Recebe muitos comentários e email com coisas do tipo: "Corey, qual a melhor área pra empreender?", "Corey, como faço pra formalizar uma sociedade assim ou assado?", "Corey, você acha que o aluguel de esquis e trajes para neve é um bom negócio pra se montar em Manaus?", "Corey, meu sonho é revolucionar o mercado de presunto pois criei o porco quadrado cujo aproveitamento dos cortes é 100%..." E por aí vai... Então decidi escrever um post sobre o como acho que as pessoas devem encarar o empreendedorismo.
Primeira coisa que quero deixar bem claro. Se você quer empreender porque tem um produto revolucionário (o porco quadrado) ou tem o sonho de "fazer um mundo melhor" pare a leitura por aqui. Esse post não é pra você e sim para aqueles que enxergam o empreendedorismo como uma maneira de ganhar dinheiro e flexibilidade, doravante chamado "empreendedor prático".
O empreendedor prático não quer revolucionar porra nenhuma, ele quer ter uma empresa que lhe proporcione renda e certa flexibilidade de tempo, ponto final. O empreendedor prático sabe que não ficará rico, que sua empresa não vai quintuplicar de preço em 2 dias, que não vai rolar um IPO de sua empresa, sabe que terá um monte de bucha pra resolver, sabe que terá que entrar em certos "esquemas" caso contrário irá morrer, sabe que será roubado por funcionários, sabe que será explorado pelo governo, etc. Ou seja, o empreendedor prático não é burro e é extremamente objetivo.
Segunda coisa, ao pensar em empreender você tem basicamente duas alternativas:
1- Ter uma empresa que gere fluxo de caixa, o que seria equivalente a ter ações que pagam dividendos. Se você decidir por essa alternativa tenha em mente que o mais importante é a estabilidade do negócio. Esqueça completamente "mercados de nicho" e foque em negócios tradicionais que sempre deram dinheiro e continuarão dando, quanto menos influenciado por crise seu ramo for, melhor. Aqui entram mercado, açougues, farmácias, lanchonetes, oficinas mecânicas... Essas empresas normalmente são discretas mas capazes de gerar um fluxo de caixa muito interessante quando bem geridas. Lembre-se que a grande maioria dos pequenos comércios é gerido como a maioria das pessoas gerem suas finanças pessoais: de maneira porca e descontrolada, logo se você tiver um mínimo de organização e educação financeira já estará passos a frente da concorrência. Organização interna as vezes vale mais que uma fachada bonita, um estoque transbordante... Seu maior diferencial será o sorriso e educação com os clientes, coisa que anda em falta por aí.
2- Ter uma empresa que te gere ganho de capital. É o trade com empresas. Nesse caso você compra um negócio derrubado, injeta uma grana, organiza os paranauê todos, duplica, triplica ou quadruplica o faturamento e vende com um lucro fudido no final. Nesse caso o foco não é gerar fluxo de caixa, aliás eu aconselho que o empresário nem tenha retirada durante o período que estiver com a loja, o negócio é reinvestir tudo, fazer a loja bombar, inflar e depois vender. Isso porque no mundo dos comércios o que conta na precificação é o faturamento, os outros fatores são irrelevantes (errado? Acho que sim, mas é assim que funciona, não adianta nadar contra a maré). É assim que um investimento de 5 dígitos pode se transformar num retorno de 6 dígitos em um curto período de tempo. É isso que estou fazendo com as lojas 2 e 3. Aqui você pode arriscar mais um pouco, tentar alternativas de ramos mais complicados e direcionados mas mesmo assim acho que sempre será mais fácil vender um negócio tradicional. O que é mais fácil vender? Um Gol bola 99 ou um Eclipse 97? Entendeu? Sua empresa deve crescer rapidamente e ao mesmo tempo ser vendável.
Na minha opinião a alternativa 1 é muitíssimo interessante porém inviável nos dias de hoje. Interessante porque após a fase de implantação e adequação, essas empresas conseguem ser tocadas de maneira simples, sem muita dor de cabeça o que pode se traduzir em bons retornos financeiros com certa flexibilidade de tempo, você pode abrir mão de parte de sua renda e ter mais funcionários, o que te possibilita ter mais folgas e trabalhar menos. A concorrência nesse tipo de empresa é quase sempre madura, você sabe o que cada concorrente faz e fará, portanto não há muita surpresa. Digo que é inviável devido a instabilidade tributária e legal que nosso querido governo nos proporciona. Veja o que aconteceu nos e-commerce a pouco tempo:
Primeira coisa que quero deixar bem claro. Se você quer empreender porque tem um produto revolucionário (o porco quadrado) ou tem o sonho de "fazer um mundo melhor" pare a leitura por aqui. Esse post não é pra você e sim para aqueles que enxergam o empreendedorismo como uma maneira de ganhar dinheiro e flexibilidade, doravante chamado "empreendedor prático".
Grandes chances do Valdinho e da Patrícia terem lucros muito maiores com o mercadinho de vila do que você fazendo trade |
Segunda coisa, ao pensar em empreender você tem basicamente duas alternativas:
1- Ter uma empresa que gere fluxo de caixa, o que seria equivalente a ter ações que pagam dividendos. Se você decidir por essa alternativa tenha em mente que o mais importante é a estabilidade do negócio. Esqueça completamente "mercados de nicho" e foque em negócios tradicionais que sempre deram dinheiro e continuarão dando, quanto menos influenciado por crise seu ramo for, melhor. Aqui entram mercado, açougues, farmácias, lanchonetes, oficinas mecânicas... Essas empresas normalmente são discretas mas capazes de gerar um fluxo de caixa muito interessante quando bem geridas. Lembre-se que a grande maioria dos pequenos comércios é gerido como a maioria das pessoas gerem suas finanças pessoais: de maneira porca e descontrolada, logo se você tiver um mínimo de organização e educação financeira já estará passos a frente da concorrência. Organização interna as vezes vale mais que uma fachada bonita, um estoque transbordante... Seu maior diferencial será o sorriso e educação com os clientes, coisa que anda em falta por aí.
