol de diversas lojas localizadas na Rua Gal Olímpio da Silveira e Amaral Gurgel, com isso o comércio fervente dessa área, até então relativamente nobre, é rapidamente dizimado. Hoje, mais de 40 anos depois o que sobrou foram butecos, estacionamentos, oficinas e muitos salões vazios na sombra do "minhocão".


Depois dizem que a vida de comerciante é glamurosa, esse é o tipo de coisa que precisamos enfrentar no dia-a-dia pra ganhar uns trocados a mais. O comerciante ou micro-empresário do setor de serviços ou mesmo industria é parte da empresa, ele está envolvido em tudo que acontece, não tem capital pra bancar gerentes para diferentes áreas. O dono quase sempre é o técnico de informática, encanador, eletricista e muitas vezes faxineiro. Sobra tudo pro dono, não importa se o problema acontecer em horário comercial, de madrugada, nos fins de semana ou durante as férias. O dono deve cuidar da troca de uma lâmpada ou reinventar sua empresa caso a prefeitura faça alguma cagada obra na região.

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