Hoje vou falar da formação de preço das empresas de varejo.
O preço das empresas de varejo é formado multiplicando o faturamento por determinado fator, que varia de acordo com o ramo, quanto mais lucrativo, maior esse número. Essa forma de precificação pode não ser a mais justa, já que dentro do mesmo ramo há empresas com rentabilidades diferentes, mas é o consagrado e também mais prático, eliminando consultorias e outros gastos de tempo e dinheiro. Não podemos esquecer que ainda hoje é muito comum empresas do varejo que não possuem controle informatizado de vendas, estoque, rentabilidade, etc. Isso impede uma análise mais rebuscada que possa precificar de maneira mais coerente. Exemplo:
Padaria: o fator costuma ser entre 4 e 5, ou seja, uma padaria com faturamento de 50k é avaliada entre 200 e 250k.
Lava-rápido ou estacionamento: o fator costuma a ser acima de 10 (devido á grande margem de lucro);
Lanchonetes, perfumarias e pet-shops: o fator varia de 3 à 5. A rentabilidade pode variar muito de acordo com o tipo de produto vendido e serviço prestado.
Esse fator de precificação pode variar de acordo com o meio de pagamento: para baixo nas negociações com prazo menor e para cima nas negociações com prazo maior. Vou falar disso em outra postagem.
Normalmente o vendedor coloca o preço, não raro o faz totalmente fora do mercado, com esses é melhor não perder muito tempo. O típico vendedor com essa atitude é o pré-aposentadoria: o senhor trabalhou a vida toda naquela empresa e acha no direito de pedir horrores pela loja, normalmente isso ocorre por dó de vende-la. Outro típico vendedor dessa categoria é o “iludido”, geralmente alguém que trabalhou a vida toda numa multinacional, se aposentou ou foi demitido, pegou uma bolada, investiu tudo numa empresa e sem conhecimento quebrou. Esse super-valoriza sua loja para recuperar o prejuízo. Essas são pessoas difíceis de se negociar. Nesses casos, a presença de um corretor especializado pode trazer o comprador de volta à Terra e as vezes dá negócio.
A variação de preço embute individualidades de cada empresa: ponto, conservação das instalações físicas, qualidade e quantidade de equipamentos, tipo de faturamento (tipo de produtos vendidos ou serviços prestados), presença de dívidas, etc. Falando em presença de dívidas, comprar uma empresa endividada pode ser ótimo negócio. Normalmente o vendedor está passando por dificuldades financeiras, e acaba fazendo qualquer negócio, você pode assumir as dívidas, parcelando-as ou quitando a vista, após saneada, a empresa fica novamente rentável, mas isso exige experiência e feeling.
Os melhores negócios normalmente não estão nos classificados de jornal ou na internet e sim no boca-a-boca das pessoas do ramo. As melhores oportunidades costumam ser apresentadas para quem já tem uma empresa no ramo ou para trabalhadores dessas empresas. Isso acontece porque a negociação quase sempre é sigilosa, não é legal um funcionário saber que o patrão está vendendo a loja, portanto as ofertas muitas vezes são feitas na surdina. Isso não quer dizer que procurar um negócio no jornal é errado, pelo contrário, as grandes imobiliárias costumam ter departamentos especializados na compra e venda de empresas o que é especialmente interessante para quem não é do ramo.
A forma de pagamento e os trâmites das negociações fica para uma próxima postagem onde também vou falar sobre os tipos de empreendedores.
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