Minha última postagem onde afirmei que o Pobretão está certo em usar as leis trabalhistas a seu favor, tentar ser demitido e assim sacar o FGTS gerou uma certa polêmica. Muitos concordam que devemos tirar proveito das leis, outros não. Alguns acham que o Pobreta deveria agir com ética e jamais relaxar no trabalho ao ponto de ser demitido, que ele deveria jogar aberto com seus superiores, etc. A verdade é que sempre o cenário ideal é o da verdade, da sinceridade porém não vivemos num mundo cor de rosa com nuvens de purpurina, o buraco é mais em baixo e nem sempre o approach correto é o que dará certo. Esse foi o ponto da minha postagem, que não adianta querer jogar contra o sistema, se você faz isso ficará louco (assim como eu quase fiquei ao não me conformar com as coisas erradas no país e tentar fazer tudo de maneira correta, no fim só serviu pra prejudicar minha saúde).
Bom, agora serei meio contraditório, admito (como se contradição fosse algo ruim... muito pelo contrário, se você é contraditório isso muitas vezes quer dizer que você repensa sobre suas opiniões e não aceita verdades absolutas, anyway...). Se por um lado acho que devemos danças conforme a música e jogar com o regulamento em baixo do braço, por outro acho que devemos ir contra certos padrões estabelecidos ao longo do tempo. Um deles é o mito que "se você colocar uma empresa no pau, estará sujando sua reputação". Isso tem um fundo de verdade mas acredito que isso já passou da hora de mudar e só mudará quando as pessoas começarem a processar as empresas quando isso for necessário.
Veja bem, sou microempresário a mais de 10 anos, sempre tentei ser um patrão justo, sempre tentei fazer o que achava certo e esse é um dos motivos do meu desgaste como empreendedor e também do relativo pouco sucesso que obtive nesses anos de proprietário (não posso reclamar, mas conheço pessoas que tiveram muito mais sucesso no mesmo tempo, assim como conheço outras que quebraram a cara). Nunca tomei um processo trabalhista mas não bato no peito pra dizer isso porque não estou livre, aliás, ninguém está livre e nem deveria estar. Acho que o motivo disso é o que já disse, sempre tentei ser justo com meus funcionários, pagando bem, procurando ver o lado pessoal deles, etc. Claro que se minha microempresa tivesse se transformado num WalMart (em 10 anos Sam Walton, fundados do WalMart, saiu de meia dúzia de lojas de "1,99" para a maior rede de supermercados dos EUA) eu teria processos trabalhistas pelo simples motivo que perderia o approach pessoal com meus funcionários. Logo empresas grandes são muito mais sujeitas a porcessos trabalhistas que as pequenas (pelo menos assim deveria ser).
Nessa década de empreendedorismo já vi muita sacanagem tanto de empregado quanto de patrão. Existe muita empresa filha da puta por aí, aliás acredito que boa parte das empresas são filhas da puta. E patrão filho da puta deve se foder e ponto final. As pessoas deveriam começar a processar as empresas com mais frequência, só assim o tratamento melhoraria. As leis de "proteção" do empregado não são tão eficientes quanto a liberdade de processar um empregador por não cumprir um contrato de trabalho assim como nenhum sindicato (odeio) e multas tem tanto poder quanto uma paulada que um empregador deve pagar a título de indenização a um empregado.
Digo mais, a grande maioria das pessoas são preguiçosas e relaxadas em seus trabalhos graças ao empregadores. Falo isso porque meus funcionários tem um desempenho muito acima da média do setor e não acredito que sou um ás da contratação, possuidor de uma mente de análise perfeita que seleciona somente aqueles indivíduos excepcionais. Não, não é isso, meus funcionários trabalham acima da média porque recebem acima da média, possuem vida pessoal (dentro do possível) porque faço escalas de trabalho justas e equilibradas, não fazem hora extras não remuneradas (insisto para que o cara esteja fora da loja em no máximo 5 minutos após o fim do expediente), tiram férias todo ano impreterivelmente quando elas vencem, etc. A partir da hora que o cara decide ser empreendedor ele assume o compromisso de seguir com as leis trabalhistas, ele não precisa concordar (assim como eu não concordo com tudo) mas deve seguir. É tudo extremamente simples!
Quer um exemplo de como forçar as coisas pode funcionar? Experimente andar a pé no centro de São Paulo ou região da Paulista e em Itaquera. Anos atrás no centro de São Paulo foi feita uma campanha de conscientização da importância de dar passagem ao pedestre, as pessoas eram orientadas a gesticular com a mão e pedir passagem. Poucas pessoas aderiram a isso mas as que fizeram simplesmente forçaram a barra: se enfiavam na frente dos carros para faze-los parar, brigavam com motoristas, etc. Resumindo: São Paulo está longe de ser Barcelona mas os motoristas respeitam um pouco mais o pedestre, dão passagem, etc. O mesmo para bicicletas. Agora experimente andar a pé na quebrada de Itaquera... Mermão, as chances de você morrer atropelado são enormes. A partir da hora que as empresas começarem a ser processadas com mais frequência, o tratamento dos funcionários vai melhorar assim como os motoristas paulistanos melhoraram o trato dos pedestres.
