quarta-feira, 14 de março de 2012

Empreendedorismo: Comprando uma empresa em funcionamento 1ª parte: A Decisão

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Quem acompanha o blog sabe do meu dilema: comprar uma empresa ou ser empregado. Já decidi, vou virar empresário novamente.

Tomada essa decisão há duas possibilidades a seguir: comprar uma empresa em andamento ou começar do zero, montando tudo novo. Eu fico com a primeira opção, mas não digo que a segunda é ruim, cada negócio é um negócio. Montar uma empresa do zero é mais apropriado pra quem quer ficar muitos anos com a empresa, deseja crescimento contínuo, etc. Eu só quero alavancar uma grana em alguns anos.

Na cabeça do leigo, um empresário vende sua empresa devido à motivos financeiros causados por ela mesma, ou seja, está quebrado e o negócio é inviável. Isso nem sempre é verdade, há inúmeros motivos para alguém se desfazer de um comércio: aposentadoria, mudança de ramo, remanejamento de investimento e também dificuldades financeiras que normalmente tem mais a ver com a incapacidade de gestão que com a empresa propriamente dita. Dependendo da situação, ótimos negócios podem aparecer. Há prós e contras:

PRÓS: a loja já tem faturamento, histórico com fornecedores, documentação em dia (teoricamente), presença junto ao público alvo, estoque formado, carteira de cliente, etc. Você já começa faturando no primeiro dia.

CONTRAS: tudo na vida tem um preço e quanto mais saudável a empresa for, mais cara será, contudo, mais segurança o comprador terá. O faturamento pode ser maquiado pelo vendedor, podem existir multas, débitos e outras “buchas” escondidas, o valor pode estar inflado por manobras comerciais muitas vezes imperceptíveis, existência de vícios comerciais, etc.

Os contras podem ser administrados, quanto mais experiência você tiver no ramo, mais difícil será alguém te enganar. O faturamento quase sempre é proporcional ao estoque, cabe uma avaliação por parte do comprador. Para empresas prestadoras de serviço, essa projeção já é mais complicada. Multas e outros débitos podem ser checados com certidões negativas, aqui vale uma observação, ao menos que você esteja fazendo negócio com alguém de sua total confiança, contrate um corretor para fazer a transação, ele saberá quais certidões são necessárias e principalmente, como tira-las. Alguns débitos não aparecem em certidões negativas como diferenciais de alíquotas não pagos, ou mesmo surgirem após a transação, como contestações trabalhistas; por isso é importante um contrato bem alinhavado de maneira a resguardar as partes. Possíveis débitos podem ser descontados das prestações, falando nisso, nunca compre uma empresa a vista, mesmo que você tenha todo o capital para isso, faça pelo menos algumas parcelas justamente para poder descontar algum "presentinho". É mais fácil você descontar de uma parcela que fazer o antigo proprietário pagar.

Ao comprar uma loja em funcionamento saiba que terá muito trabalho para coloca-la nos eixos, rodando da maneira que você quer. Os funcionários quase sempre tem vícios, isso quando não são desonestos, mas você precisará dos empregados antigos para pegar os macetes da empresa. A empresa pode ter uma carteira de cliente incompatível com sua maneira de trabalhar: clientes de fiado, chorões, resmungões entre outros não costumam trazer muito lucro pra empresa, logo devem ser eliminados. Esse negócio de todo cliente é bom é mentira. Alguns clientes dão prejuízo, mesmo gastando: gastam desnecessariamente o tempo dos funcionários, diminuem a margem de lucro dos produtos pra no final gastar pouco.

Na próxima postagem vou falar sobre a formação de preço dos comércios.

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