quinta-feira, 14 de março de 2013

[Livros] - Como a Starbucks salvou a minha vida

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor. 

Faz algum tempo que alguém me sugeriu a leitura desse livro, semana passada passei no Starbucks perto de casa e me lembrei do livro. Não sei porque mas fiquei com uma vontade imensa de lê-lo e fui procurar, acabei comprando por módicos R$ 5,00 num sebo.

O livro não tem nada a ver com finanças ou algo do tipo, conta a história do publicitário Michael Gates Gill, branco, nascido e criado numa família classe média, passou por diversos cargos numa das maiores agências publicitárias dos EUA, levava sua vida em função da empresa, trabalhava 12, 14 horas por dia, Natal, feriados, mudava frequentemente de estado para abrir novos escritórios da agência, não acompanhou o crescimento de seus filhos, não era feliz no trabalho mas gostava do status que ele proporcionava. Aos 53 anos sua chefe, a qual ele ajudou a subir na empresa, o demitiu por se velho demais.

Pegou uma boa indenização e foi trabalhar como consultor, no começo fechou alguns negócios com pessoas conhecidas, mas aos poucos os negócios foram minguando. Nesse meio de tempo arrumou uma amante que teve um filho seu, se divorciou deixando sua casa para sua ex-esposa e seus filhos. Foi morar num apartamento pequeno e barato nos subúrbios de Nova Iorque. A amante passou a perder o interesse por ele e o deixou. Descobriu que tinha um tumor raro no cérebro que estava prejudicando sua audição, não tinha seguro saúde. O dinheiro da indenização acabou e se viu sem condições de pagar o aluguel.

Michael Gates Gill
Dez anos depois da demissão, passou em frente a casa onde passou a infância, parou num Starbucks pra tomar um café. Na loja estava acontecendo um festival de contratações onde uma das gerentes lhe ofereceu um emprego de atendente (na realidade ele é um faz-tudo) que prontamente aceitou. Logo no primeiro dia de trabalho teve um choque: todos os colegas (chamados de parceiros) eram negros e 2 gerações mais novos que ele, vindos de famílias pobres, alguns ex-delinquentes, mas todos eram felizes, bem humorados e tratavam outros parceiros e clientes com extremo respeito. Foi aceito no novo grupo e passou a se dedicar de maneira excepcional a esse trabalho novo, agarrando-se a essa última chance que a vida lhe deu.

O interessante do texto é a lincagem com fatos ocorridos no passado do Mike, a cada novo acontecimento do novo emprego ele se lembra como teria agido no passado. Percebe que era uma pessoa chata, mal educada, rancorosa e com ar superior e que com certeza menosprezaria as pessoas que formam seu núcleo de amizades atual, mas que agora tem que lavar banheiros, azulejos e recolher o lixo, o que faz com extremo prazer e dedicação. A moral da história é que Mike encontrou a felicidade nesse "sub-emprego" não no ambiente corporativo no qual passou sua vida inteira. Precisou viver mais de 60 anos, perder todo o dinheiro que tinha, perder o contato da sua família e ficar doente para achar o verdadeira motivo de viver.

Gostei muito do livro, é uma história de vida muito interessante. Gosto de ler sobre exemplos de pessoas que conseguiram reinventar suas vidas o que quase sempre só ocorre após eventos trágicos ou complexos. Recomendo a leitura a todos, principalmente para aqueles que estão passando por uma fase profissional confusa e infeliz.

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