segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Minimalismo e a Saúde - Estamos Doentes Demais?

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

A prática do minimalismo traz contestação, quando você abraça esse estilo de vida passa a ser mais crítico em relação as cosias corriqueiras da vida invés de simplesmente seguir a manada e fazer o que todo mundo faz. Isso acontece com as finanças, com a posse de coisas materiais, com sentimentos... Uma coisa que tenho contestado muito nos últimos tempos é o quão doentes aparentamos estar... Todo mundo que conheço tem alguma "doença crônica" que leva ao uso regular de medicamentos, quase todos os filhos de conhecidos possuem algum tipo de alergia ou intolerância, as mulheres usam produtos caríssimos pra tratar a pele (tratar o que mesmo?), homens tomam remédios pra queda de cabelo, viagras, etc. Será que estamos tão doentes assim?

A resposta não é fácil, como disse acho que essa constante situação de doença é algo que quase nunca enxergamos, a gente não se dá conta que provavelmente não é normal viver doente assim... Vejam o exemplo dos meus pais: desde que me conheço por gente minha mãe é hipertensa, faz uso contínuo de N medicamentos pra pressão alta, durante os anos 90 ela se entupia de remédios tarja preta pra dormir, se queixava de dor de cabeça diariamente. De uns tempos pra cá ela toma além dos anti-hipertensivos: medicamentos pra colesterol, diabetes, estômago, vesícula, antidepressivos além de polivitamínicos. Minha mãe NUNCA fumou, bebeu nem fez exageros alimentares, ao contrário do meu pai que fumou por mais de 50 anos, sempre bebeu sua cerveja e cachaça (moderadamente, vi meu pai bêbado em 3 ou 4 ocasiões a vida toda), a vida inteira comeu muita carne vermelha com gordura. Minha mãe jamais praticou atividades físicas, nem andar de bicicleta sabe, meu pai andou muito de bicicleta quando jovem mas na vida adulta ficou sedentário. Quantos remédios meu pai toma? Somente um pra próstata. Não tem nenhuma doença crônica além da próstata aumentada que pelo que parece é algo muito frequente. Quem é mais saudável? Minha mãe sempre foi preocupada com a saúde, a vida inteira foi a todas as especialidades médicas que existem. Meu pai começou a frequentar o cardiologista (da minha mãe) depois dos 65 anos. Minha mãe sempre procurou doenças (e achou), meu pai só foi em médicos esporadicamente, quando precisou de um.

Quer outro exemplo: vá ao dentista a cada 3 meses e SEMPRE vai ter uma cárie pra tratar, SEMPRE! Por isso sou contra esse negócio de manutenção preventiva, seja no mecânico ou no médico. Brother, precisamos lembrar que todos nós precisamos de dinheiro, inclusive o médico! Então é óbvio que ele sempre vai querer te manter doente pra lucrar em cima. Está errado? Claro que não! Todo mundo ganha dinheiro em cima de uma dificuldade alheia.

Vejo uma nova tendência, se já não bastasse te entupir de remédios de finalidade duvidosa, agora a moda é das cirurgias. Conheço uma caralhada de gente que fez, está fazendo ou fará cirurgias em breve: é joelho, é coluna, é vesícula, é pedra no rim, é o escambau... Nêgo com 30 anos toma antidepressivo, remédio pra dormir, viagra, operou do joelho, tem hipotiroidismo (pelo que parece todo mundo tem isso agora), começo de diabetes, etc... Lembro que quando estava na 2ª série uma coleguinha de classe foi internada durante alguns dias e aquilo foi uma comoção total, todo mundo ficou preocupado com ela e tal... Hoje é difícil achar uma criança que nunca passou um dia no hospital e todos acham isso natural. Será que hoje as crianças são mais internadas porque precisam ou porque os hospitais dependem da grana paga pelos planos de saúde?

Hoje se vai ao médico por tudo. Surgiu uma espinha na testa? Vai no dermatologista e sai de lá com uma receita de 500 reais que vai reduzir 5% o tamanho da sua espinha. Está gordo? faz uma cirurgia bariátrica que é mais fácil. É magro? vai no endócrino e pega umas receitas de anabolizantes... Ah, esqueci dos exames, quem nunca fez uma endoscopia, um ultrassom, uma ressonância? Parece que os médicos não sabem fazer diagnósticos simples sem usar exames elaborados.

Condições normais do organismo são tratadas como doenças, o melhor exemplo disso é a calvície. Cara, se você tem histórico de calvície na família, você VAI SER CARECA, ponto final. Mas não, você quer lutar contra essa condição se entope de remédios que broxam (PUTA QUE PARIU COMO ALGUÉM SE PROPÕE A FICA BROXA EM PROL DE GANHAR ALGUNS FIOS DE CABELO), loções caríssimas ou mesmo implantes que te deixam com cara de doente de câncer. A vida é mais fácil se você aceitar o que "Deus" (ou a natureza, ou a evolução, you name it) te deu. Na verdade calvície é minha aliada, desde que meu cabelo começou ficar escasso (aos 18, 19 anos de idade) eu passei a usar maquininha duas vezes no mês e resolvi o problema além de economizar uma verdadeira fortuna no decorrer da vida com cabeleireiro e shampoo (careca também usa shampoo mas um Seda anticaspa dura 1 ano).

