quinta-feira, 15 de março de 2012

Enquanto isso na blogosfera...

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Eu disse na última postagem que falaria sobre a precificação dos comércios. Vou postergar um pouco esse post pra falar de outras coisas.

Como eu disse, estou comprando outra empresa, então estou lendo bastante sobre empreendedorismo, daí surgiram alguns assuntos que eu gostaria de comentar. O primeiro é a falsa ilusão que as pessoas têm da figura do microempresário. A maioria das pessoas enxerga esse cara como o pintado no Pequenas Empresas Grandes Negócios todo domingo pela manhã: o cara inquebrável que investiu 1 real há 2 anos e hoje tem um faturamento de 1 trilhão de reais por dia exportando para 697840 países do mundo. Isso acontece? Sim. Vai acontecer com você? Provavelmente não.

O microempresário padrão começa com pouco dinheiro, trabalha absurdamente muito durante algum tempo e com sorte, consegue manter uma empresa mediana com uma carga de trabalho acima do normal, geralmente acima das 80 horas semanais. Ganha mais dinheiro que um empregado? Claro! Caso contrário não valeria a pena. Fica rico? Provavelmente não.

Quando você decide “abrir seu próprio negócio” (sem duplo sentido crianças!) não terá chefe, em compensação terá um sócio, aliás uma sócia, o nome dela é Dilma. O governo além de arrancar boa parte da sua margem de lucro ainda impõe N dificuldades para a prosperidade da sua empresa. Você terá que estipular metas, e pior, cumpri-las. Se você não cumprir, não será mandado embora nem sofrerá assédio moral, porém também não terá dinheiro no fim do mês. Não existe almoço grátis, você ganhará mais que a média, mas trabalhará mais também. Abrir uma empresa pensando que vai trabalhar menos ou que vai ganhar 30% no primeiro ano é pura ilusão.

Se você já atingiu a independência financeira, tem seus investimentos sob controle quer sossego e tempo disponível, não recomendo em hipótese alguma abrir ou comprar um empresa; mas se você quer alavancar uma grana, tem tempo e vontade de trabalhar eu recomendo que antes de se aventurar adquira conhecimento teórico para que quando chegar a hora, você ao menos não fique perdido. E nunca, jamais, invista toda sua grana num negócio. Faça um plano de negócios, veja onde você quer chegar. Quais seus objetivos? Criar uma empresa do nada e faze-la faturar milhões? Ter uma empresa que caminhe com pernas próprias sem a sua presença diária? Ter uma rede de lojas pra deixar de herança? Tudo isso é possível de ser feito, mas cada caso há uma peculiaridade. Se você não deseja ficar o dia todo, todos os dias na empresa, não vá exigir que ela renda 100% do possível; do mesmo modo você não pode ser centralizador e querer ter uma rede.

Outro assunto interessante que surgiu, como sempre com discussões acaloradas no blog do Pobretão, é o valor que devemos ter em empresas boas pagadores de dividendos para ter uma renda perpétua de 10k. Há comentários de todos os níveis e opiniões, coisa que acho extremamente saudável. Não vou entrar no mérito da correção dos cálculos ou se é melhor manter toda a grana na RV ou RF, porém acredito que a rentabilidade apurada é perfeitamente viável na RF, não justificando alocar em ações.

Particularmente, ainda não sei qual meu número mágico, mas está bem longe dos 6kk que o pessoal comentou. Há muita complicação envolvida. Tudo bem que sou o rei da conta burra, e que nem sempre elas são corretas, mas grosseiramente 600k me daria 48k ao ano (8% líquido de IR é viável), ou seja, 4k por mês, se eu gastar 3k (mais que meu gasto atual) ainda sobra um troco pra equilibrar a inflação. Eu digo que não sei qual minha meta de massa crítica porque não sei qual será meu gasto futuramente, provavelmente viajarei muito mais, então minha necessidade de dinheiro aumentará mas não sei quanto.

Pretendo usar o conceito de semi-aposentadoria do Investidor Defensivo, ou seja, após atingir uma determinada quantia de renda passiva, trabalhar muito menos apenas para igualar receitas com despesas. Uma alternativa seria usar a renda passiva para pagar o dia-a-dia e trabalhar um determinado período quando fosse necessário, por exemplo, trocar de carro, fazer uma grande viagem ou algo que demandasse uma grana mais alta. Sou frugal por opção, então acho essa minha idéia bem viável, já que por mais que minhas despesas cresçam, não será tão grande assim, afinal não terei filhos nem comprarei um carro com mais de 4 cilindros.

Aprendi que 90% dos planos que fazemos serão mudados no curto prazo. Portanto, não uso meu tempo para quantificar ou qualificar nos mínimos detalhes o meu futuro.

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