Isso do processo serve também para outras áreas da vida. Nos EUA se processa por tudo, existem advogados especializados em todo tipo de causa que você imaginar. Tomou Viagra e ficou com a cara vermelha? Dr Fulano vai processar a Pfizer. Se entupiu de BigMc durante anos e ficou hipertenso? Dr Ciclano processará o Mc Donalds... Precisamos de algo parecido aqui. O americano não é bonzinho, educado e cordial a toa, parte disso é fruto da cultura do processo, as empresas tem medo de serem processadas, por isso fazem de tudo pra seus clientes. Por isso as embalagens tem orientações estranhas e exageradas, veja:
Bom, agora serei meio contraditório, admito (como se contradição fosse algo ruim... muito pelo contrário, se você é contraditório isso muitas vezes quer dizer que você repensa sobre suas opiniões e não aceita verdades absolutas, anyway...). Se por um lado acho que devemos danças conforme a música e jogar com o regulamento em baixo do braço, por outro acho que devemos ir contra certos padrões estabelecidos ao longo do tempo. Um deles é o mito que "se você colocar uma empresa no pau, estará sujando sua reputação". Isso tem um fundo de verdade mas acredito que isso já passou da hora de mudar e só mudará quando as pessoas começarem a processar as empresas quando isso for necessário.
Veja bem, sou microempresário a mais de 10 anos, sempre tentei ser um patrão justo, sempre tentei fazer o que achava certo e esse é um dos motivos do meu desgaste como empreendedor e também do relativo pouco sucesso que obtive nesses anos de proprietário (não posso reclamar, mas conheço pessoas que tiveram muito mais sucesso no mesmo tempo, assim como conheço outras que quebraram a cara). Nunca tomei um processo trabalhista mas não bato no peito pra dizer isso porque não estou livre, aliás, ninguém está livre e nem deveria estar. Acho que o motivo disso é o que já disse, sempre tentei ser justo com meus funcionários, pagando bem, procurando ver o lado pessoal deles, etc. Claro que se minha microempresa tivesse se transformado num WalMart (em 10 anos Sam Walton, fundados do WalMart, saiu de meia dúzia de lojas de "1,99" para a maior rede de supermercados dos EUA) eu teria processos trabalhistas pelo simples motivo que perderia o approach pessoal com meus funcionários. Logo empresas grandes são muito mais sujeitas a porcessos trabalhistas que as pequenas (pelo menos assim deveria ser).
Nessa década de empreendedorismo já vi muita sacanagem tanto de empregado quanto de patrão. Existe muita empresa filha da puta por aí, aliás acredito que boa parte das empresas são filhas da puta. E patrão filho da puta deve se foder e ponto final. As pessoas deveriam começar a processar as empresas com mais frequência, só assim o tratamento melhoraria. As leis de "proteção" do empregado não são tão eficientes quanto a liberdade de processar um empregador por não cumprir um contrato de trabalho assim como nenhum sindicato (odeio) e multas tem tanto poder quanto uma paulada que um empregador deve pagar a título de indenização a um empregado.
Digo mais, a grande maioria das pessoas são preguiçosas e relaxadas em seus trabalhos graças ao empregadores. Falo isso porque meus funcionários tem um desempenho muito acima da média do setor e não acredito que sou um ás da contratação, possuidor de uma mente de análise perfeita que seleciona somente aqueles indivíduos excepcionais. Não, não é isso, meus funcionários trabalham acima da média porque recebem acima da média, possuem vida pessoal (dentro do possível) porque faço escalas de trabalho justas e equilibradas, não fazem hora extras não remuneradas (insisto para que o cara esteja fora da loja em no máximo 5 minutos após o fim do expediente), tiram férias todo ano impreterivelmente quando elas vencem, etc. A partir da hora que o cara decide ser empreendedor ele assume o compromisso de seguir com as leis trabalhistas, ele não precisa concordar (assim como eu não concordo com tudo) mas deve seguir. É tudo extremamente simples!
Quer um exemplo de como forçar as coisas pode funcionar? Experimente andar a pé no centro de São Paulo ou região da Paulista e em Itaquera. Anos atrás no centro de São Paulo foi feita uma campanha de conscientização da importância de dar passagem ao pedestre, as pessoas eram orientadas a gesticular com a mão e pedir passagem. Poucas pessoas aderiram a isso mas as que fizeram simplesmente forçaram a barra: se enfiavam na frente dos carros para faze-los parar, brigavam com motoristas, etc. Resumindo: São Paulo está longe de ser Barcelona mas os motoristas respeitam um pouco mais o pedestre, dão passagem, etc. O mesmo para bicicletas. Agora experimente andar a pé na quebrada de Itaquera... Mermão, as chances de você morrer atropelado são enormes. A partir da hora que as empresas começarem a ser processadas com mais frequência, o tratamento dos funcionários vai melhorar assim como os motoristas paulistanos melhoraram o trato dos pedestres.
Isso do processo serve também para outras áreas da vida. Nos EUA se processa por tudo, existem advogados especializados em todo tipo de causa que você imaginar. Tomou Viagra e ficou com a cara vermelha? Dr Fulano vai processar a Pfizer. Se entupiu de BigMc durante anos e ficou hipertenso? Dr Ciclano processará o Mc Donalds... Precisamos de algo parecido aqui. O americano não é bonzinho, educado e cordial a toa, parte disso é fruto da cultura do processo, as empresas tem medo de serem processadas, por isso fazem de tudo pra seus clientes. Por isso as embalagens tem orientações estranhas e exageradas, veja:
Como eu disse, esse texto poderia ser um pouco contraditório porque ao mesmo tempo eu prego que devemos usar as regras a nosso favor e falo pra desafiar o sistema e o status quo. É contraditório e não tenho uma solução para esse impasse, eu simplesmente não acho legal polarizar e tomar somente uma opinião como verdadeira. Sinceramente não saberia como resolver um impasse desse caso fosse necessário na minha vida, mas o importante é a reflexão.
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