Meus dentes estão longe de serem perfeitos, são um pouco desalinhados e jamais foram brancos como sulfite. Eles são naturais! Nem penso em alinha-los usando aparelho durante anos, sofrendo e gastando. Também não penso em fazer clareamente a não ser que fiquem com cor de cocô. Isso não quer dizer que sou relaxado ou tenho boca de bueiro, vou ao dentista uma vez por ano ou um pouco mais que isso se julgo desnecessário. Uso creme dental COMUM (parece que todo mundo tem dentes sensíveis e usa Sensodyne, não?), escova de dentes de 5 reais (pra que escovas com tecnologia da Nasa que custam 20 conto?).

Viver como o Salamanca? Não obrigado!
Você realmente acha que a hipertensão, diabetes, câncer e outras doenças crônicas não podem ser curadas? (se é que algumas dessas realmente são doenças ou apenas condições naturais do corpo humano). Eu particularmente duvido que não e acho que na verdade o motivo de existirem é pra vender remédio pra grande massa. Aí você vem com o argumento "Corey, a medicina aumentou a longevidade e a qualidade de vida das pessoas", ok é verdade mas até que ponto isso é verdade e viável? Falo por mim, se for pra viver 100 anos dependente de 500 comprimidos diários, usando fralda e sem ter forças pra nada eu prefiro morrer. Viver é muito, muito mais que um coração batendo e um pulmão respirando (por isso sou totalmente a favor da eutanásia). A medicina pode ter esticado a vida das pessoas mas isso é porque é interesse dela mesmo, quanto mais pessoas "vivas", mais remédio vendido.

Não sou teórico de conspiração mas acho que não precisa de muito pra acreditar que sim, a indústria da medicina está nos deixando doentes. Sou capitalista e não tenho absolutamente nada contra quem ganha dinheiro mas isso não quer dizer que vou abraçar todas as ideias capitalistas e acho que você devia ao menos questionar isso.

