sábado, 3 de maio de 2014

Expandindo os Negócios - Como Fazer?

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Recentemente publiquei que tenho a possibilidade de expandir meus negócios (sem trocadilhos, ok?), hoje vou falar como isso é possível de ser feito.

a) Compra da rede do interior

Como vocês sabem, fui procurado por uma pessoa que me ofereceu a compra de uma pequena rede varejista no interior de São Paulo, o negócio requer investimento alto, portanto fui atrás de sócios para essa empreitada, conversamos com um corretor de empresas conhecido nosso (já fizemos negócios com ele, sabemos que faz um bom trabalho) e o colocamos para realizar as pesquisas nos órgãos governamentais antes de continuarmos com a negociação junto ao intermediador. Aí começam os problemas... Por se tratar de mais de uma loja, é necessário puxar uma enormidade de certidões negativas, o vendedor se esquivou de pagar por esses documentos, mas foi convencido do contrário pelo intermediador. Para ajudar, cada loja fica numa cidade diferente, logo os trâmites entre municípios mudam totalmente, isso inclui as taxas. O mesmo documento pode custar RS40 ou R879 dependendo da cidade, outros podem ser impressos pela internet ou demorarem 30 dias para serem emitidos. Junte a isso o fato de precisarmos ter certidões absolutamente em dia e dentro da validade e verá a ponta do iceberg que é a complexidade desse negócio.

Ao ver a burocracia que estamos enfrentando somente para analisar papéis, estamos imaginando como será a transferência de CNPJ, órgãos federais, estaduais e municipais, demora para legalização disso tudo... Sem contar a enorme quantidade de dinheiro envolvida, que fará eu e os 2 sócios rasparem a panela e ainda ficar devendo. Sei lá, tá enroscado demais, não está fluindo... O prognóstico do negócio em si é ótimo: uma retirada de 5 dígitos mensais para cada um no médio prazo é um fato que não pode ser deixado de lado!

b) Compra de pequenas lojas

Essa ideia não é uma novidade, a muito tempo pessoas tem feito isso e obtido muito sucesso. Consiste em montar uma pequena rede de lojas através da aquisição de concorrentes e lojas do mesmo ramo num mesmo perímetro urbano. Cria-se uma marca, logotipo, uniformes, padronagem de fachada e instalações e aplica-se a todas as unidades. O pulo do gato não está em ter operações grandes e sim o contrário, lojas pequenas ou médias que podem ser compradas de empresários falidos por preços módicos, ao dar uma injeção de capital e renovação, o negócio tende a crescer vertiginosamente no primeiro ano, estabilizando no segundo, aí é a vez de partir pra outro... É possível obter um crescimento rápido, é como combustível de foguete que uma vez aceso se auto-alimenta. Uma vez criada a estrutura de padronização e investido uma quantia, as demais lojas se pagam sozinhas, sendo desnecessário reinvestir dinheiro do bolso.

As principais dificuldades desse modelo de negócio são:

- Criar uma marca forte e torna-la conhecida por algum diferencial em pouco tempo;
- Montagem de um time de gerentes que realmente trabalhe direito e em prol do negócio;
- Abre os olhos da concorrência, em quanto você está quieto comendo pelas beiradas ninguém te incomoda, ninguém chuta cachorro morto. Uma vez que você começa a aparecer, os concorrentes também aparecem o que pode levar a uma desgraçada concorrência desleal e guerra de preços.
- Conseguir número suficiente de operações numa mesma região para fortalecer a marca ao invés de dispersa-la. Nem sempre isso pode ser fácil quanto parece.
- Ter que lidar com algum possível fracasso e prejuízo no meio do caminho.
- Nível de trabalho pode ser descomunal se não houver bons funcionários, treinamento e padronizações de operações.
- Dificuldade na venda das empresas. Lojas pertencentes a redes são mal vistas no mercado de compra e venda.

As vantagens ao meu ver:

- Investimento inicialmente baixo. Por exemplo: com 150k é possível comprar e reformar uma loja que deixe uns 5k de início, 12k após 1 ano. Com o lucro de 12 ou 18 meses é possível replicar o modelo sem ter que reinvestir dinheiro. É como dividendos comprando novas ações (mais uma vez um tapa na cara de quem ignora a importância do fluxo de caixa).
- Diversificação relativa: relativa porque não se diversifica o principal que é o ramo de atuação, mas diversifica-se a localização. Um dia o faturamento de uma loja está fraco, o da outra cobre.
- Criação de uma imagem de empresa bem sucedida, muitas vezes sendo confundido com franquia, o que é bem interessante.
- Possibilidade de levantar dinheiro rapidamente ao se decidir parar a expansão.

c) Formar uma rede de franquias

Os americanos costumam fazer muito isso: montam uma rede de franquias, usam uma marca consolidada a seu favor e expandem dentro da padronização da rede. Modelo muito semelhante ao anterior, mas com foco diferente. Se no modelo anterior o foco é ganhar dinheiro na compra pagando barato e em cima da formação de uma marca, aqui a marca está formada e o investimento é alto. Mas qual a vantagem?

A vantagem está justamente na eliminação do fator mais complicado do exemplo B: a formação e consolidação de uma marca forte aliada a padronização completa que isso exige. Aqui a marca já está formada, a padronização já foi feita e claro, você pagará por isso. A questão é analisar se vale a pena. Para ter os mesmos 5k iniciais numa franquia você provavelmente precisará investir mais de 150k e existe uma grande chance de você não atingir os 12k de rentabilidade como acontece mais facilmente no exemplo B. A vantagem está na previsibilidade, franquias costumam ter linha de faturamento mais previsível. Claro, estamos falando de franquias sérias, conhecidas e dedicadas e aqui entra o principal problema desse modelo: Qual franquia escolher?

Minha visão sobre franquias é bem simples: só vale a pena entrar num negócio franqueado se a marca for um player principal, de preferência o líder do setor. Caso contrário, esqueça. Só com essa regrinha já eliminamos uns 95% das marcas que existem por aí. Além disso não apostaria em nada sazonal ou da moda. O próximo passo é definir o valor do investimento, com digamos, 200k, poucas boas franquias são viáveis... Resta garimpar uma boa marca aliada com investimento baixo ou juntar mais grana e partir para operações mais caras. Acontece que operações mais caras são menos lucrativas, o que trará mais demora para a expansão. É uma bola de neve!

Resumo da ópera: se o negócio da rede do interior não der certo, devo focar na alternativa B que está mais dentro do que estou acostumado, seja no tipo de mercado quanto ao perfil de funcionários necessários. A rede de franquias pode ser mais viável no longo prazo, com operações de marcas consagradas. Isso caso eu fique no Brasil... E você, o que acha?

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