quarta-feira, 25 de abril de 2012

Empreendedorismo: Um pouco sobre Sociedade

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Nas mesas de bar onde o assunto é empreendedorismo (se é que isso existe!) frequentemente um assunto aparece: Sociedade. E nunca chega-se a um denominador comum: uns descartam totalmente a hipótese de ter um sócio enquanto outros defendem que a única maneira de manter uma empresa competitiva é através de sociedade.

Nem oito nem oitenta, sociedade pode ser o caminho pro sucesso ou a pá que cavará a cova de um negócio. Em algumas empresas, a presença de sócios é quase obrigatória,  normalmente o operacional é extremamente complexo ou o investimento é fora da realidade para somente uma pessoa, ou os dois fatores juntos. Na maioria das vezes, a presença de sócios é facultativa, o negócio poderia ser tocado (e alavancado) por somente uma pessoa, mas por N motivos opta-se pela sociedade.

Sócio Operador X Sócio Investidor

Numa sociedade, os sócios podem dividir o operacional do negócio ou somente um pode ser o operador e o outro investidor. O primeiro caso é mais comum, normalmente dois amigos em busca de ter um negócio juntam as forças (e o capital) para ter uma empresa. Aí que está o perigo, você tem um ótimo relacionamento com uma pessoa, mas isso não quer dizer que essa pessoa será parceira ou trabalhará da maneira que você acha que deve. Surgem os conflitos, muitas vezes o trabalho acaba sobrando para um dos sócios, o outro se sente injustiçado e pode tomar as mais diversas atitudes, quase sempre deletérias para a empresa.

Outra forma de sociedade é entrar como sócio investidor, ou seja, você investe dinheiro num negócio que será tocado por outra pessoa. A principal vantagem é não ter, necessariamente, que trabalhar no negócio. Teoricamente é uma renda passiva. A principal desvantagem é deixar seu dinheiro nas mãos de outra pessoa, nem sempre qualificada para trata-lo bem. Uma coisa é você ter ações de uma grande empresa, administrada por pessoas qualificadas, finanças auditadas e balanços divulgados a público. Outra é você investir numa empresa que será tocada pelo seu cunhado, amigo ou muitas vezes um total desconhecido. tem que saber exatamente onde pisa.

Vantagens da sociedade

Divisão de tarefas: não importa o tamanho da empresa, há trabalho demais pra ser feito. Obviamente se esse trabalho for dividido tudo será mais fácil. Se essa divisão de tarefas for feita com outro proprietário, com certeza o serviço sairá melhor do que se fosse realizado por um funcionário. Numa sociedade estruturada, há divisão clara de funções onde um sócio não deve interferir no trabalho do outro, afinal o alicerce de qualquer sociedade é a confiança.

Escala de trabalho: muitas empresas abrem de domingo a domingo, as vezes por 16 ou 18 horas por dia. Se durante todo o expediente houver a presença do proprietário, obviamente os resultados serão melhores. Aquela velha frase "o olho do dono engorda o gado" é mais que realidade. Sociedades permitem esse controle maior. Além disso, você fica mais tranquilo ao tirar férias, já que quem estará na frente do negócio é o seu sócio, não um funcionário.

Redução de investimento: essa é a mais óbvia. Você pode entrar num negócio de 100k investindo 50k ou menos, se você optar por um sócio investidor, poderá ter um negócio próprio investindo somente sua força de trabalho, sem tirar 1 real do bolso.

Desvantagens da sociedade

Fraudes: pessoas são passíveis de erros, pessoas podem querer levar vantagem em cima dos outros, então obviamente fraudes podem acontecer. Muitas vezes você confia totalmente no seu sócio, afinal já é uma pessoa conhecida há tempos, mas você pode não conhecer as atitudes dessa pessoa em relação a dinheiro ou no ambiente de trabalho. Por outro lado as vezes é melhor um sócio ladrão que trabalha muito que um honesto encostado.

Preguiça: no começo tudo são flores, os sócios tem muita vontade de trabalhar e crescer. O tempo passa, as dificuldades aparecem e aquele cara preguiçoso acaba por deixar o outro resolver tudo, ou o sócio mais proativo acaba por tomar as rédeas da situação sufocando o papel do outro. por isso é necessário uma divisão de tarefas claras, com metas estabelecidas que deverão ser cobradas.

Quem tem sócio tem patrão: isso é verdade! Essa frase pode não ser tão ruim quanto parece. Se você tem sócio, deve satisfação a ele, e ele a você. Deve-se prestar contas do trabalho. Isso acaba sendo mais uma vantagem que desvantagem. Quando você é o único dono, acaba postergando trabalhos, relevando coisas erradas, não se esforçando pra cumprir metas. Se você tem uma sociedade séria, acaba saindo da zona de conforto.

Minha opinião

A extrema dificuldade que tenho em lidar com pessoas me deixa receoso em relação a sociedades, então fico de fora. Abro mão das vantagens de ter um sócio em prol de não arrumar confusão e me desgastar. Entraria numa sociedade em dois casos:

1- Como sócio investidor: formando uma renda passiva;
2- Para alavancagem: comprando a parte do outro sócio ou desmembrando a empresa, tornando os ex-sócios parceiros comerciais.

Convido o nosso novo amigo Mão Inglesa para debater sobre esse assunto, esse é o negócio do cara, acho que ele tem mais expertise.

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