Dia desses Bia e eu estávamos comemorando nosso aniversário de casamento, dessa vez decidimos não sair pra jantar e dançar como sempre fazemos, ao invés disso, reservamos o "espaço gourmet" do prédio e fizemos uma jantinha elaborada a quatro mãos regada a vinho chileno. No meio do preparo da refeição alguém bateu na porta, era uma funcionária do prédio que havia esquecido um molho de chaves no balcão da cozinha, ela educadamente pediu licença, pegou suas chaves e quando estava saindo virou-se pra nós e disse: "Boa sorte ao casal, que vocês deem certo!". Bia olhou pra mim, eu pra ela e ambos pra senhorinha que nos disse a inesperada frase e perguntamos o porquê dela estar falando aquilo, ela então respondeu: "Ué, vocês não são recém casados? Sempre vejo os dois tão juntinhos e românticos que só podem ser casal novo...". Imediatamente Bia e eu começamos a gargalhar e respondemos que não, que na verdade nós estamos a mais de uma década juntos. A senhorinha não queria acreditar, mas foi cuidar da vida dela...
Essa não é a primeira vez que falam isso pra gente, não sei se é padrão mas todas as vezes que passamos pela imigração nos EUA o oficial sempre pergunta: "Honeymoon?", o mesmo quando estamos turistando por algum lugar e puxamos papo com alguém. Bia e eu realmente parecemos um casal recém formado... Por que isso? Não sei, só sei que a chama nunca apagou, ainda somos apaixonados. Enfim, como já disse aqui, somos um casal diferente. Durante o tempo que estamos juntos já vimos casais serem formados, casarem, terem filhos e separarem; pessoas que trocaram de relacionamento 5 ou 6 vezes, pessoas que envelheceram absurdamente... Bom, a tia foi pra casa e Bia e eu começamos a filosofar sobre os porquês da vida e sobre tudo o que fizemos e pretendemos ainda fazer. Concluímos que somos muito, mas muito sortudos por N fatores. Temos uma vida confortável, estamos financeiramente melhores que nossos peers, já conhecemos lugares fantásticos, outras culturas e pessoas das mais diferentes partes do mundo com histórias inacreditáveis. Claro que existem pessoas com nossa idade que já viajaram muito mais, possuem muito mais bens materiais, mas dentro da nossa realidade, de onde a gente veio, da realidade em que crescemos, somos privilegiados e somos gratos por isso, por todas as oportunidades que a vida já nos proporcionou.
Então começamos a viajar sobre coisas que a gente tem vontade de fazer, nisso surgiram mil ideias, algumas malucas, complexas ou mesmo várias bem simples e é engraçado que são essas simples que mais nos empolgam. Quero dirigir uma Ferrari e um Rolls Royce, quero tirar brevê de piloto comercial mas também quero trabalhar de empregado na área que me formei, trabalhar de entregador de pizza, pintor de parede e auxiliar de mecânico nos EUA , é sério, eu quero isso! Engraçado que essas experiências de trabalho são as que mais me dão tesão. Bia quer pular de para-quedas (eu já fiz, mas ela arregou), andar na areia num por do sol numa praia do Caribe daquelas de tirar o fôlego como nos filmes do 007 mas também quer ser dog walker no Central Park nem se for por um dia. Ambos queremos viajar pelo Orient Express e conhecer Mônaco. Queremos também ter uma vida super minimalista durante ao menos um ano, viver numa cabana no interior, num trailer ou mesmo numa praia semi-deserta. Já sei, você está pensando: "O Corey deve ter fumado alguma coisa, tá doidão com essas ideias idiotas...". Sim, podem ser idiotas, mas são possíveis graças a decisões assertivas que tomamos durante nossas vidas.
