terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Sobre minha viagem aos EUA

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor. 

No final de novembro embarcamos para uma longa viagem, a mais longa que já fizemos, rumo aos EUA. Durante as mais de 4 semanas que estive em terras norte americanas aproveitei muito e aprendi muita coisa interessante que estão fervilhando na minha cabeça nesse momento.

Essa viagem foi planejada com antecipação o que permitiu uma excelente economia de dinheiro (montei uma série de postagens sobre isso), gastamos menos que gastaríamos em uma semana no nordeste. Bia e eu rodamos mais de 3 mil milhas, conhecemos inúmeras cidades em 9 estados, conversamos com americanos, brasileiros legais e ilegais e até com japoneses. Procuramos fugir de clichês turístico (mas visitamos todos os pontos turísticos que tivemos chance) e interagir com a comunidade, usando o senso de observação full time mergulhando na cultura e na cabeça do americano. É até difícil fazer um post resumido tamanha foi a carga de informações que tivemos. Toda viagem ao exterior é algo que agrega conhecimento, mas dessa vez a coisa foi no nível máximo. 

Sobre o idioma, tive a oportunidade de por em prática meus estudos de inglês, é impressionante como melhorei desde a última viagem que precisei usar o idioma, desde o começo tudo já foi bem mais fácil e no fim, já estava acompanhando o telejornal, conversando com o atendente do Mc Donalds e dando informação no aeroporto. Obviamente ainda falta uma longa caminhada até a fluência, mas eu chego lá... O americano está acostumado com imigrantes, então costuma ser receptivo com pessoas que tem dificuldade para entender e falar inglês.

Sobre o país em si, é covardia comparar com o Brasil, tentarei fugir disso o máximo possível pra não parecer babaca. Querer comparar esses dois países é como comparar melancia e ônibus. Impossível! Os EUA estão a anos luz na frente em praticamente todos os aspectos. É extremamente revoltante ver como as coisas simplesmente fluem por lá, como os produtos possuem qualidade muitíssimo superior que os nossos a preços ridiculamente baixos; como a segurança, honestidade, educação, cidadania e cordialidade é algo presente em todas as classes sociais, etc.

Notei que existem dois perfis de brasileiros que imigram aos EUA, são dois estereótipos completamente diferentes. O primeiro (a maior parte) é o cara com pouca educação escolar, cansado de se foder ralar por aqui, junta alguns poucos milhares de dólares, tira visto de turista, vai pra Califórnia segurar placa de restaurante ou trabalhar na construção civil, fica fora de status e passa a viver uma vida "ilegal e difícil". As aspas são para comentar que o conceito de vida difícil nos EUA é muito diferente do Brasil. Lá o cara fora de status, que trabalha em obra ou outro sub-emprego tem plena condição de ter um bom carro, morar num lugar legal, ter sua casa mobiliada e uma vida digna. Já qui... O segundo esterótipo é do brasileiro com nível superior que junta uma boa grana pra estudar inglês ou mesmo fazer uma faculdade por lá buscando de todas as maneiras legais conseguir um green card e fugir definitivamente do Brasil. Na minha opinião ambos estão certíssimos!

O padrão pobreza americano é totalmente diferente do brasileiro. Um casal que ganha salário mínimo por lá consegue ter uma vida confortável. Percebi que o americano possui ainda menos educação financeira que o brasileiro. Eles gastam muito com porcarias que só servem para encher suas garagens (os carros ficam nas ruas, claro) e não acumulam ativos. Se rola um downsizing ou alguma outra crise, não possuem reserva pra se manter. Os chamados sub-empregos pagam muito bem e quase sempre faltam profissionais para preencher as vagas, mas os americanos são orgulhosos e não gostam de trabalhar nessas funções, sobrando assim oportunidades para os imigrantes. Por outro lado eles respeitam muito quem trabalha, independente da ocupação todos os trabalhadores são valorizados, mas curiosamente eles não trabalham com qualquer coisa.

Na minha opinião é muito mais fácil atingir a IF nos EUA que no Brasil, as condições lá são claras e simples, não há buRRocracia, os salários são elevados e o custo de vida baixo. Porém, a busca pelo TER é praticamente onipresente, levando as pessoas a gastarem ao invés de adquirir ativos. Eles possuem famílias enormes, com muitos filhos, vários carros e casas enormes, pagam caríssimo por serviços que não gostam de realizar (faxina rápida USD 100, jardinagem básica USD 150, dog walker USD 50 meia hora), compram quantidades absurdas de coisas que acabam sendo desperdiçadas ou vendidas a preço de banana nos yard sales da vida. Não conheço as modalidades de investimento por lá, mas me arrisco a dizer que um casal com nível superior consegue atingir a IF em 5 anos sem grandes sacrifícios (corroboro a ideia do Jacob)

Minha ideia de imigrar está ainda mais ativa na cabeça, definitivamente meu lugar não é aqui. Ainda não sei como, quando e pra onde. Imigrar para os EUA de maneira legal é bem difícil, porém essa seria minha primeira opção devido a vários fatores entre eles o clima (da região sul). Pretendo repetir a dose com uma viagem semelhante ao Canadá ainda esse ano. O Canadá é mais aberto a imigração, reza a lenda que o pessoal do "white north" é o americano mais sossegado e educado (!!!), mas isso tem um preço: leis ainda mais rígidas, custo de vida um pouco maior e principalmente frio pra caralho exagerado.

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