2- Ter uma empresa que te gere ganho de capital. É o trade com empresas. Nesse caso você compra um negócio derrubado, injeta uma grana, organiza os paranauê todos, duplica, triplica ou quadruplica o faturamento e vende com um lucro fudido no final. Nesse caso o foco não é gerar fluxo de caixa, aliás eu aconselho que o empresário nem tenha retirada durante o período que estiver com a loja, o negócio é reinvestir tudo, fazer a loja bombar, inflar e depois vender. Isso porque no mundo dos comércios o que conta na precificação é o faturamento, os outros fatores são irrelevantes (errado? Acho que sim, mas é assim que funciona, não adianta nadar contra a maré). É assim que um investimento de 5 dígitos pode se transformar num retorno de 6 dígitos em um curto período de tempo. É isso que estou fazendo com as lojas 2 e 3. Aqui você pode arriscar mais um pouco, tentar alternativas de ramos mais complicados e direcionados mas mesmo assim acho que sempre será mais fácil vender um negócio tradicional. O que é mais fácil vender? Um Gol bola 99 ou um Eclipse 97? Entendeu? Sua empresa deve crescer rapidamente e ao mesmo tempo ser vendável.
Na minha opinião a alternativa 1 é muitíssimo interessante porém inviável nos dias de hoje. Interessante porque após a fase de implantação e adequação, essas empresas conseguem ser tocadas de maneira simples, sem muita dor de cabeça o que pode se traduzir em bons retornos financeiros com certa flexibilidade de tempo, você pode abrir mão de parte de sua renda e ter mais funcionários, o que te possibilita ter mais folgas e trabalhar menos. A concorrência nesse tipo de empresa é quase sempre madura, você sabe o que cada concorrente faz e fará, portanto não há muita surpresa. Digo que é inviável devido a instabilidade tributária e legal que nosso querido governo nos proporciona. Veja o que aconteceu nos e-commerce a pouco tempo:
Aí você pode falar: "Corey, você acabou de dizer que prefere as empresas tradicionais, sem esse lance de nicho. Essa empresa do cara do vídeo é um e-commerce de cervejas artesanais, ou seja, o completo oposto do que você propõe..." Sim, mas perceba que o problema do guerreiro do vídeo não foi o nicho que ele escolheu, não tem nada de errado em vender aquilo que se tem consumidores, o problema dele é que o governo simplesmente destruiu seu business do dia pra noite. O problema foi o governo, não o negócio. Uma observação sobre o vídeo: Nosso amigo errou numa coisa: tentar fazer as coisas certas da primeira vez, isso infelizmente não pode ser feito no Brasil. A formalização e adequação tributária devem ser feitas "on demand", caso contrário o risco de você quebrar a cara com as buRRocracias é enorme. Isso foi uma das coisas que aprendi sendo empreendedor: no Brasil, brother, você tem que dançar conforme a música.
Nosso governo tenta tirar proveito de tudo e de todos, os empreendedores por "gerarem riqueza" são alvo fácil. Cada vez mais os setores são regulados o que deixa menos brecha pra escapar das garras governamentais, cada vez mais essas regulações inviabilizam modelos de negócios. No curto prazo sua loja pode estar indo bem, se esquivando dos tiros do governo, mas... até quando? Essa é a razão pela qual acho inviável ser empreendedor vitalício no Brasil.
A alternativa 2 é justamente o que faço, o risco é alto, não dá pra fazer sem experiência, mas pode ser muito rentável, aliás duvido que exista algo mais rentável pra fazer. Veja o exemplo de um amigo: ele comprou uma loja com faturamento de R$ 15 mil por R$ 45 mil a vista. Injetou mais R$ 45 mil. Um ano depois o faturamento era de R$ 45 mil, ele vendeu por R$ 270 mil a prazo. Faça as contas... recomendo pra você fechar essa aba e procurar negócios no OLX? Não, de maneira alguma. Pra fazer esse tipo de negócio é preciso experiência o que só se ganha na prática do dia-a-dia. Quer entrar para o ramo de açougues? Arrume um emprego num açougue, trabalhe 1 ou 2 anos, aí sim invista seu dinheiro nisso. O mesmo vale pra todos os ramos. Esqueça Sebrae, esqueça YouTube, esqueça teoria, o que você precisa é prática. Conhecimento empírico é absolutamente indispensável para esse tipo de negócio.
Falando em experiência a alternativa 1 é algo que até é possível fazer com pouca ou mesmo nenhuma experiência, desde que você tenha alguém pra se escorar: um funcionário ou mesmo um sócio (lembrando que EU não recomendo sócio algum pra pessoa alguma). Você vai aprendendo aos poucos, sem pressa... Você não tem prazo de finalização do negócio pra cumprir, você não precisa estimular o faturamento ao máximo, você pode se preocupar mais com outras variáveis como formar uma marca, por exemplo. Perceba que se você optar pela alternativa 1 e não tiver experiência a melhor coisa será comprar uma empresa do cara que optou pela alternativa 2, você pagará caro mas terá uma empresa consolidada e com bom faturamento nas mãos, com um faturamento razoável e estável sobra mais tempo pra você aprender os detalhes da operação. Se ligou?
É isso que eu queria falar hoje, se surgirem perguntas coloquem nos comentários.
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