É justamente aqui que quero chegar. Naturalmente Bia e eu sempre tomamos nossas decisões baseadas no fato de sempre poder voltar atrás. Nunca fizemos nada que fosse 100% definitivo, sendo que a coisa mais importante que fizemos em toda nossa vida foi optar por não ter filhos. Isso foi sem a menor sombra de dúvidas a decisão mais importante de nossas vidas e a partir dessa decisão nosso lifestyle pode ser moldado e atingimos o nível de felicidade e cumplicidade que temos hoje. Gostaria muito de compartilhar minha história com a Bia aqui no blog, mas infelizmente há detalhes muito pessoais que poderiam ferir o anonimato, mas basicamente ela e eu sempre deixamos tudo fluir com naturalidade, sem pressão, sem exigências, sem regras, sem burocracia. Desde que nos conhecemos, nunca houve pressão pra gente namorar, pra noivar e pra casar. Aliás, quando fomos morar juntos, muito mais por uma questão prática que de "sonho de casar"; o combinado era simplesmente tentar enquanto desse certo... mais de uma década se passou e continuamos dando certo... Esse lance de não fechar portas, não fazer nada definitivo foi acontecendo naturalmente também, no início a gente não pensava assim, simplesmente agia assim. Claro que o tempo passou, amadurecemos e hoje temos esse discernimento, então mais do que nunca agora a gente pensa muito antes de fazer algo, sempre deixamos uma rota de fuga traçada. Se deu certo tantas vezes, acreditamos que continuará dando. Não temos vergonha de mudar de opinião, voltar atrás, desfazer um negócio, desistir... Não fazemos algo pelo ego e sim pela razão e justamente por usar a razão nas decisões importantes, conseguimos viver com mais emoção, arriscar mais, tentar coisas novas... Se der errado, a gente desiste, volta atrás, pede desculpas, muda de ideia...
Se algo não é definitivo, todo o resto é possível. Se há uma maneira de desistir, se dá pra voltar atrás então a gente tenta. Não entendo como pessoas morrem de medo de arriscar com coisas que podem ser revertidas e mergulham de cabeça em coisas que não há volta. Vejam: aposto que alguém que está lendo esse texto morre de medo de abrir ou comprar uma empresa, de largar a segurança do contra-cheque em busca de mais dinheiro ou satisfação mas apesar disso é pai ou mãe, uma coisa que por mais que você queira é completamente irreversível e te afetará, de maneira positiva e também negativa, até o último dia da sua vida. Isso não tem lógica, não há razão num pensamento assim! Vou contar uma historinha, com 17 anos eu pedi demissão, peguei um empréstimo com meu patrão (que considero meu Rich Dad) comprei minha primeira loja, menos de 30 dias depois eu estava de volta no meu serviço e devolvi cada real que peguei emprestado ao meu patrão. Quanto isso impactou na minha vida? Muito e nada! Muito porque percebi na época que eu deveria ir mais devagar e também porque foi a primeira vez que desfiz um negócio por acreditar que iria me ferrar de verde e amarelo; nada porque isso é somente uma leve lembrança na minha cabeça, nem lembro dos valores e os porquês de ter desfeito o negócio. Por isso que repito: seja o que for que você for fazer, arrisque, mas deixe uma saída aberta e foda-se o resto, pense em você, deixe o ego e orgulho de lado, seja egoísta, isso vai te fazer mais feliz.
Não preciso dizer como a noite terminou... Foi um daqueles dias inesquecíveis, foi muito especial por termos a chance de relembrar fatos importantes de nossas vidas, a esmagadora maioria foram coisas boas, as ruins serviram de lição e continuam ali nas nossas cabeças como exemplos do que pode dar errado e sobre o que fazer numa crise. Concluímos que não precisamos de muito dinheiro, mas precisamos de tempo juntos, precisamos arriscar sempre, precisamos um ao outro.
Com um mundo tão grande, por que caralhos eu vou morrer no mesmo lugar que nasci? |
Então começamos a viajar sobre coisas que a gente tem vontade de fazer, nisso surgiram mil ideias, algumas malucas, complexas ou mesmo várias bem simples e é engraçado que são essas simples que mais nos empolgam. Quero dirigir uma Ferrari e um Rolls Royce, quero tirar brevê de piloto comercial mas também quero trabalhar de empregado na área que me formei, trabalhar de entregador de pizza, pintor de parede e auxiliar de mecânico nos EUA , é sério, eu quero isso! Engraçado que essas experiências de trabalho são as que mais me dão tesão. Bia quer pular de para-quedas (eu já fiz, mas ela arregou), andar na areia num por do sol numa praia do Caribe daquelas de tirar o fôlego como nos filmes do 007 mas também quer ser dog walker no Central Park nem se for por um dia. Ambos queremos viajar pelo Orient Express e conhecer Mônaco. Queremos também ter uma vida super minimalista durante ao menos um ano, viver numa cabana no interior, num trailer ou mesmo numa praia semi-deserta. Já sei, você está pensando: "O Corey deve ter fumado alguma coisa, tá doidão com essas ideias idiotas...". Sim, podem ser idiotas, mas são possíveis graças a decisões assertivas que tomamos durante nossas vidas.
