quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

[Reflexões #1] Sobre Conforto e Preocupações com Dinheiro

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor. 

No último Natal, visitei a casa de uma pessoa próxima, embora a amizade venha de muito tempo, a oportunidade de visitar a casa deles após o casamento só surgiu agora. São um casal de origem simples, que trabalham muito pra prosperar, já sofreram pra caramba com inúmeros problemas familiares que levaram a grandes prejuízos financeiros, mas agora estão estabilizados, com chances ainda maiores de ascensão profissional.

Moram numa casa confortável, com bastante espaço, comprada de maneira racional: 70% de entrada e o restante financiado em poucos meses com parcelas altas, mas dentro do orçamento deles. Pagaram um preço justo (dentro da realidade do mercado imobiliário atual) pelo que receberam. Possuem 2 carros, 1 quitado e outro financiado em poucas parcelas. Precisam de 2 carros? Provavelmente não, mas podem te-los. Quase não tem dívidas.

Ele está estabilizado no trabalho, faz o que gosta e ganha muito bem. Ela está numa fase de transição, mas se tudo correr bem logo estará ganhando uma boa grana. Possuem educação financeira? Não e sim. Não porque muito provavelmente eles não conhecem esse conceito e porque já gastaram muita grana com coisas desnecessárias e já se enfiaram em dívidas medonhas. Sim, porque bem ou mal aprenderam que dar o passo maior que a perna quase nunca dá certo, precisaram sofrer na pele mas aprenderam controlar as finanças.

Esse casal, de classe média, vive sem grandes preocupações em relação ao dinheiro, pelo que conversamos, percebi que eles usam somente uma regra (e talvez a mais importante) em relação ao dinheiro: gastar menos do que ganham. Fazem prestações? Sim, mas não loucuras impagáveis e sem necessidade. Acredito que eles não imaginem o conceito de independência financeira, que é possível parar de trabalhar, desde que se faça um bom planejamento e estude pra isso; mas pra eles (pelo menos pra ele) isso não faria muito sentido: o cara trabalha com algo que sonhou a vida toda e ainda por cima é bem remunerado por isso.

Quero chegar no seguinte ponto: será que a gente, que busca a independência financeira, não está na verdade sabotando nosso plano ao abrir mão de certos confortos, como uma boa casa, um carrinho legal, algumas viagens? Será que ao invés de buscar a IF amparando-se na frugalidade não seria melhor buscar uma colocação profissional mais agradável? Trabalhar com algo que de o mínimo de satisfação seria uma maneira de fazer 2 coisas ao mesmo tempo: viver melhor e buscar a IF com mais calma.

Não estou dizendo que vou abandonar meu plano, que vou torrar toda minha grana com uma BMW e gastarei a grana do aporte na churrascaria, mas conviver algumas horas com esse casal me fez parar pra pensar que talvez certas coisas que fazemos na busca da IF sejam exageradas. Outra coisa que contribui para essa reflexão é o fato do meu trabalho estar mais equilibrado: estou trabalhando menos, porém melhor, está sobrando tempo pra fazer outras coisas, enfim, meu sentimento em relação a empresa melhorou bastante.

E você? O que pensa a respeito?

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