quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Sobre Caridade

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Pode reparar, quando você entra em blogs gringos sobre finanças, independência financeira, minimalismo, simplicidade voluntária ou mesmo blogs sobre desenvolvimento pessoal e olha o orçamento mensal das pessoas, a caridade está presente em praticamente todos eles. Gringo faz muita caridade, é normal as pessoas comuns doarem dinheiro para ONGs, ajudarem financeiramente outras pessoas, etc.

Aqui no Brasil percebo que caridade a nível pessoal é algo mais restrito. O mais comum é ajudar um familiar que está no sufoco financeiro mas quase sempre a pessoa que doa leva isso como algo provisório, somente alguns meses até o cara se estabilizar. Outras pessoas continuam doando anos a fio mas o sentimento quase sempre é " porra, tô de saco cheio de ajudar essa pessoa". Não existe muito a cultura da caridade como algo natural e que todos devam fazer.

Meu post não é pra dizer que você deve ser bonzinho e fazer caridade e caso não faça é uma pessoa do mal que irá para o inferno, nada disso. O objetivo é somente despertar esse pensamento que não é muito comum nas pessoas.

Vou falar por mim: não faz muito tempo que despertei para a importância da caridade. O que me abriu os olhos foi justamente os blogs, sites e vlogs gringos. A esmagadora maioria das pessoas que tratam sobre independência financeira e minimalismo coloca caridade no orçamento mensal. Ao ler biografias sobre pessoas bem sucedidas percebi que todos fazem caridade, em menor ou maior grau, mas fazem. Acredito que o fato do gringo, principalmente os mais ricos, fazerem mais caridade é devido aos abatimentos de impostos que possuem, claro que existem pessoas que gostam de ajudar outras mas se puderem fazer isso aliando com ganho financeiro com certeza farão mais. Perceba que a maioria das universidades, institutos de pesquisa e organizações não governamentais americanas são mantidas por gordas doações de milionários ou empresas. Pessoas como Buffett e Gates doam a maioria do dinheiro que possuem. Graças a essas doações imigrantes possuem cobertura de saúde, pessoas com AIDS e câncer são tratadas, pobres vão para as universidades. Como é legal um país onde até a ajuda aos pobres é privada!

Bom, após perceber que a gringaiada  leva caridade tão a sério, decidi que eu também deveria fazer algo. Não tenho um orçamento para caridade nem um plano de ação. Eu faço quando o coração manda. Conforme disse no meu texto sobre religião, sou um cara que valoriza as energias. Ajudar uma pessoa me traz um load de energia positiva muito bom, atrapalhar alguém ou fazer algo que não considero legal traz justamente o oposto.

O que costumo fazer? A maioria da caridade que faço é na forma de pequenas quantias, quase sempre ajudando moradores de rua que vivem próximo das lojas. Normalmente pago uma refeição na lanchonete, compro algum alimento no mercado ou algo assim. Certa vez dei 1 real em dinheiro para um cara que abriu o jogo: "amigo, eu poderia mentir pra você, mas vou falar a verdade, quero 1 real pra me ajudar a comprar uma pinga pra me esquentar essa noite". Aquela sinceridade me convenceu, rsrs! Ok, você pode dizer que moradores de rua são vagabundos, que escolheram viver a margem da sociedade, que existem oportunidades para todos, ainda mais em São Paulo. Você está correto, eu concordo com você! Mesmo assim eu acho legal ajuda-los, ninguém sabe os reais motivos que os fizeram ir parar na rua... Além disso por algumas vezes já aprendi coisas com eles, veja uma dessas histórias aqui.

Além de ajudar moradores de rua, contribuo para ajudar animais abandonados, faço doação de sangue, e o que considero o principal: tento não atrapalhar a vida de ninguém. Isso custa zero reais e se todo mundo fizesse o mesmo viveríamos num mundo muito melhor. Pretendo num futuro próximo doar um pouco de tempo para ajudar idosos, veja que não é preciso gastar dinheiro para fazer caridade, você pode dedicar algumas horsa de trabalho voluntário, por exemplo.

Digo novamente: não sou melhor que ninguém por fazer um pouco de caridade, aliás é justamente ao contrário, acho que sou egoísta. Faço porque me sinto bem em fazer, me dá uma sensação boa, uma carga de energia positiva que me ajuda no dia-a-dia. Se você faz caridade, parabéns, se não faz, ao menos considere a questão. Pode ser legal pra você mesmo.

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