quarta-feira, 6 de março de 2013

[Empreendedorismo] – Arrendamento de Comércios - Parte 2

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor. 

Na primeira parte dessa postagem falei um pouco sobre o que é arrendamento de um comércio e sobre esse negócio do ponto de vista do arrendador (proprietário). Hoje continuarei o assunto falando sobre o ponto de vista do arrendatário.

Ponto de vista do arrendatário

Para o arrendatário, ou seja, a pessoa que arrendará o comércio, quase sempre o motivo para tocar a empresa de alguém é a falta de capital para ter seu próprio negócio.

Imaginem que Pedro é o açougueiro-chefe do “Mundo Vegetariano”, é um excelente profissional, proativo, de extrema confiança de João, tem família pra sustentar e não consegue juntar muito do seu salário de R$ 2 mil. Para Pedro a oportunidade de arrendar o açougue é ouro! Ele poderá tirar bem mais que os R$2 mil de salário mesmo pagando, sei lá, R$ 5 mil a João. Pedro poderá ser o dono de um negócio, mesmo que durante um curto período de tempo e melhor, sem investir 1 real.

O lado B é que Pedro estará trabalhando muito num negócio que efetivamente não é dele, após expirado o prazo do arrendamento ele poderá ser obrigado a devolver o açougue a João e perderá todo o trabalho realizado. Por outro lado, um contrato bem elaborado pode fazer que Pedro receba de João uma remuneração extra pelos bons serviços prestados a empresa durante o período que ele foi arrendatário.

Assim como existem poucos arrendadores dispostos a fazer esse tipo de negócio somente para obter renda passiva, devido aos riscos envolvidos, há também uns poucos empreendedores que arrendam um comércio levando a sério aquela velha máxima disseminada por alguns especialistas que diz: "nunca compre aquilo que você possa alugar". Nesse caso, o arrendatário foca no ganho rápido de dinheiro num período de X anos, não se importando com as limitações de um arrendamento, em estar trabalhando a marca de outra pessoa e em não ganhar (ou ganhar pouco) pela valorização do negócio. O arrendatário se livra de muita burocracia, ganha uma boa grana e vai para outro negócio. É ótimo pra quem detesta criar raízes num lugar.

O arrendamento também pode ser uma opção de tira-teima. Será que você nasceu pra ser empreendedor? Arrende um comércio e tire suas conclusões. Claro que não é tão simples assim, achar uma pessoa disposta a arrendar uma empresa é raríssimo, mas se um dia essa possibilidade bater na sua porta, pense bem antes de deixar passar.

Peculiaridades do Negócio

Normalmente um arrendamento é feito por um período de 1 ou 2 anos, com possibilidade de renovação. Cláusulas de multas contratuais caso uma das partes desista do negócio devem ser obrigatórias. Em alguns casos, o arrendamento pode ser alinhavado com opção de compra, ou seja, o arrendatário tem a opção de comprar o negócio após o término do período de arrendamento por um preço determinado antes do início do contrato, ou seja, se o arrendatário for esperto, conseguirá comprar 1 dólar por 50 centavos!

O arrendador deve pagar, no fim do contrato, um “prêmio” ao arrendatário por esse ter aumentado o faturamento (se ocorrer), aumentado o estoque ou feito algum tipo de benfeitoria na empresa. Essa é uma cláusula importante para incentivar o arrendatário e garantir o crescimento do negócio, caso contrário, o arrendador corre o risco de receber o comércio em condição inferior ao da data da entrega, nesse caso, multas também devem ser aplicadas.

O arrendador continuará dono do negócio, então nada mais justo que continue acompanhando o desenvolvimento da empresa. Isso deve ser feito através de relatórios e muitas vezes de maneira presencial, mas sem interferência direta. O arrendador deve manter uma boa relação com o arrendatário, até agir como um consultor e aconselhador, mas não deve se meter nas decisões finais. Os detalhes desse acompanhamento devem ser colocados em contrato.

Em resumo o arrendamento de comércios pode ser um excelente negócio para ambas as partes, mas deve ser feito muito criteriosamente, com todo cuidado, atenção aos detalhes e ao contrato. 

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