Pra finalizar deixo o texto abaixo (acredito que muitos de vocês já conheçam):
Entre os 28 a 30 anos você de repente sente uma melancolia agonizante, uma depressãozinha, uma tristeza meio persistente que não vai embora. Você, então, depois de fazer vários exames clínicos onde nada de conclusivo foi visto ou encontrado, e a “zorra” da sua melancolia continua, encontra um médico “genial” que “entende” o que você tem e te prescreve fluoxetina – o Prozac da vida.
A fluoxetina, ou o antidepressivo similar receitado tem um efeito adverso clássico – dificulta de cara o seu sono. Então, na revisão com o médico ele prescreve clonazepam, o Rivotril da vida. Deixa você meio bobo ao acordar e reduz sua memória, uma sensação de “maconhado”.
Ok, você liga para a secretária do médico e volta ao doutor. Ele nota de cara que você aumentou de peso. Aí, prescreve sibutramina, que faz você perder uns quilinhos, mas lhe dá uma taquicardia incômoda. Novo retorno ao doutor. Além da “batedeira” no coração o médico afere que você também está com a pressão alta. Então, prescreve-lhe losatarna e propanolol, este último para reduzir sua taquicardia.
Você já está com uns 35 anos e toma: fluoxetina, clonazepam, sibutramina, losartana e propranolol. E, também, junto com tudo isto, um “polivitamínicos” é prescrito. Como o doutor não entende nada de vitaminas e minerais específicos, ele manda que você compre um“Polivitamínico de A a Z” da vida, que pra muito pouca coisa serve, digamos a verdade verdadeira. Mas, na mídia, o Luciano Huck disse que tem um que é ótimo. Você acreditou, e comprou.
Lamentemos. Já se vão aí uns R$ 350,00 por mês. Pode pesar no orçamento. O dinheiro a ser gasto em investimentos e lazer, escorre para o ralo da indústria farmacêutica. Você começa a ficar nervoso, preocupado e ansioso (apesar da fluoxetina e do rivotril), pois as contas não batem no fim do mês – seu lazer está comprometido, seus planos não estão batendo com as metas traçadas. Você começa a sentir dor de estômago, refluxo e azia. Seu intestino fica “preso” – você fica enfezado (fezes retidas). Vai a outro doutor agora. Prescrição simples: omeprazol + motilium + laxante natural.
OUTRAS QUEIXAS
Os sintomas somem, mas só os sintomas, apesar da “escangalhação” que virou a sua flora intestinal. Outras queixas aparecem. Dentre elas, uma é particularmente perturbadora: aos 37 anos, apenas, você não tem mais potência sexual. Além de estar “brochando” com frequência, tem pouquíssimo esperma e a libido está embaixo dos pés. As mulheres que já têm a sua dificuldade com o orgasmo, esqueceram de vez onde ele fica, e a lubrificação vaginal vira o KY GEL.
Para o doutor da medicina da doença, isso não é problema. Até manda você escolher o remédio: viagra ou cialis? Escolha aí – um dura umas 2 horas, e outro pasmem 36 horas de possível “pinto duro”. Sua potência melhora, mas, como consequência, esses remédios dão uma tremenda dor de cabeça, palpitação, vermelhidão e coriza. Não há problema, o doutor aumenta a dose do propanolol e passa uma neolsandina para você tomar antes do sexo. Se precisar, instala um “remedinho” para seu corrimento nasal, um neosoro que sobrecarrega seu coração e piora a coisa toda.
Quando tudo parecia solucionado, aos 40 anos, você percebe que seus dentes estão apodrecendo e caindo (aqui entre nós, é efeito simples do antidepressivo, mas não te disseram isso). Tome grana pra gastar com o dentista. Nessa mesma época, outra constatação: sua memória está falhando bem mais que o habitual. Mais uma vez, para seu doutor, isso não é problema: ginkgo biloca é prescrito. Nos exames de rotina, sua glicose está em 110 e seu colesterol em 220. Nas costas da folha da receita, pois já nem cabe mais nada alí, o doutor prescreve glifage + sinvastanina. “É para evitar Diabetes e Infarto”, diz o cuidador de sua saúde (?!). Mas se você for mulher e tiver ovários policísticos já toma este glifage faz tempo.
Aos 40 e poucos anos, você já toma: FLUOXETINA, RIVOTRIL, LOSARTANA, PROPRANOLOL, POLIVITAMÍNICO de A a Z, OMEPRAZOL, MOTILIUM, LAXANTE “NATURAL”, VIAGRA, CIALIS, NEOSALDINA (ou “Neusa”, como chamam), GINKGO BILOBA, GLIFAGE e SINVASTATINA (e nos fazem querer engolir que isso é para o nosso bem). Mil reais por mês! E sem saúde!!!
BOA NOTÍCIA
Entretanto (vamos aqui dar uma risada para não chorar) – você ainda continua deprimido, cansado e engordando. Mas neste momento agora o doutor tem uma boa notícia, vai tirar a sua FLUOXETINA e trocar por DULOXETINA, um antidepressivo “mais moderno” diz ele. Após dois meses você se sente melhor (na verdade, “menos ruim”). Porém, outro contratempo surge: o novo antidepressivo o faz urinar demoradamente e com jato fraco. Passa a ser necessário levantar duas vezes à noite para mijar. Lá se foi seu sono, seu descanso extremamente necessário para sua saúde – o grande reparador de tudo.
Mas isso é fácil para seu doutor: ele prescreve TANSULOSINA, para ajudar na micção, o ato de urinar. Você melhora, realmente, contudo… não ejacula mais. Não sai nada! E as mulheres, esqueçam a palavra orgasmo. Vou parar por aqui. É deprimente. Isso não é medicina. Isso não é saúde. Mas é nisso que se investe, e aquele sujeito de mala preta que entra na sua frente na sala do médico é o representante disso tudo.
Ele tem uma cota mensal para oferecer-comprar o médico. Paga as viagens do médico, coloca uma TV Full HD na sala de espera e até paga parte da formatura da filha do doutor que também vai virar médica, e deixa, claro, aquelas caixinhas de “amostra grátis”, que depois vão lhe custar os olhos da cara deprimida que vai ter.
Essa história termina com uma situação cada vez mais comum: a DESTRUIÇÃO PROGRAMADA E ESTRATÉGICA DE SUA SAÚDE. Você está obeso, sem disposição, com sofrível ereção ou libido – memória e concentração deficientes. Diabético, hipertenso e agora com suspeita de câncer. Dentes: nem vou falar. O peso elevado arrebentou seu joelho (um doutor cogitou até colocar uma prótese). Surge na sua cabeça a ideia maluca de procurar um CIRURGIÃO BARIÁTRICO, para “reduzir seu estômago” e um PSICOTERAPEUTA para cuidar de seu juízo destrambelhado é aconselhado. A terapia só entra agora quando a coisa tá toda quebrada. Mas muitos médicos vão te desencorajar e dizer que terapia não vai resolver, que você se discipline mesmo nas receitas médicas e em ligar para o novo 0800 para ter desconto na medicação.
MUITO DOENTE
Sem a grana sonhada, triste, ansioso, deprimido, pensando em dar fim à sua minguada vida e… DOENTE, muito doente! Apesar dos “remédios” (ou seria por causa deles ???).
Pense nisso!

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