terça-feira, 8 de maio de 2012

Simplicidade Voluntária

Esse post foi publicado originalmente no antigo Blog do Corey e não necessariamente representa a atual opinião do autor.

Bom dia!

Um tempo atrás, um acontecimento desagradável mudou minha vida. Bia (sim, o nome dela agora é Bia) e eu passamos por uma experiência ruim que nos fez parar e repensar a vida. Foi nesse momento que a ficha caiu, percebi que todo o meu grande "patrimônio" não passava de passivos financiados cujos verdadeiros donos eram os bancos. Nessa época lembrei do comentário de uma colega de faculdade sobre o livro Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, o li e comecei a procurar mais material na internet. Além de N livros sobre educação financeira me deparei com o conceito de frugalidade e simplicidade voluntária.

Minha choupana - Maria Nilza Freitas 

Frugalidade todos por aqui sabem o que é (o Pobretão que o diga!), consiste em aproveitar o máximo possível dos benefícios que determinada coisa pode proporcionar, evitar consumo desnecessário, etc. Simplicidade voluntária tem muito a ver com frugalidade. Como o próprio nome diz, viver na simplicidade voluntária é optar por levar uma vida simples e minimalista. Nada mais é que abrir mão de certo consumo em prol de outra coisa, seja material ou espiritual. É fugir do conceito de quanto mais, melhor. Duane Elgin é a autora de um dos principais livros sobre o tema: Simplicidade voluntária – Em busca de um estilo de vida exteriormente simples, mas interiormente rico. Particularmente eu acho o livro muito ruim, extremamente vago e sem sentido, mas uma frase salva:


"A pobreza é involuntária e debilitante, a simplicidade é voluntária e mobilizadora"

Ter uma vida simples não quer dizer necessariamente morar num rancho perdido no interiorzão de Goiás, plantar e pescar sua comida, fazendo fogo com gravetos e palha. Na minha opinião, qualquer pessoa que vive com menos que poderia gastar, ou tem um estilo de vida digamos "inferior" aos seus pares é um adepto da simplicidade voluntária.

Optar por levar uma vida simples pode trazer grande vantagem financeira, já que quanto menor o consumo, menos dinheiro é necessário, menos trabalho precisa ser feito, mais tempo sobra para atividades realmente relevantes para o crescimento pessoal. Além disso, pode trazer benefícios espirituais que variam de pessoa para pessoa (um agnóstico não é a melhor pessoa pra falar sobre isso, rsrs!).

Paradoxo: Simplicidade Voluntária x Independência Financeira

Ter uma vida simples é sem dúvida um atalho para a independência financeira, pelo menos no meu caso. Procuro gastar menos que ganho, ter um padrão de vida bem inferior ao dos meus pares, consumir de maneira mais racional e consciente visando diminuir minha dependência do dinheiro.Sou humano, gosto de consumir como qualquer outra pessoa, somente controlo esses impulsos da maneira mais eficaz possível. Acontece que quanto mais ganhamos, quanto mais coisas legais aparecem para levar nosso dinheiro, quanto mais a tecnologia evolui, mais difícil fica esse auto-controle. Ao perceber o crescimento dos meus desejos de consumo, procuro parar, pensar e refletir sobre as vantagens de ter uma vida mais simples. Quase sempre dá certo, percebo que boa parte das coisas que quero são desnecessárias. É uma regra dos 3P avançada.

A simplicidade voluntária pode não fazer sentido pra muita gente. Há aqueles que levam uma vida frugal hoje totalmente motivada por desejos de consumo futuros: carrões, mansões e panicats. Para esses, tentar levar uma vida frugal ou simples pode ser debilitante. Prejudicará o futuro. Por isso acredito que devemos evoluir nossos padrões de consumo com o tempo, não deixar pra consumir tudo de uma só vez no amanhã. Assim a vida fica menos sacrificante e o futuro mais certo, já que fica possível saber as reais necessidades e vontade de consumo. No meu caso, meu padrão de vida atual é muito semelhante aquele que pretendo ter no futuro. Tenho sorte por não querer elevar meu padrão de consumo, então minha jornada será mais fácil.


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