quarta-feira, 16 de maio de 2012

Empreendedorismo: Organizando o Fluxo de Caixa


Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Se você acha fundamental organizar seu fluxo de caixa pessoal, isso se torna questão de vida ou morte quando você tem uma empresa. Por mais simples que isso possa parecer, é determinante pra saber aonde você quer chegar e é a peça fundamental de qualquer plano de negócios.


Vou demonstrar como faço o controle das finanças da minha empresa. Não estou falando que é a maneira certa de fazer, mas a maneira que eu faço e dá certo no meu caso. Usarei o exemplo de uma loja do varejo com as seguintes características:
  •  As reposições de mercadoria ocorrem semanalmente;
  • O pagamento das mercadorias ocorrem dentro do mesmo mês;
  • O proprietário paga prestações de empréstimos tomados para compra da empresa, incremento de estoque e reformas;
  •  O faturamento gira em torno de 30 mil reais, o lucro bruto é em torno de 40%

Planilha de previsão de despesas e receitas do mês posterior

Percebam que eu escrevi “despesas e receitas” e não o inverso. Isso tem propósito. Toda empresa começa o mês com inúmeras contas pra pagar, mas sem nenhum real de faturamento.

Essa planilha deve ser feita mensalmente, de preferência quase no final do mês, para ser usada no mês posterior. O motivo para não fazer esse planejamento muito antecipado é manter a planilha o mais próxima possível da realidade, isentando de “vontades” e planejamentos surreais.

Como fazer as projeções:

·         Faturamento: esse ponto é fundamental, você deve fazer um planejamento de quanto sua empresa irá faturar no mês seguinte. Como fazer isso? Se está em crescimento, deve-se usar uma taxa conservadora de elevação, ou mesmo usar o valor de faturamento previsto para o mês que está encerrando, ou seja, imaginar que não haverá crescimento. Se está estabilizada, recomendo fazer a média usando 8 meses do último ano, eliminando os 2 melhores e 2 piores meses;

·         Despesas: não tem segredo. Faça uma média, de preferência dos últimos 12 meses e aplique na tabela. Atente-se para despesas esporádicas, faça provisionamento de 13º, férias, seguros e outras despesas anuais.

previsão
realizado
Faturamento
30.000,00

Mercadoria (60%)
18.000,00

Aluguel
1.000,00

Licença de software
100,00

Telefone + internet
200,00

Água
50,00

Luz
300,00

ICMS ou Simples Nacional
1.000,00

GPS (Previdência Social)
300,00

Seguro
300,00

Contador
690,00

Segurança / Alarme
300,00

Avulsos *
500,00

Folha de Pagamento
3.000,00

Taxas, Licenças
200,00

Empréstimos
2.000,00

Pró-Labore / Retirada
2.000,00

Provisão 13º/ férias
600,00


29.940,00

Saldo
60,00


* Avulsos: material de limpeza e escritório, pequenas manutenções, etc.

Analisando essa planilha podemos diagnosticar o seguinte:

  •  A empresa encontra-se no fio da navalha, as despesas empatam com o faturamento;
  •  É necessário aumento do faturamento ou redução de despesas pra manter a sanidade das finanças;
  •  Um simples aumento no faturamento não quer dizer dinheiro sobrando: as compras, os impostos, o salário dos funcionários (caso recebam comissão ou participação) também aumentarão, isso sem contar com a necessidade de novas contratações;
  •  O faturamento não pode cair, caso contrário, a loja entrará no vermelho;
  •  Quando os empréstimos forem quitados, haverá um fôlego extra de 2k, que poderão ser revertidos na empresa ou irem parar no bolso do empresário;
  • Tendo essas informações em mãos, é mais fácil reconhecer os pontos críticos, onde não se pode errar, onde cortar gastos, se é possível conter compras de mercadorias, como realocar despesas, etc. É necessário preencher a coluna “realizado” a fim de verificar o quanto as expectativas não bateram com a realidade.
 Na próxima postagem vou falar sobre capital de giro.

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