É justamente aqui que quero chegar. Naturalmente Bia e eu sempre tomamos nossas decisões baseadas no fato de sempre poder voltar atrás. Nunca fizemos nada que fosse 100% definitivo, sendo que a coisa mais importante que fizemos em toda nossa vida foi optar por não ter filhos. Isso foi sem a menor sombra de dúvidas a decisão mais importante de nossas vidas e a partir dessa decisão nosso lifestyle pode ser moldado e atingimos o nível de felicidade e cumplicidade que temos hoje. Gostaria muito de compartilhar minha história com a Bia aqui no blog, mas infelizmente há detalhes muito pessoais que poderiam ferir o anonimato, mas basicamente ela e eu sempre deixamos tudo fluir com naturalidade, sem pressão, sem exigências, sem regras, sem burocracia. Desde que nos conhecemos, nunca houve pressão pra gente namorar, pra noivar e pra casar. Aliás, quando fomos morar juntos, muito mais por uma questão prática que de "sonho de casar"; o combinado era simplesmente tentar enquanto desse certo... mais de uma década se passou e continuamos dando certo... Esse lance de não fechar portas, não fazer nada definitivo foi acontecendo naturalmente também, no início a gente não pensava assim, simplesmente agia assim. Claro que o tempo passou, amadurecemos e hoje temos esse discernimento, então mais do que nunca agora a gente pensa muito antes de fazer algo, sempre deixamos uma rota de fuga traçada. Se deu certo tantas vezes, acreditamos que continuará dando. Não temos vergonha de mudar de opinião, voltar atrás, desfazer um negócio, desistir... Não fazemos algo pelo ego e sim pela razão e justamente por usar a razão nas decisões importantes, conseguimos viver com mais emoção, arriscar mais, tentar coisas novas... Se der errado, a gente desiste, volta atrás, pede desculpas, muda de ideia...
Se algo não é definitivo, todo o resto é possível. Se há uma maneira de desistir, se dá pra voltar atrás então a gente tenta. Não entendo como pessoas morrem de medo de arriscar com coisas que podem ser revertidas e mergulham de cabeça em coisas que não há volta. Vejam: aposto que alguém que está lendo esse texto morre de medo de abrir ou comprar uma empresa, de largar a segurança do contra-cheque em busca de mais dinheiro ou satisfação mas apesar disso é pai ou mãe, uma coisa que por mais que você queira é completamente irreversível e te afetará, de maneira positiva e também negativa, até o último dia da sua vida. Isso não tem lógica, não há razão num pensamento assim! Vou contar uma historinha, com 17 anos eu pedi demissão, peguei um empréstimo com meu patrão (que considero meu Rich Dad) comprei minha primeira loja, menos de 30 dias depois eu estava de volta no meu serviço e devolvi cada real que peguei emprestado ao meu patrão. Quanto isso impactou na minha vida? Muito e nada! Muito porque percebi na época que eu deveria ir mais devagar e também porque foi a primeira vez que desfiz um negócio por acreditar que iria me ferrar de verde e amarelo; nada porque isso é somente uma leve lembrança na minha cabeça, nem lembro dos valores e os porquês de ter desfeito o negócio. Por isso que repito: seja o que for que você for fazer, arrisque, mas deixe uma saída aberta e foda-se o resto, pense em você, deixe o ego e orgulho de lado, seja egoísta, isso vai te fazer mais feliz.
Não preciso dizer como a noite terminou... Foi um daqueles dias inesquecíveis, foi muito especial por termos a chance de relembrar fatos importantes de nossas vidas, a esmagadora maioria foram coisas boas, as ruins serviram de lição e continuam ali nas nossas cabeças como exemplos do que pode dar errado e sobre o que fazer numa crise. Concluímos que não precisamos de muito dinheiro, mas precisamos de tempo juntos, precisamos arriscar sempre, precisamos um ao outro.
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